No início do ano letivo os professores das escolas estaduais do interior foram surpreendidos pela determinação repassada pelo Coordenador Regional de Educação, Waldomiro Rocha. Seriam implantados já em 2014 e não em 2015 os ciclos escolares, com a junção de turmas do ensino fundamental de três em três anos. As escolas se mostraram preocupadas e em Venâncio o melhor exemplo foi da Escola São Luiz de Santa Emília, com 106 alunos. A diretora Zeni da Silva e professores se indignaram diante da ‘surpresa” no início de ano letivo. Mas ‘se viraram nos 30’ para colocar em prática a ‘ordem’ da CRE.O assunto não foi ‘engolido’. Foi levantado na Câmara de Vereadores, onde a Comissão de Educação se encarregou de debater o tema. As professoras Helena da Rosa (PMDB), Cleiva Heck (PDT) e Telmo Kist realizaram reuniões. Na terça-feira os três vereadores participaram de audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia, presidida por Altemir Tortelli (PT), proposta pelos deputados Ciro Simoni (PDT), Ernani Polo (PP) e Mano Changes (PP).Pasmem. A secretária estadual de Educação Adjunta, Maria Eulália Nascimento, revelou na audiência que a criação dos ciclos neste ano era para escolas com menos de 50 alunos e não era obrigatória; deveria ser debatida com a comunidade escolar e implantada gradativamente. Menos mal.é sabido que o êxodo rural está deixando escolas com poucos alunos. Algumas fecharam. Em governos anteriores foram nucleadas escolas, com o fechamento de algumas com menos de dez alunos, que são levados para outras escolas. Neste governo, os ciclos, inicialmente para escolas com até 50 alunos, mas possível para todas, vejo que tem como objetivo maior a racionalização de professores para compensar a falta deles nas escolas. Em vez de três professores nas séries iniciais, um professor. São fórmulas que cada governo cria, enquanto a educação vai cada vez pior no RS que já foi referência nacional. Pra começar o governo não paga o piso nacional (salário mínimo) para os professores.Resta saber se será mantido o comando da CRE, que fez esta trapalhada com professores, pais e alunos das escolas estaduais rurais do Vale do Rio Pardo?