Bayard é proprietário do posto Schmitz, iniciado pelo avô, Rafael, em 1957 (Foto: Juliana Bencke)
Bayard é proprietário do posto Schmitz, iniciado pelo avô, Rafael, em 1957 (Foto: Juliana Bencke)

Quando as primeiras edições da Folha do Mate circularam, na década de 1970, anúncios dos postos de combustíveis eram frequentes nas páginas do jornal. Entre eles, estava o posto Atlantic, de Rafael Fredolino Schmitz, localizado em um ponto estratégico – a rua General Osório, próximo ao Centro, na via de acesso à ‘estrada da serra’.

De lá para cá, muita coisa mudou, incluindo a mudança da ‘bandeira’, a partir da aquisição da Atlantic pelo Ipiranga. O fluxo do trânsito da cidade aumentou consideravelmente, a rua ganhou asfalto e o supermercado Dobom substituiu o antigo Marquetto, em frente ao empreendimento.

A estrutura do posto de combustíveis foi ampliada e modernizada. Gasolina e diesel passaram por inúmeros reajustes e impactos do mercado – até mesmo a moeda mudou diversas vezes ao longo das décadas. Apesar de todas as modificações, o posto de seu Rafael seguiu as atividades, se consolidou como referência em Venâncio Aires e seguiu na família.

Bayard Klein Filho, 45 anos, acompanhou de perto diversas dessas mudanças durante a infância, quando as visitas à casa dos avós Rafael e Anita também significavam estar no posto, já que eles moravam ao lado. “Na década de 1980, como havia muita inflação, o vô mantinha um depósito com um grande estoque de óleo”, recorda ele, que administra a empresa desde 2004.

Outro fato lembrado por Bayard é que, além do posto, o avô tinha uma borracharia, vendia pneus e até bicicletas. Ele também cita o bar e restaurante de Fredolino Schmitz, sobrinho de Rafael, que funcionava junto ao local. “Todo posto tinha paralelepípedos, o que hoje é impensável pelas regras ambientais. Além disso, não havia cobertura nas rampas e a estrutura era menor. Com o passar do tempo, tudo foi se modificando. Também passamos a oferecer o espaço de conveniência. Realizamos muitas mudanças nos últimos anos, acompanhando tendências e evoluções do mercado, com tecnologia”, comenta.

Após o falecimento de Rafael Schmitz, em 1993, o posto Schmitz foi administrado por um período pelo filho Hélio Miguel Schmitz, o Helinho (falecido em 2019), tio de Bayard. “Eu e minha mãe morávamos em Santa Cruz do Sul, mas sempre tivemos uma relação muito próxima com a vó Anita. Depois que terminei o colégio passei a trabalhar no posto e elas me incentivaram muito a dar sequência à empresa. É gratificante ter dado continuidade ao negócio familiar. O nome até mudou, mas o CNPJ permanece o mesmo, desde 1º de novembro de 1957”, comemora.

Uma empresa de relacionamentos duradouros

Na história de uma empresa com quase sete décadas como o Posto Schmitz, outros relacionamentos duradouros se destacam. Como o de funcionários que trabalham na empresa desde a época do seu Rafael Schmitz. “Temos funcionários com mais de 40 anos, como o gerente Vanderlei Haas, o Canelinha, assim como o Roni José da Cruz e o Sílvio José Kauffmann. Eles foram contratados pelo meu avô para trabalhar no posto e seguem até hoje”, ressalta o proprietário, Bayard Klein Filho.

Ele também destaca a parceria de longa data com consumidores. “Muitos são clientes há anos, inclusive, por conta dos funcionários que estão há tempo. É um sinal que traçamos o caminho certo, com o foco sempre na qualidade e com atendimento cordial”, considera o proprietário do posto Schmitz.

RELAÇÃO COM O JORNAL

Anúncio do posto na Folha do Mate em 1973 (Imagem: Reprodução)

O jornal Folha do Mate sempre teve espaço no Posto Schmitz. De acordo com Bayard, a assinatura da Folha é mantida tanto para a família se manter atualizada quanto para os clientes. “Como temos o espaço da conveniência, o jornal sempre está por lá. Os clientes têm acesso à Folha do Mate em um local confortável e muitas vezes aproveitam para fazer a leitura enquanto aguardam por um serviço, como lavagem e troca de óleo”, comenta o proprietário do posto.

Outro aspecto destacado por Bayard é que diversas festas promovidas pela avó Anita foram registradas na página social da Folha do Mate, da colunista Kinha Heck. O avô, que adorava jogar bocha, também foi notícia nas edições do jornal de Venâncio Aires.

Juliana Bencke

Editora de Cadernos