A uma semana da aprovação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que veio com a garantia da imediata redução das tarifas de pedágio assim que se encerrarem os atuais contratos com as concessionárias, o Governo do Estado propôs uma alternativa para a construção de um viaduto no trevo Fritz e Frida, de acesso a Santa Cruz do Sul, que pode resultar no aumento de 17% nas tarifas de pedágio nas praças de Venâncio, Rio Pardo e Candelária.
Conforme a proposta do Governo do Estado, essa seria uma forma da obra ser executada mais rapidamente. A obra seria custeada com recursos da tarifa de pedágio, que passaria de R$ 6,70 para R$ 8,05, a partir de agosto, e executada pela Santa Cruz Rodovias, empresa responsável pelo trecho Tabaí-Vila Paraíso da RSC-287. O cálculo prevê o ressarcimento da construção da estrutura, orçada em R$ 18 milhões, até dezembro de 2013, quando se encerram os contratos com as concessionárias de rodovias no Estado. O valor, no entanto, está sujeito a alterações da Agergs e da própria Santa Cruz Rodovias, que ainda deve analisar os números. O secretário Beto Albuquerque, que fez o anúncio na segunda-feira, argumentou que “o custo de fazer a obra ou de ter algum acréscimo na tarifa se paga ao evitar uma morte, um acidente, ao acabar com essa tranqueira”.
A segunda proposta seria aguardar a elaboração do estudo de um viaduto e esperar pelo menos dois anos e meio para implementar o viaduto com recursos do Estado.Em material de assessoria do deputado Heitor Schuch, o deputado do PSB apenas afirma que quem deve decidir a melhor opção é a comunidade e os usuários, visto que o assunto voltará a ser debatido em uma nova audiência, nos próximos dias.
Por outro lado, o deputado Edson Brum (PMDB) repudiou a proposta do governo. “Parece piada”, disse. O parlamentar ainda questionou como ficarão outras obras importantes e necessárias, como o viaduto do trevo de Rio Pardo, o trevo de Venâncio Aires, de Candelária, de Vera Cruz, e em Santa Cruz do Sul os trevos do Kaempf e da Bom Jesus. “Não é justo a comunidade regional e estadual pagar a mais por um único viaduto”, lamentou, através da sua assessoria. Brum cutucou o governo petista, lembrando que no governo Olívio foram aumentados os valores do contrato inicial em 36% cobrando a ida e a volta. “Já o governo Tarso aprovou a colocação de pedágios comunitários à vontade em qualquer estrada estadual e agora faz essa proposta ridícula de sobretaxar os usuários do Polo de Santa Cruz. Parece piada, mas não é. é o governo do PT”, frisou.
O deputado lembrou o projeto recém-aprovado pelo governo Tarso e sua base aliada na Assembleia, que aumenta as taxas de licenciamento e vistoria do Detran, bem como cria a Taxa de Perícia, o que representa valor superior a R$ 150 milhões a mais, anualmente no Estado. Conforme levantamento apresentado pela sua assessoria, somente nos 13 municípios do Vale do Rio Pardo, com o registro e licenciamento, serão R$ 2.931.234,38 a mais, além das multas. Como a taxa do CRLV passou de R$ 40,96 para R$ 58,14, só em Venâncio, por exemplo, a arrecadação será de R$ R$ 605.062,42, informou o deputado.
CâMARA
O assunto também foi tema de debate na mesma noite, durante a sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. O vereador José Ademar Melchior (PMDB) esteve em Santa Cruz durante o evento e disse que voltou preocupado e triste com o anúncio da possibilidade de aumentar as tarifas. “Os recursos não vão sair do Estado, nem da concessionária, e, sim, de quem paga os pedágios.” Lamentou que, para pagar a obra do trevo, todos terão de pagar com o aumento. “A gente, que quer tantas obras, tem tanta dificuldade e demandas, imagina se a gente passar essa conta para população?”, questionou.
O líder de governo, Telmo Kist (PDT), disse que a lista de obras necessárias no município “só mostra o atraso de 15 anos em que a concessionária foi permitida e não fez obra nenhuma”. Ao cobrar investimentos, citou como exemplo o trevo de Venâncio, que ainda possui rótula aberta. “Isso é uma barbaridade, a entrada da cidade de Venâncio com rótula aberta”.