O 2021 começou e com ele, heranças de anos anteriores nas estradas e rodovias da região. Na RSC-287, trecho entre o pedágio de Vila Arlindo e Vila Mariante, há pontos perigosos, quase intransitáveis. Há locais onde o asfalto parece estar derretendo, formando buracos e elevações no centro e nas laterais da rodovia. O acostamento também está muito ruim, em quase todo o trecho.
Denúncias falando das más condições da rodovia foram encaminhadas e a reportagem da Folha do Mate foi conferir ‘in loco’. O que se viu foram locais onde o asfalto, literalmente, está esfarelando e parece amolecer. São muitas elevações, ‘valetas’ e brita espalhada nas margens e fora da pista. O desgaste da rodovia e os remendos tomam conta dos pouco mais de 30 quilômetros do trecho.
No sentido pedágio/Vila Mariante, as piores condições são entre Linha Ponte Queimada e Vila Estância Nova. Há locais onde a marcação lateral da via ficou sinuosa, em um processo difícil de explicar. É como se o asfalto tivesse amolecido e com a passagem dos veículos, fosse se formando um novo traçado em forma de ‘S’. São trincas transversais, longitudinais e em malha (tipo ‘couro de jacaré) e ondulações com os mais variados tamanhos. Neste trecho também há locais onde o eixo da pista se elevou.
Estudos do Conselho Nacional de Transportes (CNT) dizem que “a qualidade do pavimento das rodovias tem impacto direto no desempenho do transporte rodoviário e na economia do Brasil. Uma rodovia com más condições de pavimento aumenta o custo operacional do transporte, reduz o conforto e a segurança dos passageiros e das cargas, além de causar prejuízos ambientais”.
Responsabilidade
E de quem é a responsabilidade pelo conserto da via? Oficialmente, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) é responsável pela manutenção dos trechos concessionados até que a nova empresa, vencedora do leilão de concessão, assuma. O grupo espanhol do Consórcio Via Central está em uma transição operacional com a EGR e deve assumir os 204,5 quilômetros da RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria, entre os meses de maio e junho.
De acordo com o diretor do Departamento de Concessões do governo do Estado, Rafael da Cunha Ramos, as tratativas são para que a EGR mantenha a cobrança nas duas praças de pedágio existentes, no km 86, em Vila Arlindo e no km 131, em Candelária, até que toda a documentação esteja pronta e o novo grupo assuma. “E até lá, a responsabilidade de manutenção é dela (EGR)”, explicou.
Até lá, a cobrança nas praças de pedágio segue sendo R$ 7. Com o grupo espanhol no comando, o valor da tarifa será de R$ 3,36. O contrato de 30 anos, que prevê a duplicação de todos os 204,5 km da rodovia, também permite a construção de mais três praças de pedágio no trecho.
R$ 13 milhões – é o valor arrecado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) na praça de pedágio de Venâncio Aires, entre os meses de janeiro e outubro de 2020. De acordo as as informações prestadas pela EGR, R$ 2.239.256,24 foram usados para pagar impostos e tributos, R$ 9.104.951,57, para gastos na rodovia e operação; e R$ 1.892.923,35 para demais desenbolsos, totalizando R$ 13.237.131,16