
Dar algum tipo de ocupação aos detentos da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). Esta é a proposta da instituição, que tem salas sendo ocupadas para os presidiários realizarem, por conta própria, trabalhos artesanais e também de confeitaria, sobretudo para produção de trufas. Além disso, há 76 presidiários exercendo algum tipo de função junto à casa prisional, como na área da limpeza e no preparo da alimentação. Sempre com escolta dos agentes penitenciários.
Os presos têm, assim, responsabilidades no que se refere à manutenção do Presídio Estadual. E às 7h da manhã, todos devem estar de pé para a primeira conferência do dia. Entre os que exercem alguma função na Peva está um venâncio-airense de 26 anos, que está preso no local faz cerca de quatro meses e, desde os primeiros dias por lá, atua como jardineiro. “Este trabalho é uma forma de eu me recuperar, para quando eu voltar à liberdade. Assim, começa a mudança”, menciona.
Nas detenções pelas quais passou antes, nos municípios de Soledade, Encantado e Lajeado, o homem diz que nunca trabalhou. Agora, com a experiência que vem adquirindo, destaca que quer abrir uma empresa de jardinagem quando sair da Peva, o que estaria previsto para os primeiros meses do próximo ano.
De acordo com o diretor interino da Peva, Alysson de Oliveira, o trabalho resulta na redução da pena, sendo necessárias oito horas de trabalho para a reduzir um dia de punição. Dependendo da função, cita que o preso recebe uma verba pecuniária trimestral como forma de incentivo, o que varia com a função e carga horária.
PARA OCUPAR O TEMPO OCIOSO
Conforme a psicóloga Raquel de Campos, que atua junto à Peva, a oferta de atividades diferenciadas é uma forma dos detentos ocuparem o seu tempo ocioso. “E eles gostam.” Isto, segundo ela, pode ajudar no processo de ressocialização. Ela acompanha o desenvolvimento das atividades de artesanato e confeitaria, que ainda estão só no início, e explica que os participantes são aqueles que já tem algum tipo de aptidão para realizar tal trabalho.
Raquel explica que os presos precisam solicitar aos seus visitantes, normalmente familiares, a compra de materiais autorizados pela Peva para que, por exemplo, produzam artesanato para ser vendido fora da penitenciária por esses visitantes. Com o dinheiro, cita que há oportunidade dos presos comprarem determinados itens de alimentação junto à cantina, bem como determinados produtos de limpeza.
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