A venâncio-airense Luce Carmen da Rosa Mayer, 49 anos, foi reeleita coordenadora da 24º Região Tradicionalista (RT), pela quarta vez consecutiva. A eleição aconteceu na terça-feira, 10, no CTG Querência do Arroio do Meio, em Arroio do Meio. A chapa única foi eleita com 52 votos válidos, sendo 47 favoráveis.
Feliz com o resultado, Luce planeja como será o próximo ano para o tradicionalismo, já que 2020 foi cheio de desafios. Confira a entrevista.
Folha do Mate: Quantos anos você vive o tradicionalismo e como entrou nesse meio?
Luce Carmen: Atuo no tradicionalismo há mais de 25 anos. Eu entrei no meio porque minha família materna, residente de Barros Cassal, é tradicionalista. O meu avô é gaiteiro e vivíamos muito com ele e participávamos de rodeios. Eu tinha uns 5 anos e na época os rodeios aconteciam mais na 5ª RT, nos municípios de Sinimbu, Santa Cruz e Vale do Sol. Minha participação vem desde criança, mas se assentou mais quando meus filhos passaram a ter gosto pelo tradicionalismo, pois tanto o Felipe quanto a Marina sempre foram ativos na cultura gaúcha.
Como você ingressou nas coordenadorias tradicionalistas?
Primeiro fui patroa no DTG Piazito, em 2001. Depois comecei a realizar algumas atividades na região, fui vice-coordenadora, diretora de cultura, diretora artística, sempre procurando realizar um trabalho envolvendo todas as entidades
Você foi a primeira mulher a assumir a 24ª RT, qual foi essa sensação?
Foi uma sensação de orgulho, porque infelizmente ainda temos pessoas que pensam que para ser patrão e coordenador tem que ser homem e nós conseguimos quebrar esse tabu na região. E fizemos isso com apoio de patrões homens, pois eles entenderam nossas propostas, que queríamos na época e mantemos até hoje, que é a realizar a integração das entidades e fazer um trabalhado voltado para o reconhecimento da região no estado. Hoje, a sensação é de gratidão, pois estou no terceiro mandato, indo para o quarto em 2021.
O que representa para você ser coordenadora da região tradicionalista?
Representa muito compromisso e responsabilidade, pois na função de coordenadora preciso estar sempre à disposição das entidades, no sentido de orientar eles de seguir nosso regulamento, normas e regras que precisam ser cumpridas dentro de uma entidade tradicionalista. Procuro sempre com transparência repassar todas informações recebidas, das reuniões e documentos, para que as entidades também estejam sempre atuantes no movimento.
Qual é a função de uma coordenadora tradicionalista?
A função da coordenadora é representar o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), é uma diretoria do movimento dentro da região, porque as regiões são extensões dentro do MTG. Por isso, a função de sempre participar das atividades e levar informações.
Como coordenadora regional, você auxilia o tradicionalismo em Venâncio Aires?
Auxílio todas as entidades que precisam de orientação e até mesmo realização de evento. Estou sempre presente, participando e orientando eles. O nosso município tem várias entidades tradicionalistas, algumas com foco campeiro, outras com foco artístico e cultural.
Qual maior desafio do tradicionalismo atualmente?
Esse ano foi completamente diferente devido à pandemia e o desafio foi a questão de se reinventar. Isso porque, mesmo que as entidades estejam com as portas fechadas, elas têm despesas e para manter isso elas tiveram que se reinventar fazendo lives e promoções, tudo de acordo com as normas de cada município. Mas, para auxiliar veio a Lei Aldir Blanc, que de uma forma ou de outra ajudou na questão financeira, pois praticamente todos os municípios da 24ª RT receberam recursos e organizaram suas formas legais de passar para as entidades. Mas tivemos um esforço em orientação para que as entidades não parassem com as atividades.
O que espera de 2021 para o tradicionalismo?
Apesar das entidades estarem retornando os ensaios, não sabemos como serão os eventos, em função das aglomerações. Na região temos projetos para realizar eventos em 2021 com cuidados, mas ainda temos que apresentar e discutir sobre isso.