Para quem realizou a sua caminhada, corrida ou pedalada, na Avenida Flávio Menna Barreta Mattos, o Acesso Grão-Pará, nos últimos dias, pode ter notado a aparição de inúmeros peixes na superfície da Sanga do Cambará, localizada nas proximidades da Estação de Tratamento de Água (ETA). Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), o motivo é a busca dos animais por oxigênio e foram identificadas espécies como tilápias e carpas coloridas.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Nilson Lehmen, biólogos da Semma constataram que são dois os motivos para a ação dos peixes: a alta carga orgânica da sanga, em decorrência dos resíduos e do lixo advindos do esgoto; e o calor excessivo dos últimos dias. “Tem provocado a falta de oxigênio e, consequentemente, os animais aparecem na superfície”, destaca.
Lehmen ainda afirma que estas espécies são exóticos não deveriam estar nas sangas, e que é considerado crime ambiental a soltura desses peixes nesse tipo de curso d’água. “Acreditamos que eles tenham se multiplicado devido as cheias em açudes e o rompimento de taipas”, explica o secretário. Ele completa que, caso haja interessados e com conhecimento no manuseio correto dos animais, está disponibilizada a retirada.
“Faz alguns dias”
O morador do bairro União, Hiltor Peiter, de 66 anos, diz que notou há alguns dias a quantidade de peixes e, recentemente, informou para a Semma o caso. Ele, que é massagista e se considera um observador do meio ambiente, acredita que é a oportunidade para realizar uma análise profunda, que possa salvar os animais e resguardar o ecossistema. “Vai que amanhã ou depois eles ficam sem oxigênio, o tempo mais seco vai pior a situação”, enfatiza.
“É um problema para os peixes e para fauna do local devido à presença desses animais considerados exóticos e prejudiciais ao meio ambiente.”
NILSON LEHMEN
Secretário de Meio Ambiente