Má alimentação é uma das principais causas (Foto: Pexels/Divulgação)
Má alimentação é uma das principais causas (Foto: Pexels/Divulgação)

A avaliação antropométrica realizada entre setembro e novembro deste ano, nas escolas municipais de Educação Infantil (EMEIs) de Venâncio Aires trouxe um alerta importante: o número de crianças com sobrepeso e obesidade segue em crescimento. O levantamento, conduzido pelo Setor de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação, avaliou 1.032 alunos das turmas de níveis II e III, Pré A e Pré B, nas 14 escolas infantis da rede municipal. Segundo o material apresentado, a predominância de crianças eutróficas — aquelas com peso adequado, ainda representa a maior parte, mas vem diminuindo gradualmente, ao passo que as categorias superiores do Índice de Massa Corporal (IMC) avançam.

Embora a apresentação traga resultados gerais sobre o estado nutricional das crianças, os gráficos comparativos deixam evidente que há uma tendência consistente de aumento nas faixas de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade. Em crianças de dois a cinco anos, 61% estão com peso adequado, porém 27,4% estão em risco de sobrepeso; 8,1% com sobrepeso; e 3,5% em obesidade. Já entre os maiores de cinco anos, o índice de peso adequado é maior, alcançando 63,4% das crianças, porém, também são maiores os índices de sobrepeso, que é 20%, e de obesidade, que está em 10,2%, além de apresentar obesidade grave em 6,1% das crianças e de magreza 0,2%, constatações não registradas entre os menores.

Anos anteriores

A avaliação também compara percentuais entre os anos de 2019, 2023 e 2025. Em crianças menores de cinco anos, revela que número de menores com peso ideal, cai de 67,5% (2019), para 64,5% (2023) e agora, 61% (2025). Entre os que estão em risco de sobrepeso, os números aumentam de 22,8% (2019), 24% (2023) e 27,4% (2025). O sobrepeso estava em 8,1% (2019), caiu para 6,7% (2023) e voltou a elevar para 7,5% (2025). Com obesidade, eram 3% (2019), 3,83% (2023) e 3,5% (2025). Entre os maiores de cinco anos, o peso ideal melhora de 61% (2019), para 70% (2023) e agora cai para 61% (2025). Entre os que estão em risco de sobrepeso, os números eram de 21,3% (2019), 16,3% (2023) e 20% (2025). O sobrepeso estava em 10,1% (2019), caiu para 8,5% (2023) e voltou a elevar: 10,2% (2025). Com obesidade, eram 7,6% (2019), 5,2% (2023) e 6,1% (2025).

Alerta contra obesidade

Esse cenário deixa em alerta profissionais da saúde e da educação, pois indica que hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo estão atingindo cada vez mais cedo as crianças da educação infantil. Para a nutricionista da secretaria, Josiane Pacheco, o aumento do sobrepeso infantil não é um fenômeno isolado. Ele reflete mudanças no comportamento alimentar das famílias, a redução nas brincadeiras ao ar livre, o excesso de tempo de tela e a crescente oferta de alimentos ultraprocessados no cotidiano das crianças. “Nas escolas municipais não são ofertados alimentos com açúcar, fritos ou ultraprocessados, porém esses hábitos são observados em grande parte das famílias. Para controlar o problema e garantir uma alimentação mais saudável, é preciso a parceria das famílias também, com essa conscientização de ofertar, em casa, igualmente, alimentos mais saudáveis”, lembra a profissional.

No relatório, o Setor de Alimentação Escolar destaca que nenhuma ação isolada será capaz de reverter o quadro, reforçando que se trata de um problema multifatorial. A partir dos resultados, a rede municipal deverá intensificar as estratégias de promoção da saúde e buscar ampliar o diálogo com pais e responsáveis, reconhecendo que o cuidado nutricional na primeira infância é decisivo para o desenvolvimento das crianças e para a prevenção de doenças ao longo de toda a vida. “É preciso destacar que a Secretaria de Educação promove encontros com os pais das crianças que vão ingressar na rede municipal, ainda no berçário, para abordagens com foco em incentivar o aleitamento materno que é capaz de proteger contra o desenvolvimento da obesidade. Nesta semana iniciamos uma nova etapa com os pais do alunos no nível IA que farão a matrículas em 2026. Serão sete encontros agendados para atingir 210 famílias que terão seus filhos ingressando na Educação Infantil no próximo ano”, reforça Josiane.

“Neste ano, estamos ultrapassando o percentual de 90% dos produtos adquiridos para a alimentação escolar serem dos nossos produtores rurais, garantindo mais 50 tipos diferentes de alimentos. Mais de um milhão de reais em alimentos frescos e de procedência conhecida, indo para os nossos alunos, aliado a um trabalho de nutricionistas que aborda a importância dos bons hábitos alimentares, são ações que caminham juntas para contribuir com a saúde dos nossos estudantes”, lembra o secretário Émerson Eloi Henrique.

Fonte: Assessoria de Imprensa Prefeitura