O ainda jovem bairro Brands recebeu esse nome porque há mais de 30 anos parte das terras pertenceram à família Brands. Eram propriedade de Werner, o qual, no fim dos anos 1990, doou um terreno para a construção da futura escola municipal do bairro. O único ‘custo’, na época, seria que a instituição recebesse o nome de seu pai, Otto Gustavo Daniel Brands, falecido em 1969.
A tratativa com o então secretário de Educação, José Cassiano Braga, foi cumprida e, 20 anos depois, Werner foi testemunha de mais uma homenagem à família. Dessa vez, o orgulho é de ver o nome da mãe, Helma Bade Brands, falecida em 1992, batizando a Escola Municipal de Educação Infantil do bairro.
A Emei Vó Helma foi inaugurada oficialmente na noite da última segunda-feira, 22, e Werner esteve lá. Orgulhoso, ele lembrou da trajetória dos pais, sempre atuantes por onde moraram e preocupados com a educação. “Não se nega ajuda pra escola e comunidade”, afirma.
Assim como aconteceu com a doação do terreno para a escola Otto Brands, parceria semelhante ocorreu para a construção da Emei Vó Helma. Werner havia loteado parte das terras e a área verde foi doada ao Município. A partir daí, foi possível ‘institucionalizar’ o local e dar início ao processo. “Comprei essas terras em 1986. Era tudo lavoura. Fico feliz de ver como o bairro cresceu. É um orgulho ver o nome dos meus pais na escola e na creche. Mas mais ainda ver que as crianças têm lugares bons para estudar. E isso fica para o resto da vida”, define o aposentado, hoje com 78 anos.
Emei poderá atender até 90 crianças
A escola tem capacidade para atender, em um primeiro momento, 70 crianças de zero a três anos. Desde a semana passada, são atendidas crianças dos níveis 2 (18 vagas), que abrange entre dois anos e três anos incompletos, e 1B (17 vagas), para crianças entre um ano e dois anos incompletos.
Entre eles, Raul, de um ano e dois meses. A mãe dele, Fernanda da Rosa Wolschick, 36 anos, esteve na inauguração da Emei. A família mora na Estância Nova, onde mantém uma oficina. “Levávamos ele no Casva, mas, pelo zoneamento, seria aqui. Para nós foi ótimo ter a escolinha no Brands, porque estamos o dia todo fora, trabalhando”, comentou Fernanda.
Para o nível 1A (berçário) de quatro meses a um ano incompleto (15 vagas) e o nível 3, para crianças entre três anos e quatro incompletos (20 vagas), a expectativa é começar o período de adaptação entre o fim de abril e início de maio. Depois disso, a secretária de Educação, Joice Battisti Gassen, não descarta a abertura de uma nova turma. “É possível, porque há estrutura para até 90 crianças. Pela demanda, a tendência é que seja entre os níveis 1A e 1B, mas precisamos ver a necessidade do bairro e arredores.”
RECURSOS
A escola começou a ser construída em 2013 com recursos de uma emenda parlamentar de R$ 600 mil da deputada federal Maria do Rosário (PT). Na inauguração, ela esteve representada pela professa Rosange Lehmen de Moraes, que era secretária de Educação de Venâncio Aires na época.
Rosange lembrou das tratativas para buscar recursos e dos trâmites para tornar a área institucionalizada e apta para atender aos critérios federais. “Teve muita gente envolvida nesse trabalho e hoje é um momento importante. Inaugurar uma escola é um orgulho, ainda mais na educação infantil, que cuida, ensina e educa.”
Além dos R$ 600 mil da emenda, foram necessários outros recursos próprios, como terraplenagem, reinstalação da parte elétrica após vandalismos e aquisição de mobiliário, totalizando cerca de R$ 800 mil, segundo a Prefeitura.
“Tudo é um processo. A Emei Bela Vista também iniciou em uma administração e foi terminada em outra. A Brands da mesma forma, com o processo iniciado em 2012 e concluída agora. E assim o Poder Público vai cumprindo com o que interessa para a comunidade, que é o serviço prestado.”
GIOVANE WICKERT
Prefeito de Venâncio Aires
ADMINISTRAÇÃO
1 A Emei Vó Helma é a primeira de Venâncio Aires com uma gestão compartilhada. Segundo a secretária de Educação, Joice Battisti Gassen, ainda é algo novo, que requereu muito tempo de estudo, mas se mostrou o mais viável. “É uma situação complicada porque de um lado tem a demanda e outro a lei que engessa para contratar. Então essa modalidade virou uma possibilidade para prestar o serviço, sem ampliar o limite prudencial estabelecido em lei e a folha de pagamento.”
2 Na prática, enquanto a Secretaria Municipal de Educação é responsável pela coordenação pedagógica, toda a parte administrativa, recursos humanos e manutenção da estrutura física cabe à Associação de Desenvolvimento de Projetos Educacionais, Culturais e Sociais (ADPECS).
3 Além da coordenadora pedagógica cedida pelo Município, Juliana Kist, são mais 18 profissionais, dos quais quatro são professoras e oito são monitoras. Há também secretária, cozinheira, auxiliar de cozinha, auxiliar de manutenção, auxiliar de limpeza e a diretora é Janice Schmitz.