Moradores de Vila Palanque, no interior de Venâncio Aires, Dirceu Hinterholz, 65 anos, e Cléria Sehnem Hinterholz, 62, são agricultores que, embora aposentados, continuam trabalhando na lavoura e têm como carro-chefe na propriedade a produção de frutas. Há seis anos, decidiram inovar e acrescentar o cultivo de amora na pequena propriedade, inicialmente com 100 mudas, que Dirceu trouxe do município de Ipê. Atualmente, são 180 pés de amora. A colheita desta safra foi iniciada na segunda-feira, 4, e a expectativa é colher pelo menos 500 quilos. Em média, cada pé produz 3,5 quilos de fruta.
A venda é feita de porta em porta para clientes fixos. Cléria colhe as amoras pela manhã, embala e já as prepara para venda. A família comercializa bandejas de meio quilo, por R$ 13, ou duas bandejas por R$ 25. Os agricultores atendem as regiões de Venâncio Aires, Lajeado, Mato Leitão e Santa Clara do Sul.
A ideia de plantar a fruta como uma nova fonte de renda para a família surgiu pois, durante um período, o casal residiu no município de Nova Araçá, onde Hinterholz trabalhou no viveiro da Prefeitura. No local, havia uma horta com cultivo de amoras e ele aprendeu sobre o manejo correto. A aposta deu certo e hoje a família é referência em fruticultura, também produzindo uvas, cuja colheita será em janeiro, além de figo, caqui, pêssego e abacaxi.
Entre os cuidados necessários para o bom desenvolvimento das plantas estão as podas frequentes, realizadas mensalmente, e o controle de formigas. Outro fator importante é a adubação orgânica, feita com as próprias folhas das árvores, sem uso de agrotóxicos.
Com a queda na produção de pêssego nos últimos dois anos, antes uma de suas principais culturas, eles planejam expandir a produção de amora, já que a fruta tem sido bem-aceita pela comunidade. “O manejo é fácil, mas é necessário conhecer todos os processos, especialmente a poda. Aprendi muito em Nova Araçá e trouxe esses conhecimentos para minha propriedade”, ressalta Hinterholz.
Reflexos do clima
Para esta safra, Hinterholz estima uma quebra de produção de pelo menos 20%, devido ao clima, com chuvas excessivas que limitaram a polinização pelas abelhas. “A queda é evidente, pois em cachos que normalmente davam 10 frutas, agora têm de 6 a 7”, explica.