Andar no trânsito de Venâncio Aires não é uma tarefa das mais fáceis. Com uma população estimada em 71.554 habitantes, há 48.330 veículos em circulação. É mais de um veículo para cada duas pessoas, sem levarmos em conta as bicicletas, charretes e carrinhos usados para recolher material reciclável. É muita gente circulando, desordenadamente, em pouco espaço. Como resultado, muitos acidentes e um elevado número de multas por infrações no trânsito.
De acordo com secretário municipal de Segurança, Dário dos Santos Martins, estacionar em desacordo com a sinalização é uma das principais infrações cometidas na Capital do Chimarrão. Pela ordem, cita a não regularização do pagamento nas vagas do rotativo, o desrespeito nas vagas de idosos e deficientes e a não observância dos locais de carga e descarga.
Martins, que tem sob sua responsabilidade o Departamento de Trânsito – e também é o coordenador da Defesa Civil -, observa que os motoristas procuram sempre o ‘jeitinho brasileiro’, quando abordados pelos fiscais. “Se estão nas vagas de idosos ou deficientes, alegam que é coisa rápida, na intenção de não serem multados”. Trata-se de uma infração gravíssima , com perda de sete pontos no prontuário da Carteira Nacional de Habilitação e multa de R$ 293,47.
“Este ano foram lavrados 620 autos de infração, sendo 441 por estacionar em desacordo com a sinalização.”
DÁRIO MARTINS – Secretário de Segurança
Estatísticas
Conforme o Departamento de Trânsito, existem 7.025.685 veículos em circulação no Estado. Entre eles, 4.264.494 são automóveis, 1.193.340 são motocicletas e 297.031 são caminhões.
Em Venâncio Aires, pelos dados atualizados do Detran, são 26.338 automóveis, de um total de 48.330 veículos. Só de motociclistas, há 12.819 na Capital do Chimarrão. O número de caminhões é de 1.662.
Pelas estatísticas do Departamento de Trânsito, 80% dos acidentes acontecem na área central – no quadrante entre as ruas Armando Ruschel e 7 de Setembro; e Coronel Agra e Tiradentes. Em um levantamento levando em conta o mês de março, Martins disse que os fiscais atenderam 31 acidentes com danos materiais. Destes, revela o secretário, em 74% havia apenas um envolvido, sendo que 26% destes eram do sexo feminino. A idade média dos envolvidos é de 41 anos.
Os casos envolvendo acidentes com lesões corporais são atendidos pela Brigada Militar. De acordo com a capitão Michele da Silva Vargas, foram seis ocorrências no mês de março deste ano, contra 16 do mesmo período do ano passado.
Os horários onde mais acontecem acidentes, conforme as estatísticas do Departamento de Trânsito, são das 7h15min às 8h30min e das 11h às 12h45; e das 14h às 15h30min e das 17h30min às 19h30min. “Quase 50 % dos acidentes acontecem quando as pessoas estão voltando para casa do trabalho”, observa Martins.
Outra constatação é que as rotatórias, instaladas nos cruzamentos das ruas Júlio de Castilhos e Jacob Becker e Júlio e Armando Ruschel, reduziram a zero o número de acidentes naquele local.
O que mais acontece
- A reportagem foi às ruas para verificar as infrações mais cometidas pelos motoristas que circulam pela área central da Capital do Chimarrão. Em poucos minutos foi possível flagrar dois dos erros mais apontados, que são não ligar a seta do pisca-pisca para indicar a direção que irá tomar e a saída do estacionamento sem respeitar o veículo que está andando naquela direção.
- Mas também foi possível encontrar bicicletas circulando na contramão, ciclistas andando lado a lado – quando a orientação é em fila – e veículos que estão andando em fila dupla e simplesmente param para dar carona ou para que alguém desça, por exemplo.
*Texto atualizado às 17h31min.