Muito mais que alimentar, amamentação é afeto e sintonia

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Sirlene Kollet da Silva, 29 anos, é uma mãe de primeira viagem com medos e angústias comuns ao ter o primeiro filho. Ela conta que o bebê, Pietro Emanuel do Couto, que está com três meses, foi planejado e muito esperado pelo casal. Sirlene e o marido, Gismael Gonçalves do Couto, 28 anos, são agricultores e vivem em Linha Picada Nova, quase divisa com Cruzeiro do Sul.
A mãe recorda que, ao descobrir a gravidez, por mais que fosse algo desejado, ficou com medo do que estava por vir e da responsabilidade a partir daquele momento. Mas, com o nascimento de Pietro, o amor fez com que a angústia desse lugar à coragem.
O menino nasceu no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), quando Sirlene estava com 40 semanas de gestação. “Fomos pro hospital porque começaram as contrações e lá descobriram que o bebê estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço, daí fizeram cesárea”, diz.
Quando ainda estava na sala de recuperação, ela conta que notou que os seios começaram a doer. Ao chegar no quarto, as profissionais de enfermagem trouxeram o bebê, que foi direto mamar. “Logo que colocaram no meu colo ele já começou a sugar.”
Sirlene conseguiu amamentar desde o primeiro dia, mas os seios ficaram machucados. Ela afirma que precisou usar uma pomada e a concha de amamentação para ajudar, mas tinha muita dor. “Mesmo assim nunca pensei em desistir de amamentar. É um momento único, meu e dele, é maravilhoso”.

SEM LIMITES

Pietro mama sempre que demonstra ter vontade e a mãe afirma que deve continuar assim. A introdução de outros alimentos deve começar quando ele completar seis meses, mas a amamentação é desejo da mãe que permaneça enquanto o filho tiver vontade.
Ela diz que fica sempre com uma garrafa de água por perto para não esquecer de tomar líquido e produzir bastante leite. “A melhor coisa de tudo é receber o carinho das mãozinhas no seio e o olhar quando ele para de mamar por um instante e dá um lindo sorriso”.
Com alimentação exclusiva do leite materno, Pietro tem engordado de 800 gramas a um quilo por mês. Assim como o pré-natal, as consultas mensais e vacinas do bebê são feitas na Estratégia Saúde da Família (ESF) de Vila Mariante.
Na casa onde vive, em Linha Picada Nova, na rua, ou em qualquer lugar, Sirlene defende que entre as vantagens da amamentação está o alimento estar pronto para o bebê independente do lugar em que estão (Foto: Alvaro Pegoraro)
“O momento da amamentação é só meu e dele. Amo amamentar e quero dar ao meu filho enquanto ele quiser.”
SIRLENE KOLLET DA SILVA
Agricultora

Experiências compartilhadas

A Folha do Mate em parceria com o Centro Materno Infantil recebeu relatos de mães sobre a amamentação. Ao longo da próxima semana, os depoimentos serão divulgados no site www.folhadomate.com.

Saiba Mais

Do dia 1º a 7 de agosto é celebrada a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Na próxima quinta-feira, 8, será realizado um encontro no Centro Materno Infantil sobre o tema. O evento é aberto à comunidade e começa às 15h.

O leite mais saudável é o da mãe

A amamentação cria vínculo entre a mãe e o filho, fortalece os laços e colabora no crescimento saudável do bebê, mas, às vezes, pode acabar se tornando difícil para algumas mulheres. A pediatra Samanta Feilstrecker explica que, durante a gestação não é indicado usar cremes e preparar os mamilos, pois o leite vem naturalmente através dos hormônios, então algumas mulheres podem produzir durante a gestação e outras só depois do nascimento.
Segundo ela, a indicação é de procurar fontes confiáveis e se informar sobre o assunto, mas a pediatra ressalta que não existe leite fraco. “Existe mulheres que não produzem leite o suficiente, mas quanto mais o bebê sugar, mais leite se produz. Caso não adiantar é introduzido um complemento na dieta.”
A pediatra reforça a importância do aleitamento, sendo o único alimento indicado durante os primeiros seis meses de vida, pois é o mais puro e exclusivo em anticorpos, que tornam o bebê mais forte e saudável. De acordo com a médica, o leite materno previne futura obesidade e desnutrição infantil, além de prevenir alergias. Também ajuda a mãe a voltar ao peso normal mais rápido e a prevenir depressão pós-parto.
A profissional esclarece, no entanto, que a insegurança é normal, principalmente quando se trata do primeiro filho. Porém, lembra que é necessário se cercar de bons médicos, não fazer nada por impulso ou pressão de terceiros. “A amamentação às vezes é mais difícil para mamães de primeira viagem, mas quanto mais ajuda eles tiverem, mais sucesso vão ter”, destaca.

“O leite materno é o mais seguro. Se for pensar em questão de higiene e preparo, é o único que sai da fonte direto para o bebê, é especial.” (Foto: Arquivo pessoal)

*Colaboração: Eduarda Wenzel



Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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