Há 50 anos, a visão panorâmica da Venâncio Aires era bem diferente da de hoje. A cidade, formada por prédios residenciais e comerciais, de estrutura mais baixa (térreos), no decorrer das últimas décadas se verticalizou, dando lugar a prédios modernos e imponentes.
Em breve, a paisagem terá mais uma modificação, com a finalização de dois prédios de 15 andares, da House Soluções Imobiliárias, que serão os mais altos da cidade. O Síngulo 360, localizado na Avenida Ruperti Filho (nos fundos do Imec) terá altura aproximada de 50 metros. O prédio, que começou a ser construído em 2017 e tem previsão de entrega para o próximo ano, contará com 15 apartamentos, um por andar, com 230 metros quadrados de área privativa.
De acordo com o arquiteto e diretor da House Soluções Imobiliárias, Giovani Bülow, o prédio segue o modelo tradicional, com estrutura de concreto armado e sistema de viga pilar. O Inspire, também terá 15 andares e ficará localizado na Avenida, na esquina com a General Osório. O imóvel começou a ser construído em 2018 e será concluído em 2022.
Os prédios de cerca de 50 metros marcam uma nova etapa das construções, com avanço na verticalização de Venâncio. O engenheiro civil Celso Knies, 75 anos, observa que a partir dos anos 2000, as construções mais altas evoluíram, para atender a realidade do mercado da construção civil. Nos últimos 15 anos, os prédios acima de quatro andares e com arquitetura inovadora ganharam espaço. “As construções mais altas se expandiram pela cidade. A região central é a que mais se desenvolveu em termos de crescimento comercial e habitacional, por meio de edifícios. Nas ruas principais e adjacentes, qualquer empreendimento será verticalizado, conforme o atual cenário”, avalia o engenheiro, que também atuou como secretário municipal de Planejamento de Venâncio Aires.
Além disso, ele observa uma mudança das construções em relação às formas arquitetônicas dos edifícios. “Os prédios mais antigos possuem fachadas mais simples, comparada às obras atuais, que são mais elaboradas”, considera. Ele acredita que isso se deve ao fato de os projetos atuais serem elaborados por arquitetos em vez de engenheiros. “O engenheiro civil tem uma outra visão, ele não se preocupa tanto com o detalhamento, e, sim, com a execução”, acrescenta.
Cidade compacta com prédios
De acordo com o arquiteto diretor da House Soluções Imobiliárias, Giovani Bülow, no decorrer do processo de urbanização, a cidade ficou mais compacta. Ele explica que a densificação e a otimização dos espaços possibilitou a diminuição do ‘custo da cidade’. “Nas construções verticais há um maior número de pessoas residindo numa área menor, que usufruem da mesma rede de esgoto, luz, entre outras obras de infraestrutura que compõem o planejamento urbano”, destaca. Ele também argumenta que a segurança e a localização são os principais atrativos para quem deseja investir em um imóvel. “E, neste caso, a aposta é a verticalização”, afirma o arquiteto, responsável pela execução dos prédios Síngulo e Inspire.
- 118 é o número total de condomínios da Capital Nacional do Chimarrão, conforme informações do cadastro de atividades da Secretaria de Planejamento e Urbanismo.
Transformação na quadra
A construção do prédio Síngulo 360, na Avenida Ruperti Filho (nos fundos do Supermercado Imec) vai mudar o cenário da cidade e também a visão da quadra, vista pelos moradores das proximidades. Salete Müller, 49 anos, mora em frente ao novo prédio em construção, considerado o mais alto da cidade. Ela afirma que a visão que tinha mudou muito, no decorrer dos últimos meses. “Aqui na frente tinha um terreno com plantações de verduras e milho”, destaca a moradora, que vive no local com o marido e o filho, há 7 anos. “A cidade fica mais bonita com prédios altos. Toda vez que olho para o último andar lá de cima, chega a dar medo”, comenta a moradora, sorrindo.
Evolução na construção civil
Walter Kuhn, 71 anos, é fundador da Ival, a primeira imobiliária de Venâncio Aires. Segundo ele, o conceito de construções verticais veio para ficar. “Subimos degraus com a verticalização. As construções representam autoridade, força e moral ao município”, define o empresário, que atua no segmento imobiliário há aproximadamente 30 anos.
