Depois da maior enchente de Venâncio Aires, que afetou severamente toda população de Vila Mariante e arredores, desde terça-feira, 7 – quando se iniciou o acesso ao local -, os estragos e prejuízos são visualizados. Nas palavras do prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, a região “está inabitável”. Na Escola Estadual de Ensino Médio Mariante, a situação não é diferente. A estrutura física ficou complemente destruída.
Neste primeiro momento, a prioridade da equipe da escola e da 6ª Coordenadoria Regional de educação (CRE) é encontrar, acolher e conversar com as famílias atingidas, para verificar a condição de cada uma e saber para onde pretendem ir para recomeçar a vida – se continuarão em Vila Mariante ou se irão para outras localidades ou bairros do município. Também é feito o atendimento com doações.
A diretora da escola, Naira Elisabeth da Rosa, afirma que ainda não foi possível acessar o educandário, já que no momento isso só é viável com a utilização de barcos. Na terça-feira, 7, ela tentou acesso por estradas secundárias, mas ainda encontrou pontos de água que impediram a passagem. “Não temos nenhum parecer ainda, nossas famílias foram totalmente atingidas e, neste momento, não se tem respostas. Os alunos não têm as suas casas, a situação é terrível”, lamenta.
Professores e funcionários da escola também foram afetados. O contato com a mantenedora, segundo ela, é frequente e diário. Naira ressalta que a equipe da 6ª CRE tem garantido apoio. “No momento, dar uma expectativa de retorno é muito precipitado. Isso não será uma decisão só nossa, nem temos como”, comenta.
Base de apoio
Na manhã de ontem, a equipe da 6ª CRE, liderada pelo coordenador Luiz Ricardo Pinho de Moura, esteve em Venâncio Aires para uma reunião com a equipe diretiva da Escola Mariante. Em um primeiro momento, foi feito o acolhimento e, após, algumas decisões foram tomadas. A partir da próxima segunda-feira, 13, haverá, na Escola Estadual de Ensino Médio Adelina Isabela Konzen, em Vila Estância Nova, uma base de apoio destinada à equipe diretiva da escola para acolhimento das famílias e estudantes. “O objetivo é ouvir as famílias, saber o que farão”, explica Pinho.
Nesta quinta-feira, 9, a equipe diretiva irá para Estância Nova e Linha Mangueirão para encontrar e ouvir os alunos e famílias que se encontram nos abrigos. Nesta sexta-feira, 10, professores e toda equipe diretiva voltam a se reunir para trocar informações, na tentativa de contato com todas as famílias. “Precisamos entender a situação para saber onde estabelecer esforços para tentar olhar para a escola. São muitos estragos. A partir da quantidade de alunos, teremos uma deia do que fazer”, observa o coordenador.
Pinho afirma que, em um segundo momento, quando houver acesso ao educandário, equipes da CRE e da Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop) para visualizar o prédio. Quando for possível limpar o local, apenados da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) auxiliarão no processo. Uma equipe técnica responsável por documentações e patrimônio também se deslocará para a escola e vai verificar o que é possível ser salvo e o que será dado baixa. “Não sabemos quando as atividades da escola voltarão”, conclui o coordenador.
- Do total de cerca de 170 estudantes da escola, do 3º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, apenas cinco não foram afetados pela enchente.
Estragos
- Na terça-feira, 7, a reportagem da Folha do Mate e Rádio Terra FM teve acesso à localidade de Vila Mariante e à escola e constatou os estragos no local. Através de informações de Ismael Stürmer e imagens de Renan Zarth, publicadas no Instagram @folhadomate e @asuaradio, é possível ter a dimensão do prejuízo. Ainda há lama, lodo, entulhos, galhos e objetos acumulados por todo lado. Janelas estão quebradas, portas arrancadas, eletrônicos e equipamentos danificados. Condicionadores de ar estão pendurados apenas por fios.