Ato com a presença de Eduardo Leite oficializa início da duplicação da RSC-287

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Por Juan Grings e Taís Fortes

A solenidade realizada na tarde desta quarta-feira, 6, em frente ao simbólico e tradicional monumento do Fritz & Frida, na entrada de Santa Cruz do Sul, apenas oficializou um trabalho que na prática já iniciou na segunda-feira, 4. Com a presença do governador Eduardo Leite, secretários estaduais, prefeitos, entre eles, o de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, e representantes do Grupo Sacyr e da Rota de Santa Maria, concessionária responsável pela RSC-287, foi dada a largada da tão aguardada obra de duplicação da rodovia.

Nesta semana, iniciaram os trabalhos em trechos de travessias urbanas localizados em Santa Cruz do Sul e em Tabaí. Somados, são pouco mais de cinco quilômetros onde os serviços estão concentrados neste momento.

Quilômetro 103 da rodovia é um dos pontos em que as obras já iniciaram, em Santa Cruz do Sul (Foto: Juan Grings)

Em julho, a Rota de Santa Maria divulgou a possibilidade das obras iniciarem por trechos colapsados pela enchente histórica do mês de maio, como é o caso da região de Vila Mariante, em Venâncio Aires. Entretanto, o Governo do Estado solicitou que fosse seguido o cronograma inicial da concessão. A expectativa é que a Capital do Chimarrão comece a receber as intervenções no primeiro semestre do ano que vem. O projeto que contempla os trechos com desvios no 2º e 9º distritos está em fase de conclusão e será remetido para análise e aprovação do Executivo estadual.

Resiliência

Reivindicação de anos, a obra promete gerar mais desenvolvimento e segurança para a área de abrangência da concessão, que vai de Santa Maria a Tabaí, totalizando 204,5 quilômetros. Além disso, depois da catástrofe climática do mês de maio, a RSC-287, assim como outras estradas que formam a malha viária do Rio Grande do Sul, precisarão dar conta de um aspecto a mais: a resiliência climática.

Na região de Vila Estância Nova e Vila Mariante, por exemplo, foi possível observar o reflexo da força da água. Em cerca de cinco quilômetros da rodovia o que se viu foram verdadeiras crateras quando o nível do rio Taquari baixou. Isso refletiu na necessidade de construção de quatro desvios no local.

“O que observamos, como o caso de Vila Mariante, é que o volume de água encontrou na rodovia a condição de um dique, que acabou sendo rompido”, definiu Leite sobre a situação da Capital do Chimarrão, durante coletiva de imprensa. Ele também ressaltou a necessidade de adaptações que envolvem pontes e galerias, por exemplo, para que a rodovia se torne mais resistente não apenas nas concessões, mas também nas que são de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

“Toda a reconstrução não é apenas para reconstruir do jeito que era. Ela sempre é à luz do que aconteceu e levando em consideração que tipo de intervenção precisa ser feita para que determinado trecho não sucumba diante de um novo episódio, que esperamos que não aconteça, mas precisamos estar preparados se acontecer”, reforçou.

“Temos, em uma janela de quatro a cinco anos, mais de 100 quilômetros que serão duplicados na RSC-287. É só o início de um grande processo de duplicação que vai qualificar os deslocamentos, vai dar mais segurança e conforto para quem trafega, para que todos os sonhos que percorrem essa rodovia sejam sempre só sonhos, nunca pesadelos, e que sejam sempre boas lembranças e não o perrengue de trafegar em uma rodovia com pouca estrutura.”

