Você sabia que todo o material utilizado pelas manicures precisa passar por esterilização em uma autoclave ou ser novo? Caso isso não ocorra, doenças como a hepatite B podem ser transmitidas através do sangue.

É justamente com o intuito de esclarecer sobre cuidados e a prevenção que a Vigilância Sanitária promove na segunda-feira, 17, um encontro no auditório da Secretaria Municipal de Educação, a partir das 13h30min, com manicures e podólogas, para orientar os profissionais antes de realizar uma cobrança mais rígida sobre o uso dos equipamentos para esterilizar o material.
A manicure Amanda Laís Müller, de 18 anos, conta que sempre toma os cuidados necessários. Na categoria de materiais descartáveis, segundo ela, está a lixa, o algodão, a luva e o palito, além do plástico do recipiente da água onde as unhas ‘ficam de molho’.

Na máquina de autoclave (que esteriliza através de vapor com uso de água destilada) vão os alicates, as espátulas e os cortadores de unhas. “Depois que uso o material na cliente, eles são lavados e colocados na máquina de autoclave”, explica a manicure.
Além disso, Amanda destaca que, mensalmente, o equipamento passa pelo teste biológico. “Esses testes são colocados no autoclave, retirados e colocados na mini incubadora. Em 24 horas vamos ter um resultado sobre o teste que mostrará se a esterilização foi feita de forma correta ou não”, diz.
Grupo de riscoSão ações de prevenção e cuidados com os instrumentos de trabalho que a Vigilância Sanitária irá solicitar, na segunda-feira, 17, para as 183 profissionais formais no município. O ponto alto será destacar a importância dessa atitude para evitar a transmissão de hepatite B. O coordenador da Vigilância, Everton Notti, destaca que a incidência de hepatite em profissionais dessa área é maior. “Eles são um grupo de risco. Estão prestando um serviço à comunidade, mas podem acabar sendo afetados”, diz.
Segundo a enfermeira coordenadora do Centro de Atendimento a Doenças Infectocontagiosas (Cadi), de Venâncio Aires, Solange Sehn, a transmissão da hepatite B se dá através de relações sexuais e do sangue. Diferente do tipo C que ocorre principalmente através de relações. Uma das formas de prevenção, conforme ela, é incentivar o cliente a ter seu próprio kit para fazer as unhas.
Informalidade De acordo com o coordenador da Vigilância, existe um risco muito maior de contaminação nas manicures que trabalham de forma informal, pois não se sabe se elas dispõem de todos os esquipamentos para a esterilização. “É importante que exista uma conscientização dos clientes na hora de buscar por esse serviço”, comenta. Para Notti, a formalidade já é uma demonstração de capricho para o consumidor. “Mas mesmo assim nós somos obrigados a exigir o autoclave, mesmo que o cliente possua seu kit, vai que um dia se esquece o kit e como fica?”, observa.