Você sabia que todo o material utilizado pelas manicures precisa passar por esterilização em uma autoclave ou ser novo? Caso isso não ocorra, doenças como a hepatite B podem ser transmitidas através do sangue.

Foto: Ana Carolina Becker / Folha do MateMateriais usados pelas manicures deve ser esterilizado
Materiais usados pelas manicures deve ser esterilizado

É justamente com o intuito de esclarecer sobre cuidados e a prevenção que a Vigilância Sanitária promove na segunda-feira, 17, um encontro no auditório da Secretaria Municipal de Educação, a partir das 13h30min, com manicures e podólogas, para orientar os profissionais antes de realizar uma cobrança mais rígida sobre o uso dos equipamentos para esterilizar o material.

A manicure Amanda Laís Müller, de 18 anos, conta que sempre toma os cuidados necessários. Na categoria de materiais descartáveis, segundo ela, está a lixa, o algodão, a luva e o palito, além do plástico do recipiente da água onde as unhas ‘ficam de molho’.

Foto: Ana Carolina Becker / Folha do MateAmanda explica que o autoclave passa por testes biológicos mensais
Amanda explica que o autoclave passa por testes biológicos mensais

Na máquina de autoclave (que esteriliza através de vapor com uso de água destilada) vão os alicates, as espátulas e os cortadores de unhas. “Depois que uso o material na cliente, eles são lavados e colocados na máquina de autoclave”, explica a manicure.

Além disso, Amanda destaca que, mensalmente, o equipamento passa pelo teste biológico. “Esses testes são colocados no autoclave, retirados e colocados na mini incubadora. Em 24 horas vamos ter um resultado sobre o teste que mostrará se a esterilização foi feita de forma correta ou não”, diz.

Grupo de riscoSão ações de prevenção e cuidados com os instrumentos de trabalho que a Vigilância Sanitária irá solicitar, na segunda-feira, 17, para as 183 profissionais formais no município. O ponto alto será destacar a importância dessa atitude para evitar a transmissão de hepatite B. O coordenador da Vigilância, Everton Notti, destaca que a incidência de hepatite em profissionais dessa área é maior. “Eles são um grupo de risco. Estão prestando um serviço à comunidade, mas podem acabar sendo afetados”, diz.

Segundo a enfermeira coordenadora do Centro de Atendimento a Doenças Infectocontagiosas (Cadi), de Venâncio Aires, Solange Sehn, a transmissão da hepatite B se dá através de relações sexuais e do sangue. Diferente do tipo C que ocorre principalmente através de relações. Uma das formas de prevenção, conforme ela, é incentivar o cliente a ter seu próprio kit para fazer as unhas.

Informalidade De acordo com o coordenador da Vigilância, existe um risco muito maior de contaminação nas manicures que trabalham de forma informal, pois não se sabe se elas dispõem de todos os esquipamentos para a esterilização. “É importante que exista uma conscientização dos clientes na hora de buscar por esse serviço”, comenta. Para Notti, a formalidade já é uma demonstração de capricho para o consumidor. “Mas mesmo assim nós somos obrigados a exigir o autoclave, mesmo que o cliente possua seu kit, vai que um dia se esquece o kit e como fica?”, observa.