Emei Closs retoma atividades após enchente

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Quatro meses e meio depois, a comunidade da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Frederico Reinaldo Closs está novamente reunida, com 93 alunos. “É muito gratificante e emocionante ter a nossa casa de volta”, exaltou a diretora Anelise Bohm, 51 anos. A instituição, que teve a antiga sede fechada após a enchente do arroio Castelhano, no fim de abril e início de maio deste ano – a qual comprometeu totalmente a estrutura do educandário -, foi transferida do bairro União para o Cruzeiro, na rua Rufino Pereira, nos fundos da Estação Rodoviária de Venâncio Aires, em um prédio alugado pela Secretaria Municipal de Educação.

Catarina Janisch Anschau, 5 anos, aluna do Pré B, disse que estava com saudade das professoras e que gostou do novo espaço. “Está sendo legal voltar para a escola. Gostei muito das brincadeiras que fizemos”, elogiou. Larissa Emanueli Schwendler, 6 anos, colega de aula de Catarina, foi pela mesma direção. “Eu gostei muito de ver as professoras, dos brinquedos e estava com muita saudade dos colegas”, contou, enquanto se divertia no playground.

A presidente do conselho escolar da Emei Closs, Eliana Süss, 43 anos, mãe da aluna Emília, 6 anos, do Pré B, disse que a filha logo se sentiu à vontade no novo prédio. Elas estiveram no sábado, 14, pela manhã no local, quando a Secretaria de Educação organizou uma apresentação do espaço alugado aos pais e alunos. Durante o período de quatro meses, a menina foi transferida para a Emei Vô Ismael, no bairro Xangrilá. “Para nós, lá foi ótimo, pois nossa filha é autista e se adaptou bem na escola, que, por sinal, tem ótima infraestrutura. É uma escola ampla, um modelo”, afirmou.

Júlia Portz, que também é professora na Emei Closs, levou o filho Artur Felipe, 2 anos, do Nível IB, no primeiro dia após o retorno. Nos últimos meses, o pequeno teve aulas na Escola Infantil Balão Mágico (Foto: Juan Grings)

Resposta

Convidado do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, de ontem, o titular da pasta, Émerson Eloi Henrique, comemorou a resposta que os pais deram ao retorno das atividades: “Aquela comunidade, por muitos anos, foi muito afetada por alagamento ou enchentes. Muitas vezes, no meio da manhã ou da tarde, precisávamos ligar para os pais para pedir que buscassem seus filhos, porque tinha água na rua. Os pais entenderam que ali não dava mais. O feedback que recebemos foi o melhor possível. Todos estavam muito felizes, o espaço ficou lindo.”

A própria estrutura, que precisou passar por muitas adaptações para ficar ‘com cara de escola’ desde o momento em que o contrato de locação de quatro anos foi firmado pela Prefeitura, foi bastante elogiada, segundo a diretora. “O prédio antigo tinha muitos problemas, havia muitas goteiras. Aqui está tudo melhor”, relatou. Conforme Anelise, o espaço está 100% pronto para todas as atividades normalmente.

A mesma análise é compartilhada pelo presidente da Associação de Pais e Mestres da Emei Closs, Ricardo Halmenschlager, pai de Jonas, 3 anos, estudante do Nível II: “Ficou muito bom, é um prédio novo, com muitos materiais novos. Tem uma área boa lá dentro. O Jonas estava com saudade das professoras.”

Refeitório é um dos espaços que precisou ser adaptado no novo prédio (Foto: Juan Grings)

“A gente não precisa mais se preocupar com as chuvas. Antes, qualquer chuva que tinha a gente já ficava preocupado. Vinha uma leva de água e a gente já tinha que ir lá para levantar as coisas, então mesmo sendo um pouco mais distante para nós, é bom pela questão da segurança.”

RICARDO HALMENSCHLAGER
Presidente da Associação de Pais e Mestres (APM) da Emei Frederico Reinaldo Closs

Próximos passos

Enquanto o presente se desenha no bairro Cruzeiro, a antiga sede da Emei Closs, na região baixa, deve mesmo ficar no passado. De acordo com o secretário, um engenheiro civil do Ministério da Educação (MEC) visitou recentemente o prédio para fazer uma avaliação da condição e, segundo o seu parecer, não há mais condições de funcionamento. O entendimento deve impactar diretamente o repasse de recursos federais ao educandário.

Por outro lado, há expectativa pela construção de uma nova Emei no bairro São Francisco Xavier, próximo à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Benno Breunig. A Prefeitura da Capital do Chimarrão pleiteia, junto ao MEC, a aprovação do projeto para iniciar os trabalhos, mas também afirma que, se for necessário, o Executivo Municipal deve investir recursos próprios na empreitada. A nova obra deve ter os mesmos moldes da Vô Ismael, com 188 vagas. Além disso, Émerson Eloi Henrique acrescentou que está nos planos da pasta a manutenção do atual prédio alugado como escola de ensino infantil, mesmo quando a nova instituição estiver em funcionamento, já que o espaço tem capacidade para cerca de 90 alunos.

Novas vagas

  • Após a enchente, os 108 alunos que estudavam na escola do bairro União foram realocados provisoriamente para a Emei Vô Ismael ou escolas privadas.
  • Com o retorno das atividades na Emei Closs, a Prefeitura estima que 26 novas vagas devem ser abertas na Escola Vô Ismael, chamando alunos que estão na lista de espera.
  • Atualmente, são cerca de 200 crianças que ainda aguardam vagas na rede municipal. A expectativa é que, com a nova Emei, no bairro São Francisco Xavier, e o prédio alugado, no bairro Cruzeiro, a fila seja zerada.

Ao todo, 15 alunos do berçário continuarão na rede privada até o fim do ano. Além disso, entre os 93 alunos que agora estudam no novo prédio, alguns estavam em outras instituições antes da enchente e foram remanejados por residirem nas proximidades do bairro Cruzeiro – enquanto outros, que estavam na Emei Closs antes do evento climático, foram realocados para outras escolas.



Juan Grings

Juan Grings

Repórter de geral na Folha do Mate e produtor na Rádio Terra FM.

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