Coronavírus, o assunto inevitável: um depoimento da jornalista Ana Flávia Hantt direto da Bélgica

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PÉ NA ESTRADA

Por Ana Flávia Hantt*

A seção ‘Pé na Estrada’ deveria dar sequência ao conteúdo sobre Nova Iorque, mas não há como falar de outra coisa a não ser a pandemia de Coronavírus. Atualmente estou na Bélgica, país que entrou em quarentena na última quarta-feira e seguirá assim até, pelo menos, 5 de abril. Isso significa que as pessoas só podem sair de casa para a realização de atividades essenciais, como ir ao mercado e farmácia.

As escolas estão fechadas, assim como todas as demais lojas. É possível sair na rua para a prática de exercícios físicos, mas apenas acompanhado de uma pessoa que more sob o mesmo teto. Interações entre vizinhos e visitas a amigos e familiares estão proibidas.

A Bélgica, país de 11 milhões de habitantes, registrava cerca de 2,5 mil casos de coronavírus até esta sexta-feira. No entanto, o número de contaminados tem dobrado a cada três dias, e a maioria dos pacientes que necessitam de hospitalização faz uso de tratamento intensivo. O governo estima que os casos continuem a crescer por até dez semanas, mas todos têm esperança de que a quarentena imposta à população surta efeitos.

Não há como negar que o coronavírus tem impactado a vida de todos de forma nunca vista. Restrições como as que estão sendo adotadas agora não eram vistas desde os tempos de guerra. No meu caso, isso significa que estou ‘presa’ na Bélgica. Com fronteiras europeias bloqueadas para estrangeiros, com a proibição de viagens não essenciais, e com o fechamento de aeroportos e redução de cerca de 90% dos voos internacionais, é praticamente impossível se mover ou mesmo retornar ao Brasil.

Baseada no que estou vivendo por aqui, a dica que ofereço é: mantenham a calma, confiem apenas em informações oficiais, mas adotem medidas preventivas. Fiquem em casa quando possível e pratiquem o distanciamento social em lugares públicos. Sejam solidários com quem necessita. As coisas mudam muito rápido e sabemos que, em um país com desigualdade social como o nosso, as pessoas mais vulneráveis são sempre as mais prejudicadas. Fiquem bem.

*[email protected]

Diário da quarentena

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