Ele acrescenta que Venâncio Aires está em constante crescimento e possui terrenos e investidores que atendem a este nicho de mercado. “Antigamente, a procura de imóveis se restringia a casas e terrenos, pois na época não haviam edifícios para compra ou locação. Já estava na hora disso acontecer, faltava alguém que tivesse coragem e este é o rumo”, acredita.
Ele conta que, os primeiros prédios construídos em Venâncio eram de até quatro andares. “Os prédios mais altos, acima de quatro andares, apresentavam custos mais altos porque deveriam atender as exigências, que incluíam a construção do elevador”, afirma. A lei complementar nº 129, de 2018, prevê a necessidade de um elevador em prédios com mais de três pavimentos, além do térreo.
Atualmente, os filhos de Walter, Marcelo Spies Kuhn e Eduardo Spies Kuhn estão à frente da Incorporadora Kuhn Ltda e Imobiliária Kuhn. Durante este período, a empresa já construiu 13 edifícios neste padrão (quatro andares) e este ano, investe no primeiro prédio de oito andares, o Residencial Xangrilá.
Prédios que marcaram a história
Em 1975, foi construído o primeiro prédio de quatro andares no município, pela Construtora Vogt & Knies Ltda. Segundo o proprietário da empresa e engenheiro civil, Celso Knies, o prédio foi construído com tijolos maciços e laje de concreto e foi um grande marco na época. O edifício Girassol, localizado na rua Osvaldo Aranha, próximo à Caixa Econômica Federal, possui uma sala comercial no térreo e três apartamentos residenciais.
Em 1986, a Construtora Vogt & Knies Ltda foi a responsável pelo primeiro prédio com elevador em Venâncio. O edifício foi construído na rua Coronel Agra, no antigo prédio da Fumosul, hoje Centro Administrativo da Alliance One Brasil.
Em 1990, surgiu o segundo prédio com elevador, que foi construído pela Construtora DM, de Danilo Metzrodf, o Centro Empresarial Osvaldo Aranha, que conta com 15 salas comerciais, localizado na esquina da rua Osvaldo Aranha com a Conde D’ Eu.
Anos depois, foi construído o primeiro prédio residencial de seis andares, localizado na rua Voluntários da Pátria, entre as ruas Osvaldo Aranha e Júlio de Castilhos, ao lado da antiga CRT. O Residencial Versalhes, da Construtora Habitec, de Milton Schmidt. Com o avanço do nicho de mercado e a procura pela região central da cidade, construções de alto padrão ganharam espaço.
O edifício Villagio, construído pela House Soluções Imobiliárias, também foi um marco na construção civil de Venâncio Aires, em 2012. O prédio redondo fica localizado na rua Osvaldo Aranha, próximo da rua 15 de novembro.
Estão em construção os prédios Síngulo 360 e Inspire, que serão os mais altos da Capital Nacional do Chimarrão, com 15 apartamentos, um por andar, e em torno de 50 metros de altura. O Inspire, que está sendo construído na Avenida Ruperti Filho, na esquina com a General Osório, teve a obra iniciada em 2018 e será concluído em 2022.
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Prédios mais altos
Atualmente, o Zagonel e o Prime são os edifícios mais altos de Venâncio Aires. O Zagonel possui 12 andares e está localizado na rua Osvaldo Aranha, em cima do Banrisul. Já o Prime, de 11 andares, possui uma altura aproximada de 33 metros e está localizado na rua Emílio Michels, próximo a AABB.
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Condomínios habitacionais
Além das construções de alto padrão, as habitações populares também passaram a ser verticais. De acordo com o engenheiro diretor da ALM Engenharia e Construções, Junior Assmann, a empresa lista mais de mil apartamentos populares entregues em Venâncio: Terra do Chimarrão, com 128 apartamentos; Pôr do Sol, com 160; Verônica, com 80; Altos da Aviação, com 224; Jardim das Palmeiras, com 64; Bela Vista, com 256, e Recanto dos Pássaros, com 112 apartamentos.
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Impressões de repórter
No dia 10 de junho, os arquitetos da House, Giovani Bülow e Tatiana Gullich me convidaram para ir até a construção do Síngulo 360, localizado na Avenida Ruperti Filho. Subimos até o 15º andar pelo elevador utilizado pela equipe de operários, que atua na construção. Fiquei um pouco apreensiva, mas sabia que seria totalmente seguro. Ao chegar no último andar, contemplamos a visão privilegiada da Capital Nacional do Chimarrão, a cerca de 50 metros de altura.
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