Em sua manifestação para explicar a anulação de todas as condenações – 25 anos de cadeia – de Lula na Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, nomeado por Dilma em 2015, argumentou que a Vara Federal do Paraná não tinha competência para julgar os processos e que sua decisão também preservava o juíz Sérgio Moro do risco de suspeição que igual anularia todas as condenações de Lula no STF, como descreve com mais profundidade, em artigo ao lado, o advogado Luís Gustavo Andrade Madeira.
Mas Fachin disse também que a justiça tem que ser apartidária, numa alfinetada indireta em Sérgio Moro, que desde 2014 começou a colocar na cadeia políticos e empresários ladrões, e no governo Bolsonaro assumiu o Ministério da Justiça. Com certeza Fachin não se referia a si mesmo, pois em 2010 subiu em palanques para fazer discursos inflamados em favor da eleição de Dilma Roussef (PT).
A jogada de Fachin, ao arrumar brecha para anular todas as condenações de Lula, – agora, seis anos depois de começar a Lava Jato em Curitiba – e transferir todos processos para a Justiça Federal de Brasília, foi bem calculada, como descreve Madeira ao lado, para que a ação não se perca e um novo juíz possa dar a sentença. Mas, juristas afirmam que, com todos os prazos e recursos que se abrem agora, tudo vai prescrever e o presidente que comandou o maior assalto ao dinheiro público na história do país, vai sair livre e impune. Va fazer novas gerações entenderem que o crime compensa.
É um ‘soco’ na nossa cara.
Mas a Procuradoria Geral da República recorreu da decisão de Fachin, e outros ministros do STF afirmam que a posição é isolada, indicando que o assunto vai para o pleno do STF, com votos dos 11 ministros, oito deles indicados por Lula e Dilma. Mas Gilmar Mendes puxou para si holofotes antes e colocou a decisão de Fachin em votação na 2ª Turma do STF, conhecida como a Turma do Lula. A votação está em 2 a 2, faltando o voto de Kassio Marques, o Ministro indicado por Bolsonaro. E o presidente quer Lula na eleição.
Em coletiva ontem, Lula se fez de vítima, como se todo dinheiro roubado nos seus governos e todos os ‘companheiros’ presos por roubo, fosse uma miragem, uma fantasia.
Mas sempre resta a esperança da ordem jurídica ser restabelecida, punindo políticos ladrões, em respeito a todos os brasileiros.
Do Twitter
* Estadão: A ficha moral de Lula é suja. Seu retorno à ribalta eleitoral atira o País num turbilhão de incertezas, em meio a uma pandemia e ao desgoverno de Bolsonaro
* CNN: ‘Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história’, diz Lula em pronunciamento
* Exame: Mourão sobre decisão que beneficiou Lula: População se baseia em “respeito à honestidade”
* ACMacedo: Pesquisa encomendada pela Veja mostra que 57,5% dos brasileiros discordam da decisão de Edson Fachin de anular os processos e as penas de Lula. 37,1% concordam.
* Alexandre Garcia: Fachin condena Lula a enfrentar Bolsonaro
* Aod Cunha:Bolsonaro precisa de Lula. Lula precisa de Bolsonaro. O Brasil não precisa de Bolsonaro e Lula.
* Alceu Moreira: A decisão do STF não apagará a roubalheira generalizada comandada por Lularápio e sua quadrilha petista. O Brasil foi às ruas para apagar o passado e não aceitará o sepultamento dessa luta. Pela preservação da integridade do povo brasileiro
* Marcel van Hattem: A anulação das condenações de Lula é um revés fortíssimo para o combate à corrupção, para a democracia e para o Estado de Direito: um condenado em todas as instâncias por corrupção e que deveria estar na cadeia, agora pode voltar a ser candidato. Absurdo, segurança jurídica zero!
Ouvir mal informado defender o Marreco até “rola”. Agora um advogado formado q conhece a Constituição defender Sérgio Moro é inaceitável.