EDUARDO LEITE
Governador do Rio Grande do Sul

Sobre a obra

  • Segundo o diretor-geral da Rota de Santa Maria, Leandro Conterato, em Santa Cruz do Sul, além das vias marginais serão feitas duas interseções em desnível com viadutos – uma no encontro com a BR-471 e a outra com o objetivo de dar acesso para a Avenida Independência.
  • Quem trafega por Santa Cruz do Sul já percebe um novo cenário no trecho da RSC-287 entre os quilômetros 101 e 105, onde há movimentações de máquinas e a realização de ‘pare e siga’. Neste momento, de acordo com Conterato, a maior obra no município está concentrada nos quilômetros 103 e 104.
  • Em Tabaí, as intervenções estão sendo feitas nos quilômetros 28 ao 30. Nesses dois pontos de travessias urbanas, os trabalhos devem ser concluídos em agosto de 2025, mas a ideia é que a obra siga continuadamente nos próximos anos. No caso de Santa Cruz, os trabalhos seguirão em direção a Candelária.
  • O diretor da Rota de Santa Maria ainda afirmou que os trabalhos evitarão atrapalhar o fluxo de veículos na rodovia. Porém, nos trechos em que for necessário, a empresa oferecerá desvios – semelhantes ao que ocorreu em Vila Mariante e Vila Estância Nova, após a enchente de maio.
  • Também estão previstos ‘pare e siga’ em alguns pontos, bem como interdição total da rodovia nos locais em que houver implosão de rochas, como na região serrana de Santa Cruz do Sul. Tudo será previamente informado pela concessionária.

Conforme divulgado pelo Governo do Estado, o cronograma de obras atende a requisitos técnicos previstos no contrato da concessão e estabelece que 63%, ou 128 quilômetros, devem estar duplicados até o nono ano de concessão, contemplando todo o trecho de Tabaí a Candelária, o mais movimentado da RSC-287.

O investimento para a obra de duplicação de todo o trecho concedido deve superar R$ 3,6 bilhões e beneficiará 10 municípios.

Projeto da duplicação em Venâncio prevê viaduto no trevo

Embora a vez de Venâncio Aires ainda não tenha chegado, a Capital do Chimarrão teve boas notícias durante o evento. O projeto elaborado pela Rota de Santa Maria está em fase final e deve ser entregue à Secretaria da Reconstrução Gaúcha ainda neste mês, de acordo com diretor-geral da concessionária, Leandro Conterato. A partir deste momento, as obras podem sair do papel, uma vez que obtenham a sinalização positiva do Estado. A expectativa, como explica o prefeito Jarbas da Rosa, é que as máquinas comecem a operar no primeiro semestre de 2025.

No plano está prevista a instalação de um viaduto no trevo que faz a interseção entre as rodovias RSC-453 e RSC-287, na principal porta de entrada de Venâncio Aires. A demanda, bem como a duplicação, é forte entre lideranças regionais e a comunidade, dado o alto índice de acidentes no trecho. “Não haverá mais cruzamento em nível ali. Será sempre em desnível através de viadutos. O projeto dessa interseção está em desenvolvimento nesse momento e será implementado dessa forma. É isso que prevê o contrato”, garante Conterato.

Prevenção

Porém, a duplicação da rodovia em Venâncio começará por outro lado: na região de Vila Mariante. As obras são divididas em vários lotes, o primeiro é o de Santa Cruz e Tabaí, como determinado em contrato. E, depois, por conta das incidências climáticas, foram priorizados os trechos que sofreram com cheias de arroios e rios. Segundo o diretor-geral da Rota de Santa Maria, as catástrofes evidenciaram que estes pontos precisam ter atenção especial: “A nossa intenção era priorizar e começar a duplicação justamente nesses trechos, de modo que a gente pudesse primeiro construir a duplicação. Ou seja, construir a pista nova ao lado da pista existente e liberar o tráfego na pista nova, para que a gente consiga fazer a reconstrução da pista antiga.”

Dessa forma, a empresa precisou estudar maneiras de como garantir a integridade da rodovia, considerando futuras enchentes. Todas as obras serão executadas, como explica Conterato, já projetando formas de lidar com cheias. Dentre as medidas que podem ser adotadas estão a subida do nível da rodovia, implementação de drenagens mais fortes, pontes secas na várzea do rio Taquari e aterro da pista com pedra para oferecer mais resistência à estrada. “Tudo isso requer ainda um detalhamento técnico”, pondera.

Segunda ponte sobre o Taquari

  • A Rota de Santa Maria terá de erguer uma segunda ponte sobre o rio Taquari durante as obras de duplicação em Venâncio Aires. Considerando a cota do rio em enchentes, como na última, em que quase alcançou a ponte antiga, a nova será em um nível mais elevado.
  • A atual ainda passará por uma avaliação técnica sobre sua condição, embora haja uma tendência de que seja mantida. “Fato é que pista duplicada vai requer uma nova ponte, que será construída ao lado, e essa nova ponte já será mais elevada justamente para evitar qualquer problema”, afirma o diretor-geral da empresa, Leandro Conterato.

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