A Escola Estadual de Ensino Médio Cônego Albino Juchem, de Venâncio Aires, foi reconhecida pelo bom desempenho no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar (Saers) de 2023, e no cálculo do Índice de Qualidade de Alfabetização (IQAe). O educandário, que é o maior do município, com cerca de 1.120 alunos, ficou entre as 200 escolas gaúchas com melhor pontuação, quando obteve 88,37 e foi premiada no programa Alfabetiza Tchê, junto com a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alfredo Scherer.
Para descobrir as ferramentas de aprendizado utilizadas durante a alfabetização com as turmas de 1º e 2º ano da Escola CAJ, a reportagem da Folha do Mate visitou a sala de aula da turma de 2º ano da tarde, da professora Daniela Decker Heinen. São 22 alunos em 2025, que estão em processo de aprendizagem da leitura e da escrita, e a grande maioria já domina as competências. Entre as atividades desenvolvidas, brincadeiras com as vogais, com o material dourado – que alia a alfabetização com o aprendizado de números e quantidades. As cantigas com rimas são as preferidas da turma.
Entre os alunos do 2º ano da tarde estão Vitória Gabrielly Horn e Arthur Rosa Rodrigues, ambos de 7 anos. A dupla conta que aprendeu a ler e escrever ainda no 1º ano. O que eles mais gostam para praticar a leitura são os desafios de travas línguas, criação de palavras e o uso da plataforma Elefante Letrado para leitura digital. Em casa, também praticam com os pais.
Na semana passada, os estudantes da turma do CAJ realizaram o teste de fluência do programa Alfabetiza Tchê e receberam os livros didáticos. A diretora Cláudia Neumann destaca que foi adquirido um fone de ouvido para facilitar a escuta, além disso, em sala de aula são utilizados rádio com microfone para ensaiar a leitura. Nas segundas-feiras, um momento especial é separado para o Cantinho da Leitura, que fica dentro da sala da turma. No espaço, são encontrados livros de diversos gêneros e fichas com palavras e frases curtas para treinar a alfabetização dos pequenos.
Cláudia também menciona a preocupação da escola em motivar os alunos, com o envolvimento de personagens e pequenas premiações. “É avisado para os pais não estranharem quando no caderno encontrarem somente a data da aula. É porque neste dia, certamente, praticaram bastante. O foco não é o registro.”
A professora Daniela, que trabalha diretamente com alfabetização há três anos, menciona que uma das dificuldades no processo de alfabetização da turma, principalmente na tentativa de manter os alunos em um mesmo nível, são os laudos de autismo e outros transtornos, como deficiências intelectuais, que acabam influenciando e interferindo no processo de aprendizagem. Alguns alunos ainda estão em processo do diagnóstico. “O desafio é constante, diário”, afirma.
CAJ receberá R$ 80 mil como premiação
Pelo Alfabetiza Tchê, o CAJ receberá como recompensa R$ 2 mil por aluno. Em 2023, a turma que realizou a prova era formada por 50 alunos, no entanto, o teto da premiação é de R$ 80 mil, valor que deve ser depositados na conta da escola ainda neste mês.
A diretora Cláudia Neumann ressalta que o valor deve ser investido nas turmas dos anos inicias, com pintura de salas e ambientes da escola, novos armários, novos brinquedos para pracinha e itens para aulas de Educação Física.
Para alcançar o bom desempenho, a supervisora dos anos iniciais, Marilda Alves Iansen, destaca as reuniões semanais com os professores, momentos em que são repassadas dicas e sugestões de atividade e materiais para serem usados com os estudantes. “É um preparo. Vemos o resultado quando muitos alunos chegam sem nem saber pegar um lápis na mão e no 1º ano já conseguem ler. A prática é fundamental”, comenta Marilda.
