Os dias de hoje fala-se muito em check-up. Na verdade, esta é uma palavra do inglês americano integralmente incorporada ao português falado no Brasil. Trata-se de um conjunto de exames médicos que constituem um dos passos fundamentais da medicina preventiva. O que se quer é antecipar-se às doenças, tomando providências para preveni-las ou para evitá-las. A dificuldade para se concretizar esta prevenção reside justamente na falta de recursos financeiros para sua execução. O Sistema Único de Saúde (SUS) não possui estrutura financeira que possa suportar esta série de exames periódicos recomendados. Os perto de 40 milhões de brasileiros assistidos pelos diferentes planos de saúde, também relutam em fazer exames sofisticados, pois isto fatalmente levaria a um aumento do custo do seu plano de saúde. Os seguros de saúde e os planos de saúde geralmente não cobrem os custos com o check-up. Este custo varia muito de acordo com os exames efetuados, mas em geral pode chegar de R$ 800,00 até R$ 1,5 mil.
Na prática, o check-up continua sendo um recurso exclusivo da camada mais rica da população. A avaliação do colo uterino, da próstata, a mamografia, as dosagens de colesterol, triglicerídeos, glicose e tantos outros, deveriam ser feitas dentro de uma certa rotina, pois se constituem em um conjunto de exames periódicos que verificam as condições físicas das pessoas, prevenindo para surpresas desagradáveis. O hábito de fazer o check-up todos os anos já salvou muita gente. Assim, por exemplo, um teste de esforço físico na esteira, pode constatar uma obstrução da artéria coronária. O seu tratamento precoce pode livrar a pessoa de um infarto, especialmente se puder associar uma alimentação saudável, sem carne vermelha e sem alimentos gordurosos. Todos os especialistas em medicina preventiva recomendam que se faça estes exames periodicamente, pois somente assim se pode prevenir muitos problemas com a saúde. Antes dos 40 anos de idade, esta avaliação pode ser repetida de 5 em 5 anos. Depois dessa idade é aconselhável fazê-la com mais cuidado de dois em dois anos ou até anualmente. No Brasil, algumas empresas já contratam revisões médicas periódicas, mesmo que estas sejam até bem superficiais, servem para identificar casos de hipertensão ou outros problemas mais corriqueiros.
Poucas pessoas, entretanto, se deram conta que uma melhor análise do custo-benefício, há muito tempo já vem apontando para as vantagens do diagnóstico precoce das doenças. Pelo histórico das avaliações periódicas pode-se criar um prognóstico sobre o provável futuro da saúde da pessoa. Da mesma forma, por exemplo, uma empresa pode até preparar um substituto para alguém que está desenvolvendo uma doença irreversível.
Vivemos em um país com recursos muito limitados. Entretanto, mesmo assim, sempre será possível que tomemos alguns cuidados a mais, em benefício do nosso organismo. Quem puder pagar pelo seu check-up, deve fazê-lo. Quem tiver um plano de saúde, deve conversar com seu médico para definir as prioridades nos exames anuais. Quem tiver apenas a cobertura da assistência pelo Sistema Único de Saúde, deve tentar pelos recursos disponíveis na sua comunidade, fazer pelos menos uma avaliação anual com seu ginecologista, cardiologista, urologista ou clínico de confiança.
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