A inclinação de algumas tipuanas e o iminente risco de quedas, ao longo da ERS-244, no acesso Dona Leopoldina, estão com os dias contados. A pedido da reportagem da Folha do Mate, o biólogo Nilmar Azevedo de Melo fez uma vistoria e constatou que as árvores da espécie ‘Tipuana tipu’ terão que ser substituídas por exemplares nativos, de menor porte.
O profissional, que atua na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), fez a vistoria ontem pela manhã. No laudo que encaminhou à Folha, o biólogo traz um levantamento fotográfico indicando que em algumas árvores foram feitas podas irregulares, mas necessárias, devido a rede elétrica. “Por isso deverão ser futuramente substituídas”, explicou.
Conclusão técnica
O laudo menciona que as tipuanas situadas no acesso Leopoldina, principalmente as existentes na margem direita (sentido centro/trevo), deverão futuramente ser substituídas por outros indivíduos florestais de menor porte. Isso precisará ser feito, considerando a rede elétrica existente entre as árvores, o que resulta em uma poda de manutenção desarmônica, descaracterizando a estrutura da copa das árvores.
Melo observa que as tipuanas são espécies exóticas e de crescimento acelerado, não sendo recomendadas atualmente para o plantio em áreas urbanas com pouco espaço ou, principalmente no passeio público. “Mesmo sendo uma espécie robusta, ela apresenta um estado crítico em relação aos cupins e fungos”, salienta.
O biólogo ressalta que esses organismos não afetam a saúde da árvore porque crescem no cerne (tronco interno), que é uma área morta e a parte viva é somente a externa. “Apesar de as árvores analisadas estarem repletas de folhas e flores, o estado de algumas é um pouco crítico pois estão pendentes sobre a rodovia e recomenda-se, gradualmente, serem substituídas por espécies nativas, com maior resistência e de menor porte, para não danificar a rede elétrica”, orienta.
Ao se referir especificamente aos fungos e cupins, fez um alerta importante. “Estes fungos e cupins podem comprometer a estrutura interna da árvore e ocasionar a queda, mas não a morte da árvore”. O biólogo alerta que o cupim subterrâneo ‘Coptotermes’ destrói e o fungo apodrecedor ‘Ganoderma sp’ são os agentes mais comuns que influenciam na queda das tipuanas na região.
Melo também lembra que a legislação federal já prevê a erradicação não só das tipuanas em área urbana, mas também do ligutre, uva do japão e outras espécies exóticas invasoras.
“Considerando os riscos potenciais pelo grande porte de uma tipuana adulta, a recomendação é a substituição gradual de todos os exemplares ao longo da ERS-244 por exemplares da flora nativa, de menor porte.”
NILMAR AZEVEDO DE MELO
Biólogo