“Alô, sequestramos a sua filha e queremos dinheiro para mantê-la viva”. A frase, precedida de gritos de socorro, soou como uma bomba para uma família que reside na área central de Venâncio Aires. Assustada, já que a família tem uma filha e ela não estava em casa, a mãe iniciava as negociações com os ‘sequestradores’, quando o marido chegou. Acalmou a todos e pediu que a empregada ligasse, com outro telefone, para a filha. A localizou e tudo voltou à normalidade.

Situações como esta são vivenciadas diariamente por moradores de todos os recantos do Brasil. Geralmente de dentro de presídios e com números restritos – que não aparecem os algarismos -, os golpistas ligam para números aleatórios e simulam o sequestro. Ameaçam as vítimas e colocam pessoas ao telefone, gritando que vão morrer e pedindo socorro, para ‘esquentar’ o golpe.

Amedrontadas com a situação, muitas vítimas seguem as orientações dos golpistas, que sempre querem dinheiro. Eles dizem para não desligar o telefone, não falar com ninguém e ir até uma agência bancária. Lá, dizem que estão a observando à distância e repassam números para que façam depósitos bancários. Se a pessoa diz não ter o dinheiro pedido pelos golpistas, o valor é negociado, o que não acontece com sequestros verdadeiros.

Na maioria das vezes, as pessoas que praticam o golpe não dizem o nome da pessoa sequestrada. Ficam ameaçando a vítima, que entra em pânico a ponto de passar a acreditar que realmente o familiar está sob a mira de armas e sendo torturado.

MANTER A CALMATitular da Delegacia de Polícia, o delegado Felipe Cano alerta para que as pessoas mantenham a calma, ao se confrontarem com uma situação destas. Ele salienta que em primeiro lugar as pessoas devem tentar contato com as supostas vítimas e não repassar outras informações que possam dar mais subsídios aos golpistas.

O delegado Cano salienta que se a pessoa não conseguir contato imediatamente, deve ganhar tempo e seguir tentando. “O importante neste caso é falar com a pessoa e se certificar de que ela está bem, fora de perigo”, acrescenta o titular da DP.

Especialistas destacam que nenhum sequestro real demanda tanto tempo e orientam as pessoas a nunca fornecerem dados da sua família a desconhecidos. Muito menos por telefone.