Orquestra de Venâncio Aires planeja ações

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A pandemia de Covid-19 se tornou um desafio para muitas pessoas e causou mudanças na forma de trabalho em diferentes setores. Com a Orquestra de Venâncio Aires não foi diferente. O grupo, que é destaque na área musical do município, tinha diversas atividades programadas para o ano passado, mas precisou repensar todas.

Uma delas é o show Dressed for Roxette, um tributo à dupla de pop rock sueca formada por Marie Fredriksson e Per Gessle. A apresentação estava agendada para março, mas precisou ser cancelada por causa da proibição de aglomeração. Apesar do adiamento, a ideia do grupo é realizar o tributo assim que houver permissão. “Já tínhamos mandado imprimir os ingressos para a segunda edição desse tributo”, observa o maestro Daniel Böhm.

Dois tributos já fazem parte da trajetória da orquestra: Elvis Presley, em 2018, e Queen, em 2019. Segundo Böhm, a realização desses shows foi uma grande conquista do grupo. “Foi uma iniciativa para conseguir ter um trabalho próprio, fazer um evento nosso. É um show local que temos o maior prazer de tocar e com ingresso acessível. Vamos seguir com a linha de tributos, até para termos mais autonomia e oferecê-los para outros municípios”, avalia.

Autonomia

Outro projeto que está entre as metas a serem colocadas em prática pela Orquestra de Venâncio Aires é a captação de recursos por meio de projetos culturais. Em duas oportunidades os músicos conseguiram angariar valores por meio da Lei Rouanet, conseguindo realizar uma turnê estadual (entre 2014 e 2015) e outra nacional (entre 2017 e 2018).

No fim do ano passado, eles também foram contemplados com os recursos da lei federal Aldir Blanc. Por isso, a orquestra promoveu uma live em homenagem aos 10 anos de história, que foram completados em novembro de 2019. De acordo com Böhm, que é licenciado em Música pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o objetivo do grupo é trabalhar na busca por autonomia.

Plataformas digitais

• Por causa das restrições impostas pelo coronavírus e a impossibilidade de realizar eventos presenciais, a Orquestra de Venâncio Aires precisou desenvolver novas maneiras de se aproximar do público. Para isso, apostou no uso das plataformas digitais, como divulgação de vídeos no YouTube e de publicações no Instagram e no Facebook.

• Mesmo quando a pandemia terminar, o grupo pretende manter a atuação nas redes sociais e, inclusive, já pensa em estratégias para ampliar a interação com os internautas. Entre elas está a produção de clipes musicais e vídeos com os músicos explicando informações sobre os instrumentos que tocam. “É um segmento adaptado ao contexto atual”, observa o maestro Daniel Böhm.

“Acho que a orquestra é um símbolo cultural muito forte de Venâncio, até porque representa o município em outras cidades, e ela é muito significativa na minha realização profissional.”

DANIEL BÖHM – Maestro

Saiba mais

  • O número aproximado de músicos que fazem parte da Orquestra de Venâncio Aires é 20.

Olhar de quem ajuda a escrever a história

Tiago Wachholz já interpretou Elvis em um tributo da orquestra Foto: Lucas Marmitt/Divulgação

Ainda na adolescência, Tiago Wachholz iniciou a trajetória junto com a música e, por consequência, com a Orquestra de Venâncio Aires. Ele recorda que as primeiras influências nessa área surgiram por meio da escola, quando começou a ter contato com os instrumentos musicais e com as bandas colegiais. Depois, quando a orquestra foi criada, em 2009, ele foi convidado a integrá-la.

Desde então, o saxofonista e cantor já viveu muitas histórias junto ao grupo. Uma delas, foi interpretar o ‘rei do rock’ no tributo realizado em homenagem a Elvis Presley, em 2018. Para ele, que faz parte dessa história desde o princípio, entre as principais mudanças que a orquestra passou tem relação com os integrantes. “Muita gente saiu e muita gente entrou”, comenta.

Outro ponto mencionado por ele é a necessidade de o grupo se autogerir, como a realização de apresentações para angariar recursos que garantam a manutenção dos instrumentos e dos musicistas. Além disso, citou a mudança de regência como outra mudança vivida pela orquestra ao longo da sua história.

Para ele, o padrão de excelência da orquestra é um marco da história dela. “Ela é uma junção de pessoas que representa o município e que, por isso, precisa fazer um trabalho bem feito para ser apresentado para a comunidade venâncio-airense e de outras cidades, levando o nome de Venâncio”, destaca. Para Wachholz, participar da Orquestra de Venâncio Aires representa um compromisso e é uma atividade prazerosa. “Participar da orquestra se tornou uma rotina boa. Todas as pessoas que participam dela fazem isso porque gostam”, explica.

Wachholz ressalta que a orquestra é importante para Venâncio pela representatividade, por levar o nome da Capital Nacional do Chimarrão para outros municípios, pelo fomento à cultura e por ela influenciar uma nova geração de pessoas que gostam de música.

Representatividade

Foi na infância que Sthephane Wagner começou a ter contato com a música. “Desde pequena, sempre gostei muito, principalmente músicas dos anos 80 e 90, que eram as que meus pais escutavam. A música também sempre esteve presente nas confraternizações da minha família”, lembra. Entre o fim de 2014 e o início de 2015 ela começou a ensaiar com o trombone.

Na Orquestra de Venâncio Aires, iniciou a atuação ‘nos bastidores’, auxiliando as meninas com a maquiagem, no carregamento de instrumentos, na montagem do palco e com as fotografias das apresentações. Foi em 2016 que Sthephane passou a integrar de forma oficial o grupo como instrumentista. “Fui evoluindo junto com a orquestra”, avalia.

“Considero a música e a participação na orquestra minha vida. Não me vejo sem isso. Inclusive, estou cursando licenciatura em Música. Quero levar isso para frente. É isso que escolhi pra mim. Minha vida sem isso não faria nenhum sentido.”

STHEPHANE WAGNER – Integrante da Orquestra
de Venâncio Aires

Para ela, as principais mudanças pelas quais o grupo passou têm relação com a independência, a transparência e a evolução técnica. Como marcos, ela menciona a gravação do DVD, que é um material usado pelo grupo como divulgação do trabalho e os tributos ao Elvis Presley e ao Queen.

Além disso, ela ressalta que o tributo à Roxette, no qual ela interpretará Marie Fredriksson, será executado assim acontecer a autorização para o retorno dos eventos. “Quero deixar como recado que as pessoas que compraram ingressos guardem eles porque nós vamos fazer o show assim que possível”, salienta. Ela também acredita que a relevância da orquestra para Venâncio seja servir como inspiração para outras pessoas que tenham interesse em se dedicar à música.



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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