Clube de robótica da Emef Alfredo Scherer desenvolve projeto para irrigação automática

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Um projeto de irrigação automática surgiu no clube de robótica Eletro Magnólia, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alfredo Scherer, após a identificação de um problema na horta da escola. A dificuldade foi apresentada pelo Grêmio Estudantil e pelo grupo ambiental, responsáveis pela horta, que relataram a impossibilidade de irrigar o espaço quando a instituição de ensino estava fechada.
Diante disso, os alunos desenvolveram um sistema de irrigação remota para que a horta possa ser irrigada a qualquer momento, de qualquer lugar, a partir da identificação da umidade do solo. Os estudantes estudaram a medição de umidade do solo, usando um sensor que acende uma luz vermelha quando o solo está seco e verde quando está úmido. Eles também aprenderam sobre a importância de reaproveitar a água da chuva e o processo de mistura dessa água com biofertilizante.

Segundo a professora de Matemática e Robótica, Cláudia Lourenço da Luz, orientadora do projeto, todos os trabalhos do clube são baseados em necessidades da comunidade, buscando resolver problemas práticos. O projeto começou no ano passado com o protótipo e foi apresentado na 2ª Olimpíada de Robótica de Venâncio Aires.

Neste ano, os alunos apresentaram novamente o projeto na Olimpíada, realizada na semana passada, Desta vez, conquistaram o 3º lugar. Além disso, em outubro, participaram da Feira de Ciências da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), e aguardam o resultado, que será divulgado no dia 20 de novembro.

A estudante do 8º ano, Rafaela Schaefer Ferro, 14 anos, foi uma das alunas que realizou a apresentação na Unisc e descreveu a experiência como algo diferente, desafiador e gratificante, que possibilitou adquirir muito conhecimento. Além dela, participaram da Feira de Ciências em Santa Cruz do Sul os alunos Murilo Hinterholz, do 9º ano; Laura Paludo Naue e Amanda dos Santos Ribeiro, do 6º ano; Vitor Eduardo Trindade, do 8º ano; e Marco Antônio Robaina Lucena, do 7º ano.
Para desenvolver o sistema, os 15 alunos do clube de robótica participaram de encontros semanais, realizados às quintas-feiras à tarde na escola. Utilizaram o ‘kit Explorador UNO’ combinado com outros componentes eletrônicos e mecânicos. “Os estudantes são parceiros e se dedicam aos projetos. Além disso, os pais e a comunidade escolar são muito apoiadores, e a diretora Ionara Bencke sempre se esforça para auxiliar no que for possível”, destaca a professora Cláudia.


Irrigação pode ser acionada via celular

A Escola Alfredo Scherer possui um biodigestor e um coletor de água da chuva na área dos fundos da instituição. Esses dois elementos são fundamentais para que o projeto de irrigação automática funcione na prática. O biofertilizante líquido e a água da chuva são direcionados para um misturador, que está localizado dentro de um reservatório.
Para monitorar a necessidade de irrigação, um sensor é utilizado para identificar a umidade do solo. É necessário ter energia elétrica e internet tanto no local da horta quanto no ponto de acesso remoto da pessoa responsável pela irrigação. O processo de irrigação é realizado por meio de um dispositivo Sonoff — um relé Wi-Fi utilizado para acionar eletrônicos via internet — e do aplicativo eWeLink, instalado no celular, que permite acionar a irrigação com um clique. Um pressurizador está conectado ao misturador e ao sistema de umidade, também podendo ser acionado remotamente.

Irrigação é acionado pelo aplicativo de automação eWeLink (Foto: Júlia Brandenburg)

“É importante lembrar que todos os equipamentos usados nas aulas de robótica e para o desenvolvimento do projeto foram adquiridos pela Secretaria Municipal de Educação, que é parceira da escola”, comenta a professora Cláudia Lourenço da Luz.
O próximo passo – e maior desejo dos alunos – é implementar o projeto de pesquisa na horta da Emef Alfredo Scherer até o fim do ano letivo, para que, no próximo ano, eles possam iniciar novos projetos. Entretanto, ainda é necessária a instalação de uma bomba.

“A ideia é também sensibilizar a comunidade escolar para a implementação desse sistema nas propriedades. Apesar de nossa escola estar localizada na área urbana, recebemos muitos alunos da zona rural, de localidades como Linha Cerro dos Bois, Linha Estrela e Linha Ponte Queimada, onde muitos pais são produtores rurais e podem adotar essa tecnologia em suas propriedades”, pontua a professora.



Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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