Uso comercial e residencial: a verticalização dos prédios em Venâncio Aires

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Sem considerar a Igreja São Sebastião Mártir, com 65 metros de altura até a ponta das torres (a construção mais alta de Venâncio Aires), quando se pensa em prédio residencial ou comercial, houve um tempo em que o Edifício Storck (Museu) era um ‘arranha-céu’ na cidade. Esse cenário foi há mais de 50 anos, quando a Capital do Chimarrão ainda era formada por muitas construções térreas. Com a ampliação da população e naturalmente do perímetro urbano, os espaços residenciais e comerciais foram adquirindo novos formatos e ganharam mais andares.

Singulo 360, localizado na avenida Ruperti Filho, foi concluído em 2021 e conta com 15 pavimentos (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Essa condição de ‘verticalização’, como é chamada, nos últimos anos deixou de ser novidade e é uma tendência cada vez mais forte. Basta dar uma rápida circulada nas ruas centrais de Venâncio Aires. Quem tem trabalhado muito com esse conceito é a House Construtora, que, em 14 anos de atuação no município, tem focado em empreendimentos verticalizados, tanto para uso comercial quanto residencial. “Entendemos que o processo de verticalização nas cidades é irreversível. Cada vez mais as pessoas prezam por segurança e morar perto de tudo, com localização estratégica, além de ter diferenciais de conforto e uso que atendam de maneira satisfatória as suas necessidades”, considera o arquiteto Giovani Bülow, diretor da House Construtora.

Entre as obras destacas por ele estão o ‘Singulo 360’ (2021) e o ‘Inspire’ (2022), ambos na avenida Rupperti Filho e com 15 pavimentos cada. Na questão comercial, cita o Office Tower (2014), com 11 pavimentos, e o Centro Clínico (2013), com oito pavimentos.

Office Tower, na rua Júlio de Castilhos, é um dos destaques entre os prédios comerciais, com 11 pavimentos (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

No segundo semestre de 2023, a empresa vai lançar mais um empreendimento, na rua Barão do Triunfo próximo à esquina com a Tiradentes. Conforme Bülow, o Estilo House será composto por duas salas comerciais no térreo e uma torre residencial com 10 pavimentos. O empreendimento ainda terá estrutura condominial, espaço fitness, salão de festas e jardim. “Todos os projetos são pensados de maneira a atender da melhor forma os futuros moradores, priorizando a funcionalidade do prédio, sem deixar de lado as características plásticas do empreendimento, criando assim uma identidade única.”

Além de Giovani Bülow, a equipe técnica da House é formada pelo engenheiro civil Carlos Theisen e pela arquiteta Tatiana Gullich, responsáveis por todos os projetos da construtora.

“A verticalização das construções no nosso município é importante para o desenvolvimento urbano e tem impacto direto no uso do solo, uma vez que, onde antes havia apenas uma residência ou sala comercial, por exemplo, hoje podemos ter um conjunto de unidades que usam o mesmo sistema viário, otimizando todo o custo para a cidade e, por consequência, para seus moradores.”

GIOVANI BÜLOW – Arquiteto e diretor da House Construtora

A ocupação salutar dos espaços

Ao avaliar o surgimento de prédios mais altos no centro da cidade, Telmo Kist, corretor da Imóveis Kist, diz que há alguns fatores que contribuem para a mudança. Entre eles, o fato de os terrenos na área central estarem muito valorizados, o que praticamente inviabilizou a manutenção ou construção de casas nesses locais.

“Ao se optar por construir um prédio com vários apartamentos, o custo do metro quadrado de área fica diluído entre as unidades, possibilitando um preço final competitivo. Outro detalhe importante é que esses prédios trazem lojas no primeiro piso, ampliando a oferta de espaços comerciais na cidade, que tanta gente precisa”, analisa.

Kist também menciona que esse tipo de oferta propicia condições para que as pessoas que já moravam em residências centrais ou as que sonhavam em morar no Centro possam desfrutar de conforto em apartamentos funcionais e práticos, próximos de todos os serviços que a cidade oferece.

O corretor de imóveis observa que é importante levar em conta que as áreas centrais da cidade já dispõem de toda infraestrutura para receber construções. “Neste local o poder público já fez sua parte. Portanto, uma racional ocupação desses espaços é salutar para a cidade, diferente de quando as construções são feitas em bairros distantes, onde o poder público, depois, deverá suprir as carências de escola, posto de saúde, praças e outros equipamentos necessários para a vida do cidadão. Então vejo com muito bons olhos a mudança de cenário na cidade e ela mostra a pujança de uma comunidade.”

Comodidade e infraestrutura completa

O corretor e sócio proprietário da Idear Consultoria Imobiliária, Tiago de Souza, entende que a verticalização passa pela comodidade, de estar próximo da infraestrutura do Centro. “Muitos têm um dia a dia tão corrido e acabam optando por morar mais próximo do trabalho, mais próximo do seu empreendimento, para quem é proprietário de empresa. Então se torna mais cômodo. O carro pode ficar na garagem, enquanto a pessoa se desloca para o mercado, farmácia, fazendo tudo a pé.”

Ainda sobre a comodidade, Souza diz que ela acaba aparecendo também nesses novos empreendimentos. “Vemos que possuem mais vagas de garagem, salão de festão, playground, academia. Tudo isso anexo aos novos empreendimentos que vêm sendo lançados, para dar cada vez mais comodidade ao morador e ele usufruir ao máximo aquilo que está adquirindo.”

Interior

O corretor também observa outro movimento. “Como temos um município muito amplo, a gente vê grandes empreendimentos também de alto padrão, apartamentos de alto padrão sendo construídos, onde muitas pessoas moram no Centro, mas também têm uma chácara, uma área rural, para lazer aos finais de semana. Essa também é uma tendência muito forte na nossa cidade.”

Do alto das torres da Igreja Matriz, que é a edificação mais alta de Venâncio, é possível visualizar o Office Tower e o Singulo 360 (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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