Quando era jovem e auxiliava a família no cultivo de aipim, Silvia Alexsandra dos Santos, 43 anos, ainda não imaginava que tiraria dessa cultura o sustento da família. Moradora de Linha Herval, no interior de Venâncio Aires, há pouco mais de 10 anos, ela decidiu investir em uma agroindústria para vender aipim congelado. Agora, já diversifica o mix de produtos.
A agroindústria Vegetais Sabores da Querência iniciou as atividades em 2014, a partir da comercialização de alface hidropônica e aipim congelado. Depois, por causa da dificuldade para manter as estufas de alface, Silvia decidiu investir apenas no aipim. Os principais pontos de venda são mercados e empresas – estas últimas utilizam o item na preparação da alimentação dos colaboradores –, localizados em Venâncio Aires, Canoas e Estrela.
Com a venda do aipim congelado já consolidada, Silvia e o marido Luciano André Pittol, 44 anos, decidiram inovar e desenvolver novos produtos para comercializar durante a 16ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), que ocorreu em maio deste ano, no Parque Municipal do Chimarrão. Com o apoio da Emater, eles reuniram ideias que já tinham recebido de conhecidos e familiares e criaram os chips e os bolinhos de aipim.
RECEPÇÃO DO PRODUTO
Os testes das receitas começaram a ser feitos na semana que antecedeu o início da Fenachim. Após a conclusão dessa etapa, Silvia precisou correr contra o tempo para imprimir os rótulos com a marca da agroindústria e as informações nutricionais do produto. Para a surpresa dela, as novas mercadorias fizeram muito sucesso durante a festa.
“Não imaginava que venderia tão bem. As pessoas que compraram na Fenachim agora entram em contato para comprar mais”, relata. Durante os nove dias de festa, o casal comercializou cerca de 1 mil saquinhos de chips e 300 de bolinhos de aipim congelados. O dia de maior movimento foi quando ocorreu o baile da terceira idade. “Naquela semana, arrancamos 40 caixas de aipim. Dessas, umas 15 usamos para fazer os chips e os bolinhos”, recorda.
Para a felicidade de Silvia e do marido, muitos clientes que conheceram os novos produtos durante a Fenachim fazem novas encomendas e também divulgam os produtos para familiares e amigos. Além disso, ela oferece os novos itens pelas redes sociais. Atualmente, o casal produz, em média, cem pacotes dos dois produtos por semana.
Por enquanto, eles são vendidos apenas ao consumidor final, mas alguns mercados de Venâncio já demonstraram interesse em comercializá-los. No momento, os empreendedores rurais encaminham a criação de rótulos com código de barras e organizam o processo para conseguir vender os itens para esses estabelecimentos.
Como não recebem conservantes, os chips e os bolinhos têm um prazo de validade menor, 10 dias e três meses, respectivamente. “Minha maior satisfação é saber que os clientes gostaram”, destaca Silvia. O trabalho para a preparação dos produtos é todo manual, mas a moradora de Linha Herval pretende adquirir uma máquina para facilitar o preparo dos chips.
“Minha ideia não é só vender, mas saber que as pessoas vão voltar para comprar mais.”
SILVIA DOS SANTOS
Produtora rural
Sobre o nome
O nome da agroindústria Vegetais Sabores da Querência é uma homenagem ao pai de Silvia, Gaspar Luiz dos Santos, já falecido, que sempre se referia à casa da família como querência. “Quando ele convidava alguém para fazer uma visita, sempre dizia para vir na querência”, comenta. Além disso, o empreendimento foi construído no galpão que pertencia a ele.
8 hectares
é a área na qual Silvia e o marido cultivam aipim. Desse total, cinco hectares são arrendados. Quando a colheita nesses locais é finalizada, o casal compra mandioca de outros produtores rurais.
