As perdas na lavoura, que representaram 83 mil toneladas de tabaco a menos para o processamento – em uma queda de 13,7% – na comparação com a produção de 2023, o volume de contratações de safreiros também ficou menor do que a expectativa na região. Conforme levantamento do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Novo Stifa), o total de postos de trabalhos gerado até o momento soma 11 mil trabalhadores nas indústrias – uma redução de 8,3%, ou mil postos de trabalho a menos na comparação com ano passado.
Segundo o presidente do Novo Stifa, Gualter Baptista Júnior, o revés do clima, com as cheias nos meses de setembro, novembro e as tempestades seguidas durante o período, acabaram reduzindo a colheita do tabaco na região Sul do Brasil. “O reflexo dessa redução foi sentido com força pela indústria, que recebeu menos 83 mil toneladas de tabaco. A consequência direta foi no número de trabalhadores temporários, que acabou caindo também. Nós tínhamos uma expectativa de repetir o total de empregos do ano passado, de 12 mil trabalhadores na safra, no entanto, não conseguimos alcançar esse índice”, comenta.
Em Venâncio Aires, com o ‘grosso’ das contratações ainda em março, a informação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires é de manutenção da previsão inicial, que apontava para cerca de 5 mil contratações. “Tem um fluxo muito grande nesse momento ainda, mas como projetávamos os mesmos números de 2023, a tendência é que feche nesses 5 mil”, comentou o administrador do sindicato local, Ricardo Sehn.
Mercado dinâmico
Apesar da queda, a avaliação do Novo Stifa é positiva. “É preciso olhar para esse desempenho e entender que o mercado do tabaco é dinâmico. Mesmo com uma retração da produção, a indústria conseguiu manter um bom ritmo, empregando agora, no auge do processamento, 11 mil trabalhadores, entre sazonais e efetivos. Isso é um dado muito importante, que representa sim uma queda, mas que ainda é menor do que o reflexo na lavoura”, avalia Gualter Baptista Júnior.
Ainda conforme ele, a expectativa agora é para uma continuidade no período de processamento, já que, historicamente, safras que empregam menos trabalhadores têm uma característica: a longa duração dos contratos. Para o presidente do Novo Stifa, a tendência é que os empregados sazonais sejam mantidos por um período maior, avançando sobre o segundo semestre do ano. “Isso é positivo, pois representa mais renda circulando na cidade. Um maior tempo de safra permite ao trabalhador que ele realize investimentos e amplie sua perspectiva de compras.”
Projeção positiva
• Sendo o Brasil o maior exportador de tabaco do mundo, a projeção para a safra de 2025 é animadora, conforme o Novo Stifa. Isso porque haverá uma demanda reprimida da safra atual que acabou sendo menor do que a indústria esperava. “Este olhar que pode ser considerado otimista é real. O consumo do tabaco no mundo não reduziu, mesmo com todos os problemas de contrabando e descaminho, ele segue como um produto muito procurado. E se, neste ano, o mercado nacional entregou menos, haverá uma tendência de crescimento na procura”, projeta Gualter Baptista Júnior.
*Com informações Assessoria de Imprensa Novo Stifa.