Escola Narciso Mariante de Campos, de Linha Tangerinas, realiza mostra pedagógica

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O dia 25 de novembro ficará na memória de alunos, professores e visitantes que participaram da Mostra de Projetos e de atividades realizadas junto à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Narciso Mariante de Campos, de Linha Tangerinas, no interior de Venâncio Aires. Alunos de 1º ao 5º ano e professores, que têm trabalhado no projeto ‘Valorizando o Cerro do Baú: para uma educação patrimonial de sucesso’, receberam pais e a comunidade para compartilhar o conhecimento sobre a iniciativa.

O evento também foi um momento para apresentar outros projetos realizados no educandário ao longo de 2023 e promover atividades de interação com os visitantes. Segundo a diretora da instituição de ensino, Julia Helena Melz, a ideia central da exposição foi aproximar ainda mais a comunidade.

“Com a escola aberta a todos, em especial aos pais dos nossos alunos, bem como aos visitantes, queremos mostrar o resultado de um ano de trabalho, de estudos, pesquisas e atividades práticas. Através dos projetos conseguimos fazer essa ligação entre conhecimento, cultura, teoria e prática trazida pela Unisc, além de deixar marcas na memória das crianças”, destacou.

Esta opinião é compartilhada por Jonas Rafael Rupenthal, morador de Linha Sapé, localidade vizinha à comunidade de Linha Tangerinas, e pai de uma aluna da escola Narciso. “Vejo como importante os alunos terem mais participação nas escolas e em projetos como os que vimos nesta mostra. O conhecimento dos estudantes vem do dia a dia, interagindo com os colegas, fato que pode proporcionar o surgimento de novas ideias para a construção social e do ambiente onde vivemos”, comentou.

“Este é um momento importante para a história da comunidade e do entorno da escola. Estamos alimentando as futuras gerações de cultura, que já existia em nossa comunidade, mas que não se tinha muito conhecimento.”

JULIA HELENA MELZ – Diretora da Emef Narciso Mariante de Campos

Contribuição

O secretário municipal de Educação, professor Émerson Eloi Henrique, lembrou sobre o problema do lixo que havia na Linha Tangerinas e de como os estudantes colaboraram para que essa situação fosse resolvida. “Os alunos da Escola Narciso deram uma contribuição importante quando foram pesquisar e buscar uma solução. O resultado deste trabalho foi a conquista de uma lixeira comunitária”, observou.

Nesse sentido, o secretário também mencionou o projeto do Cerro do Baú, que busca o desenvolvimento turístico na localidade, por meio do qual os professores e alunos da escola vêm realizando ações e pesquisas a fim de conhecer melhor esse ponto turístico e ajudar na conscientização de todos quanto à preservação arqueológica e ambiental dele.

Proprietário do Cerro do Baú, Marcolino Coutinho, um dos visitantes da mostra, recordou o trabalho feito pela Emef Narciso Mariante de Campos. “Alunos e professores abraçaram esta causa e estão há cerca de três anos fazendo estudos e pesquisas no local. As descobertas que fizeram até agora não serão esquecidas pelos estudantes envolvidos no projeto de arqueologia”, comentou.

De acordo com ele, através desta mostra os alunos tiveram a oportunidade de explicar e divulgar aos visitantes o que aprenderam ao estudar os elementos arqueológicos presentes no ponto turístico de Vila Arlindo, entre eles as inscrições rupestres, que se transformaram em símbolo de um de seus projetos.

“Através dos projetos que os alunos desenvolvem, eles tomam consciência da relevância de preservar o local [Cerro do Baú] e a respectiva cultura legada pelas populações que nos precederam neste ambiente.”

MARCOLINO COUTINHO – Proprietário do Cerro do Baú


Extensão universitária

Integrante das atividades realizadas na Escola Narciso Mariante de Campos neste ano e na mostra promovida no dia 25, o projeto Organização e Extroversão do Patrimônio Arqueológico do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), coordenado pelos professores Sergio Celio Klamt e Hélio Etges, levou inúmeras práticas aos estudantes, que foram apreciadas pelos visitantes.

Também foram oferecidas atividades como a escrita petroglífica e a escavação simulada, que tiveram como monitores os próprios alunos que fizeram parte dos trabalhos levados à sala de aula pelos docentes da universidade ao longo do ano. De acordo com os professores, o encerramento dos trabalhos de extensão universitária através do evento realizado no dia 29 foi um momento para revisitar tudo o que se realizou ao longo de 2023 na Emef.

Diante do entusiasmo de cada aluno e de cada professor, tem-se a sensação do dever cumprido, ainda mais quando os estudantes demonstram ao visitante como se faz uma escavação, como se escreve sobre uma pedra, além de ensiná-lo a participar deste momento fazendo também os respectivos exercícios”, avaliam.

Para os docentes da Unisc, o projeto cumpriu um papel relevante em termos de aprendizagem, de educação patrimonial e de práticas para a preservação da arte rupestre no Cerro do Baú, em Vila Arlindo. “Participar da construção deste conhecimento e da preparação das próximas gerações com vistas a identificar, significar e valorizar o patrimônio cultural material e imaterial é um passo fundamental para o desenvolvimento social da comunidade”, ressaltaram.


Estudantes e a comunidade puderam participar de diversas oficinas durante o evento (Foto: Divulgação/Unisc)

Projetos apresentados na Mostra

  • A mágica das narcisetes: transformando e reciclando
  • Cuidando do meio ambiente: e os resíduos da comunidade?
  • Valorizando o Cerro do Baú: para uma educação patrimonial de sucesso
  • Projeto sementes: cuidando das sementes do futuro – viveiro nativo
  • Redesenho as inscrições petroglíficas em pedras
  • Produção de réplicas de pontas de flecha, machadinhos e boleadeiras em gesso
  • Exposição de quadros com histórias produzidas pelos alunos com o uso exclusivo de símbolos e desenhos

Atividades oferecidas aos visitantes

  • Simulação de escavação arqueológica
  • Escrita petroglífica – feita em pedras
  • Exposição em banners sobre arqueologia e populações indígenas no Rio Grande do Sul

Fonte: Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Unisc

    

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