Ajude a Carol. Como um pedido, um convite à mobilização e um sopro de esperança, essa pequena frase tem sido o foco das ações da família de Carolina Ferreira, 4 anos, nas últimas semanas. Há menos de dois meses, a menina foi diagnosticada com um tumor raro no tronco cerebral – o Glioma Pontino Intrínseco Difuso, cuja sigla em inglês é DIPG. A doença não tem cura e é impossível operar para a retirada do tumor.
A mobilização ‘Ajude a Carol’ ganha força nas redes sociais com o compartilhamento de fotos da menina loirinha e sorridente, e busca ajuda financeira para a família. No entanto, o objetivo vai muito além disso. “A gente reza todos os dias e pede muita oração. Temos esperança que exista algo além do que está disponível hoje na medicina para salvar ela”, diz a mãe de Carol, a agente de saúde Tânia Beatriz Lacerda Ferreira, 34 anos. “Queremos divulgar o caso porque acreditamos que, em algum lugar do mundo, alguém pode nos ajudar.”
“Torcemos para que a radioterapia faça o melhor efeito para reduzir o tumor. Sabemos que, até agora, a medicina só tem tratamentos paliativos, então pedimos para que Deus faça um milagre.” Após o diagnóstico que tirou o chão da família, moradora do bairro Santa Tecla, em outubro, Carol iniciou as sessões de radioterapia no Hospital da Criança Santo Antônio, na Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre, na metade de novembro.
“Torcemos para que a radioterapia faça o melhor efeito para reduzir o tumor. Sabemos que, até agora, a medicina só tem tratamentos paliativos, então pedimos para que Deus faça um milagre.”
TÂNIA BEATRIZ LACERDA FERREIRA – Mãe da Carol
Todos os dias, ela encara o trajeto até a capital do estado e o procedimento para contenção do tumor, ao lado do pai, Fabiano Ricardo Ferreira, 40 anos, funcionário da Corsan. Às 5h, eles saem com transporte disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde e retornam até o início da tarde. Estão previstas em torno de 30 sessões e Carol já realizou quase um terço delas.
“Sabemos que o caso é complexo, mas ela está respondendo bem às rádios, vemos a melhora dela. O que estamos procurando são outras possibilidades de tratamento”, comenta o pai. A expectativa da família é que a radioterapia contenha o tumor e evite que ele volte a crescer.
Em busca de uma perspectiva de cura, o pai de Carol tem feito contato com famílias de crianças com casos semelhantes, médicos especialistas em DIPG e pesquisadores. Possibilidades como imunoterapia, fitoterápicos e um tratamento experimental com álcool perílico, de uma universidade de Niterói, no Rio de Janeiro, têm sido estudadas pela família. “Nosso pensamento é de que, com a radioterapia, se possa fortalecer ela, para que o tumor não volte, e possamos encontrar algum tratamento adequado e que dê qualidade de vida”, reforça Tânia.
Do diagnóstico aos desafios do tratamento
Em outubro, uma professora de Carol alertou os pais sobre quedas frequentes que a menina vinha sofrendo na escola e o fato de ela não querer mais participar das atividades de Educação Física. A família também percebeu que ela estava ‘puxando’ o pé esquerdo, ao caminhar. Após consulta no pediatra, a família procurou um traumatologista e iniciou uma bateria de exames, inicialmente, com raios x.
Na sequência, consultou com neuropediatra, que levantou a suspeita de um tumor cerebral. A tomografia confirmou o diagnóstico. “Em questão de uma semana, descobrimos tudo. Foi um momento muito difícil porque, em um fim de semana eu estava velando meu pai e no outro fim de semana estava arrumando as malas para ir para Porto Alegre com a Carol”, lembra o pai, Fabiano Ferreira.
Em Porto Alegre, após uma ressonância, a equipe médica informou à família da gravidade do caso e que não havia tratamento para cura nem possibilidade de cirurgia para retirada do tumor.
“É uma doença tão rara que um dos médicos nos disse que trabalha no hospital desde 1999 e, nesse período, só presenciou quatro ou cinco casos.”
FABIANO FERREIRA – Pai da Carol
No caso de Carol, o tumor atingiu a parte motora, dificultando o caminhar e ocasionando diversas quedas. No entanto, pode afetar todas as demais habilidades, como parte respiratória e de deglutição.
No dia 18 de novembro, foi iniciado o tratamento de radioterapia, no Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre.
Após o procedimento, antes mesmo de retornar a Venâncio, a menina teve complicações e uma tomografia indicou hidrocefalia. Para tratar o problema, Carol precisou ser hospitalizada e passar por uma cirurgia de Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP) – a implantação de uma válvula que redireciona o líquido retido no cérebro para que seja eliminado pela urina. Apesar da recuperação rápida, inicialmente, nos dias seguintes, Carol teve febre, o que fez com que ela só fosse liberada do hospital no dia 23 de novembro.
Desde o início de dezembro, as sessões de radioterapia estão sendo realizadas diariamente. Após a conclusão, será feito um monitoramento do nível sanguíneo uma tomografia para avaliar se houve redução do tumor.
A força que vem da irmãzinha Gabriela
A primeira coisa que Carolina faz sempre que chega em casa, após a sessão de radioterapia, é correr para ver a irmãzinha Gabriela, de 18 dias. “Ela gosta muito da irmã, desejou muito ela. A Gabi veio para nos dar força para este momento”, afirma a mãe, Tânia Ferreira.
Gabriela nasceu no dia 24 de novembro, no dia seguinte ao retorno de Carol do hospital, depois de ficar internada uma semana, por complicações da primeira radioterapia. “Ela foi para fazer um procedimento de um dia, mas acabou ficando uma semana. Ela e o Fabiano voltaram na segunda, pelas 16h, e o parto da Gabi estava marcado para a manhã da terça-feira. Para mim, era muito importante que eles estivessem aqui”, conta a mãe.
Tânia lembra que, como estava na reta final da gestação, ela não pôde acompanhar Carol nos procedimentos. A distância física foi um grande desafio para a mãe, que, no mesmo momento, compartilhava a ansiedade pelo nascimento da segunda filha. “Foram dias muito difíceis. Queria tirar o meu coração do peito.”
Como ajudar a Carol
O tratamento de radioterapia realizado por Carolina é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a família utiliza transporte disponibilizado pela Secretaria de Saúde. No entanto, para cobrir os gastos com a cirurgia realizada após as complicações da primeira radioterapia, feita de forma particular, e auxiliar na busca por outros tratamentos, a família realiza uma campanha de arrecadação.
Dados para depósito:
Caixa Econômica Federal
Agência: 0529
Conta: 01300103735-6
CPF: 050.774.240-04
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