Promovida pela Organização Não Governamental (ONG) Consciência e Atitude (Coat), a primeira edição do evento Conexão dos Vales será realizada neste domingo, 23, a partir das 14h, na Praça Henrique Bender – conhecida como Praça Evangélica. A atividade integra a programação estadual alusiva aos 50 anos do hip hop, e contará com a participação de produtores culturais e movimentos relacionados à cultura do hip hop de vários municípios dos vales do Rio Pardo e Taquari. A iniciativa do encontro foi de jovens da região, como Eduardo Vedoy, o Dardo, Léo Siegert e de Welliton Dente. Eles promovem encontros semanais de batalhas de rimas, as Batalhas da Bandeira.
O evento contará com uma jam (improvisos) de grafite, roda de poesia, exposição de artes e artesanato, e pocket show com artistas da região. Durante a programação, também acontecerão oficinas de grafite e fotografia, incluindo exposição do Museu de Venâncio Aires com 12 quadros contando um pouco da história da Capital Nacional do Chimarrão, com fotos e relatos da época. Terá, também, um expositor, com câmeras fotográficas e um breve relato da história da fotografia.
A partir das 20h, será realizada a batalha de rimas, valendo vaga para a Copa Sul de Freestyle, o maior evento de freestyle do Rio Grande do Sul, que, neste ano, ocorrerá em maio, em São Leopoldo, na Batalha da São Hell.
Além da Coat, outros coletivos organizados da região estarão representados. Haverá uma reunião entre esses representantes, para tratar sobre diversas questões regionais, entre elas a Lei Paulo Gustavo, que só para Venâncio, disponibilizará mais de R$ 600 mil para o fomento da cultura.
De acordo com a presidente da Coat, Rozeléia da Silva, o hip hop traz a valorização de si mesmo, possibilitando olhares diferenciados à periferia, com informação, conhecimento e substituição da violência pela força das ideias e das palavras. “Prezamos pela valorização de cada indivíduo e ter jovens dispostos a serem agentes de transformação, aguça nosso instinto de liberdade”, frisa.
50 anos
Em 2023, o hip hop completa 50 anos de história no mundo, e 40 anos no Brasil. Carregado de preconceitos e polêmicas, o movimento é marcado pela luta por espaço. Segundo o produtor cultural e coordenador da Coat, Djalma da Silva, essa cultura, que eclodiu das periferias, possibilitou que diversas manifestações culturais e artísticas pudessem ser expressadas na rua, livremente, de forma natural. “Essa liberdade de expressão utilizada pelo povo excluído fez surgir esse movimento que chega ao seu cinquentenário”, destaca Silva.
“Quanto mais eu conheço o hip hop, mais me sinto vivo. Esse amor começou no skate há quase 10 anos e, aos poucos, foi me conectando com outros elementos. Adquirir conhecimento nunca é demais e a arte tem muito para nos ensinar e também para nos permitir trocar os nossos conhecimentos e vivências com os demais.”
WELLINTON DENTE
Organizador do evento