Desde julho de 2018, a Capital do Chimarrão tem um reforço nos atendimentos para autistas com a fundação da Esperança Azul Associação Pró-Autismo de Venâncio Aires. A entidade reúne pais e profissionais que atendem pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA). Por meio do grupo, são disseminados conhecimentos adquiridos através de estudos, além dos pais poderem compartilhar as vivências com seus filhos, ajudando uns aos outros, que passam pelas mesmas dúvidas e dificuldades.
Atualmente a associação oferece, de forma gratuita, atendimentos psicológicos, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e psicopedagoga. O presidente da entidade, Carlos Henrique do Nascimento Treib, ressalta que no momento a demanda é alta e faltam profissionais para cada área, além dos valores para investimentos serem restritos. No momento são cinco autistas sendo atendidos em cada área da associação, alguns com atendimentos simultâneos em mais de uma especialidade.
Uma das conquistas da Esperança Azul foi a sede, localizada na Avenida Ruperti Filho, 1.265. A entidade está localizada no endereço desde 2022, sendo o local efetivamente utilizado desde o início de 2023. Isso contribuiu para que os atendimentos pudessem ser ampliados e as crianças tivessem áreas de recreação.
O presidente explica que, devido à diretoria ser formada por voluntários, não há quem fique na sede para atendimento em horário comercial, assim, ela só é usada durante os atendimentos ou para eventos e reuniões do grupo.
Para que novas famílias e autistas sejam auxiliados pela associação, primeiro é necessário fazer um cadastro junto à Esperança Azul. Para este passo, é preciso ter laudo com diagnóstico de TEA. Os cadastros sempre são realizados no dia das reuniões mensais, que sempre ocorrem na última quinta-feira do mês, às 19h. Para novos cadastros de associados, no dia da reunião, às 18h30min, mediante agendamento prévio.
Treib destaca que infelizmente a fila de espera para serviços é muito grande, pois são 117 cadastrados e poucos profissionais e recursos para pagar pelos atendimentos. Ele explica que os atendimentos são feitos até que o paciente tenha alta ou atinja o limite máximo permitido, de 20 sessões, retornando ao final da fila de espera.
“Quanto mais difundirmos sobre o autismo, mais pessoas poderão ajudar, respeitar e entender o que é. Como é algo que muitas vezes não é visível, autistas podem passar por manhosos e birrentos, quando na verdade eles podem estar sofrendo crises.”
CARLOS HENRIQUE DO NASCIMENTO TREIB
Presidente da Esperança Azul Associação Pró-Autismo de Venâncio Aires
Projetos e eventos
A entidade realiza anualmente eventos já tradicionais. Para o dia 22 de março está agendada uma pastelada beneficente. Os cartões estão sendo confeccionados e as vendas serão anunciadas em breve através das redes sociais da entidade. Outra pastelada deve ocorrer em outubro. Em abril ocorre a semana de conscientização do autismo; em junho e dezembro, a venda de pizzas, e em agosto, o café colonial.
Em 2024, devem ser realizados novos projetos, como, por exemplo, a horta, em parceria com a Emater/RS-Ascar, palestras para monitores escolares com certificados de participação e o projeto Colgate, com a dentista Alexandra Keller. “Algumas ações que tentamos sempre promover é, durante as reuniões, ter palestras com convidados de diversas áreas, sempre buscando ajudar os pais e profissionais da área do autismo”, relata Treib.
- O contato com a Esperança Azul pode ser feito pelo telefone e WhatsApp (51) 99152-1190 ou e-mail [email protected].
Como ajudar
1. O presidente Carlos Treib explica que, atualmente, a fonte de receitas da entidade é através de projetos encaminhados para o Poder Público, recebendo valores do Legislativo e Executivo. Além dos lucros de eventos e venda de ação entre amigos.
2. O Pix solidário também está disponível, quando qualquer pessoa pode doar qualquer valor para a associação. Treib enfatiza para sempre colocar na descrição da transferência o aviso de ser uma doação. A chave é o CNPJ 31.916.808/0001-47
3. Além das profissionais de fonoaudiologia e psicopedagogia, a entidade tem custos mensais de aluguel, água, energia elétrica, telefone, jardinagem e limpeza.
Em busca de novos objetivos e do certificado Oscip
A Esperança Azul busca conquistar o título da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que é fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil. A finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e também permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no Imposto de Renda. “Com isso, podemos conseguir novas parcerias tanto municipal, estadual e federal, e captação de verbas para atendimentos e manutenção da sede. Ainda estamos buscando conseguir este certificado”, afirma.
O primeiro passo foi o ajuste do estatuto da associação, para se enquadrar de acordo com o apontamento realizado pelo Ministério da Justiça. No entanto, a entidade ainda não recebeu retorno.
O presidente enfatiza que entre os novos objetivos da associação está o de conseguir atendimentos também aos pais dos autistas. Ele reforça que muitas famílias não possuem uma rede de apoio e não estão preparadas psicologicamente para lidar com o laudo e o dia a dia do filho autista. “Sabemos da importância da família estar bem psicologicamente falando, para que consiga dar o apoio ao filho da melhor maneira possível. Para isto, estamos a procura de parcerias também”, comenta.
Diretoria
• Presidente: Carlos Henrique do Nascimento Treib
• Vice-presidente: Aline Toledo Aires
• Secretária: Paula Maralici Haas Hickmann
• Vice-secretária: Jenaine Weschenfelder
• Tesoureira: Elisandra Andréia Bick
• Vice-tesoureira: Roseli Maria Wagner
• Conselho: Carla Ines Reiter Lopes, Carin Elisabeta Fett e Daniela Maria Chaves
• Suplentes: Gabrielle Borba Gonçalves, Gabriela Filippini e Salete Regina Dahmer