Família Vogel aposta na produção de pitaya

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Ao longo de 40 anos, o tabaco foi fonte de renda da família Vogel, em Linha Sexto Regimento, no interior de Venâncio Aires. Porém, tudo mudou há sete anos, quando deram início ao cultivo de pitayas, com cerca de 400 pés. O resultado foi melhor que o esperado, com isso a plantação foi aumentada. Neste ano, são 950 pés produzindo e a expectativa é, no futuro, expandir ainda mais a produção.

A ideia da implementação do plantio da pitaya na propriedade foi do filho Mauro Daniel Vogel, 31 anos, morador de Santa Clara do Sul. Os pais, Selmira Ertel Vogel, 69, e Astor Vogel, 67, resolveram encarar o desafio. O primeiro pé foi plantado por Selmira, na horta de casa.

Neste ano, família Vogel tem 950 pés produzindo e a expectativa é de expandir ainda mais (Foto: Júlia Brandenburg)

A época da colheita é de janeiro até maio. Antes disso, cada vez que as plantas florescem, é necessário a ida até a plantação para polinizar as flores. Durante o dia, as abelhas que o casal tem na propriedade fazem o processo naturalmente. Já à noite, o processo é feito por Astor e Selmira, de forma manual. Cada pé produz cerca de 80 flores, por safra, mas a média de frutas é de 50 unidades.

A diversificação é destaque na propriedade da família Vogel. Além da pitaya, eles também são produtores de milho, aipim, abacate e maçã. No passado, cultivaram 2 mil pés de uva, porém não foi dada sequência na produção. Os postes de concretos que eram usados pra isso, agora são suporte para as pitayas.

Mauro Daniel Vogel ressalta a facilidade na produção da fruta, que é cultivada sem o uso de agrotóxicos. As mudas foram adquiridas na Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, em duas variedades. A de casca vermelha e polpa branca corresponde a 80% da produção, enquanto 20% são da pitaya vermelha por dentro e por fora. Nos primeiros resultados da plantação, as expectativas foram superadas.

Com clientes nos municípios de Santa Clara, Mato Leitão e Venâncio Aires, o valor do quilo é vendido a R$ 8. Quando em mais quantidades, como para supermercados, fruteiras e distribuidoras de frutas, é R$ 5 o quilo.

NO MUNICÍPIO

Conforme a extensionista rural da Emater, Djeimi Janisch, há uns 5 anos, quando a fruta passou a ser mais conhecida, houve o plantio das áreas em Venâncio Aires. Atualmente, o município conta com dez produtores, em uma área de 2,4 hectares. A venda ocorre, principalmente, direto ao consumidor.

Djeimi observa, no entanto, que ainda não é uma fruta popular, que está no hábito de consumo diário, tendo um comércio restrito. “Ela foi introduzida no cardápio da alimentação escolar municipal, sendo oferecida principalmente para as crianças menores, sendo muito bem-aceita, pois é uma fruta macia, palatável e de sabor suave”, comenta.

“Quando plantamos as pitayas era novidade na região, ninguém tinha e pensei em fazer uma plantação. Como já tinha conversado com produtor de Caxias e lá a região é alta como aqui, pensei que também iria se adaptar. E deu certo”.

MAURO DANIEL VOGEL

Servidor Público e produtor de pitaya


Feira da pitaya em Sério

  • A segunda edição da Feira da Pitaya de Sério ocorre na próxima semana, entre quinta-feira, 7, e domingo, 10. Será realizada junto ao ginásio municipal, Salão Paroquial e ruas próximas no Centro da cidade. Promovida pela Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços (ACIASS) e a Administração Municipal, a entrada é gratuita, a feira promove a valorização e a produção da fruta no município.
  • Durante a programação haverá o lançamento do refrigerante de pitaya. Após um ano de testes, a associação dos produtores com apoio do governo municipal obteve o registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A bebida é sem açúcar e sem glúten, com pitada de uva. Criado por um grupo de produtores de Sério com apoio da Unisinos.


Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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