Longas filas nos bancos são argumento para novo golpe em Venâncio

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Mulheres que fazem parte de um grupo de WhatsApp – e algumas outras pessoas que nem estavam nele – receberam uma enxurrada de mensagens, ontem pela manhã, vindas de golpistas. Se fazendo passar por uma das mulheres do grupo, os estelionatários pediram depósitos bancários para pagar fornecedores, com o argumento de que estavam com o dinheiro em mãos, mas não conseguiam fazer os depósitos devido as enormes filas.

As mensagens do golpe foram encaminhadas para diversas pessoas. Se passando pela vítima, os golpistas disseram que precisavam de uma ajuda. Como a dona da conta possui comércio e é conhecida – e o seu perfil do WhatsApp era o mesmo -, algumas pessoas responderam e trocaram mensagens com o estelionatário.

Solícita, uma das vítimas se colocou à disposição para ajudar e, então, o estelionatário perguntou se ela tinha aplicativo bancário do Banco do Brasil ou da Caixa Federal. A vítima disse que não possuía os aplicativos e perguntou se poderia ajudar de outra maneira. O golpista relatou que precisava pagar um fornecedor, de fora do Estado, e que tinha o dinheiro em mãos, mas que não tinha tempo para ficar na fila do banco. “Queria que eu depositasse um valor e me garantiu que me traria o dinheiro, só para evitar as filas dos bancos”, explicou a vítima.

Ela teve certeza que se tratava de um golpe quando perguntou a outras mães do grupo, se alguém tinha o número do telefone residencial da pessoa que dizia estar falando com ela. “Então, o golpista também entrou no grupo e usando o contato da minha amiga, perguntou se eu estava com dúvidas e pediu para que eu falasse em particular, no WhatsApp e me chamou de flor. Ela (a dona do verdadeiro contato) nunca me chamou assim”, mencionou a vítima. Depois disso, a vítima parou de responder as perguntas e o golpista cessou as conversas.

Mas, uma das tantas amigas da mulher que teve seu WhatsApp clonado, foi mais adiante. Como é comum o contato de ambas pelo aplicativo, a mulher depositou R$ 1.600 em uma conta, conforme solicitado. Mas logo em seguida, ligou para a amiga e soube que se tratava de um golpe. “Eu já sabia que meu WhatsApp tinha sido clonado, mas não sabia que minhas amigas estavam sendo vítimas de um golpe”, explicou.

Sabendo disso, a mulher que fez a transferência dos R$ 1.600 foi até uma casa lotérica, descobriu que o dinheiro não tinha sido sacado e conseguiu bloquear a conta.

R$ 2.800
Outra pessoa que está na lista de contatos da dona do número clonado escapou do golpe. A mulher recebeu mensagens por volta das 10h, onde o estelionatário usou a mesma estratégia para pedir um depósito bancário. Mas como esta vítima já sabia do golpe, ‘deu corda’.

Por alguns minutos, o golpista tentou convencer a mulher a fazer um depósito de R$ 2.800. Inclusive, repassou o número de uma conta, em nome de um desconhecido. Ao ser questionado por que o depósito não seria na sua conta, o golpista apagou a mensagem com o número da conta e saiu do ar.

“CAI NO GOLPE, POIS ACREDITO NAS PESSOAS”

Ontem à tarde, ainda ‘digerindo’ o que tinha acontecido, a mulher que teve o WhatsApp clonado concedeu entrevista à Folha do Mate. Tranquila, disse que só caiu no golpe, pois é uma pessoa pura e que acredita nos outros. O fato de ter um comércio também facilitou a ação do golpista.

A vítima contou que pela manhã recebeu uma mensagem no WhatsApp, achou que conhecia a pessoa pela foto do perfil, mas não tinha aquele número gravado em seus contatos. “Isso, às vezes acontece, pois estou em outros grupos e poderia ser um cliente querendo fazer algum pedido”, observou.

O golpista (o perfil usado era de uma mulher) segui conversando como se fosse um conhecido e alegou que havia lhe encaminhado um código de WhatsApp, mas na verdade era para outra pessoa. “Por isso pediu que eu fizesse um print da conta e reecaminhasse”. A vítima fez isso e logo em seguida, usando um telefone convencional, ligou para o número do celular e soube que aquela conta havia sido clonada.

Imediatamente a mulher não conseguiu mais acessar a sua conta no WhatsApp e foi até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Depois, foi até uma empresa de telefonia e soube do golpe que havia caído. “É como se o golpista comprasse um celular novo e pedisse para instalar o meu número naquele aparelho”, descreveu.

Consciente de que fez um procedimento errado, a vítima lamentou ter sido enganada. “Mas a partir de agora, vou confiar nas pessoas, desconfiando”.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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