De onde vem toda água que provoca as cheias do rio Taquari

A chuva forte que caiu no domingo e segunda na serra gaúcha e planalto, provocou a segunda maior cheia do rio Taquari na história. É apenas o início do fenômeno El Ninho, que vai trazer muita chuva neste segundo semestre, preveem meteorologistas. É a enchente de São Miguel – 29 de setembro – antecipada, dizem os mais antigos em referência as chuvas do início da primavera em todos os anos.
O rio Taquari passa por Venâncio, em Vila Mariante, 2º Distrito. A enchente provocou mortes, prejuízos, e desalojamento de pessoas e animais, o que exigiu uma força-tarefa comandada pelo prefeito Jarbas da Rosa com equipes da prefeitura, forças de segurança e voluntários, que estão desde segunda, 4, acompanhando a situação e tomando providências, com histórias de emoção e comoção, como contamos nesta edição.
O rio Taquari se forma em Santa Bárbara, distrito de São Valentim do Sul. Ali o rio das Antas, que vem dos campos de cima da serra, em São José dos Ausentes, desce serra entre Antônio Prado e Caxias, Veranópolis e Bento, Farroupilha, e recebe água do rio da Prata, que desce por Nova Prata, se junta ao rio Carreiro, que nasce perto de Lagoa Vermelha e também desce a serra. Logo depois, em Muçum, o Taquari recebe as águas do rio Guaporé, que desce da região de Marau, e a serra de Guaporé. Em Arroio do Meio, entra o rio Forqueta, que desce pela serra entre Fontoura Xavier e Arvorezinha. Estas regiões tiveram muita chuva, em alguns lugares 300 mm, e provocaram a cheia histórica no Vale do Taquari. A maior enchente foi em 1941, com 29,92 metros do rio no porto de Estrela. Na terça, 5, o Taquari atingiu 29,62 no mesmo ponto, 30 cm menos que o recorde histórico. São as duas enchentes que passaram dos 29 metros em 80 anos.

Mapa da bacia hidrográfica Taquari-Antas mostra os afluentes e regiões de onde veio toda água da enchente no Vale do Taquari nesta semana

O aterro da RSC-287 funciona como ‘taipa’

Na cobertura multiplataforma da Folha e Terra FM, selecionei uma imagem de drone, feita por Renan Zart, mostrando o começo da enchente em Vila Mariante na terça, 5, e o efeito ‘taipa’ que o aterro da RSC-287 cria, ‘atacando’ a água do rio, levando a inundação de lavouras e casas até Picada Nova neste lado da rodovia.
O vereador Ezequiel Stahl, eleito pelo PTB, que mora nesta região, faz, há algum tempo, movimentos com reivindicação ao governo do Estado e Rota Santa Maria, a partir de audiências públicas com moradores, para que na duplicação da 287 sejam feitas galerias maiores para dar vazão à água de um lado para o outro da rodovia. A hora de conseguir resolver essa situação é agora, quando a duplicação da rodovia está em fase de projetos. Uma bandeira que precisa ser levantada por todas as lideranças, pelo bem dos agricultores que tem suas propriedades nesta região e suas próximas gerações.

Água das cheias do Taquari represam no aterro da RSC-287 que tem pouca vazão de um lado para o outro da rodovia. Foto do início da enchente.. (Foto: Renan Zart)

R$ 240 milhões no IBSAÚDE

Vinícius Medeiros, vice-presidente do IBSAÚDE, instituto que tem parcerias de gestão de hospitais e UPA’s em vários municípios do estado, divulgou na semana que passou que todos os dois mil profissionais contratados pelo IBSAÚDE para atendimento dos convênios, receberam salários de agosto antes de terminar o mês. A folha mensal é de R$ 6,5 milhões. O orçamento de 2022 foi de R$ 240 milhões e deve fechar com alta em 2023, me revelou Vinícius, que deixou a política para se dedicar ao IBSAÚDE, criado e presidido pelo seu pai, José Eri Medeiros, que foi secretário municipal de Saúde em Venâncio no primeiro governo Glauco Scherer (PMDB-19891992).

Imposto sindical

E o STF em seis votos já formou maioria de 6 a 0 para tornar a contribuição assistencial aos sindicatos obrigatória, uma vez aprovada em convenção coletiva dos sindicatos. Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Carmem Lúcia, Dias Toffoli e Alexandre Moraes votaram pela obrigatoriedade. Até aqui, a contribuição era de trabalhadores sindicalizados. Agora será obrigação de todos os trabalhadores. Quem não quiser contribuir será constrangido a pedir isso em Assembleia dos sindicatos.
Além disso fala-se em projeto do governo Lula para fazer voltar o imposto sindical obrigatório de todos os trabalhadores, que foi extinta na reforma tributária de 2017, no governo Temer. O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta semana em Porto Alegre que este projeto não vai ser apresentado. Se for, terá que passar pelo Congresso, onde o ambiente não é favorável para isso. No Senado existe movimento para legislar sobre o tema antes da decisão do STF, onde o julgamento segue dia 20.

Notinhas

  • Do deputado federal Marcelo Moraes (PL), citando manchete da revista Oeste, de que o Brasil perdeu mais de 400 mil empresas no primeiro semestre de 2023: “Em 2021, no governo Bolsonaro, em meio a uma pandemia, o país registrou a abertura histórica de mais de 1 milhão de empresas. Aí você vê a diferença entre um presidente que governa para o povo e não para seu benefício e de seus aliados”.
  • Vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB) tem uma ação ‘Chame o Vereador”, quando ele vai às comunidades ouvir e conversar com as pessoas. Neste sábado ele estará em Vila Deodoro, próximo do mercado Schuh, das 9h às 11h.

Do X

  • O Globo: China desacelera e pode nunca superar os EUA como maior economia do mundo, diz Bloomberg
  • Gazeta do Povo: STF confirma desapropriação de terras produtivas para reforma agrária
  • Estadão: Lula defende voto secreto de ministros do STF após críticas da esquerda a Cristiano Zanin
  • Folha S. Paulo: Dino repete Lula e defende debate sobre sigilo do voto de ministros do STF
  • Revista Oeste: Parlamentares criticam decisão do STF de recriar imposto sindical obrigatório: ‘Retrocesso’
  • Correio Braziliense: Após ação da PF, Lula irá manter Juscelino Filho
  • Felipe D’Avila: O recado é claro: o governo Lula está dando um passe livre para a corrupção.
  • Elio Gaspari: Bolsonaro descobriu tarde que ficar calado é o melhor remédio. Se ele tivesse adotado essa estratégia no governo em relação à Covid, talvez não tivesse perdido a Presidência.



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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