Para além de datas comemorativas, a benzedeira há 25 anos, Rosani Kist, 57 anos, destaca que estimula a presença do Espírito Santo durante todo o ano e de forma constante. Ela e o companheiro, o metalúrgico Fábio Lermen, 48 anos, são multiplicadores do bem e da solidariedade com ações e doações para os que mais precisam. “Essa é a vontade de Deus, e no Natal é este ciclo de renovação no coração, do nascimento de Jesus”, completa ela.
A iniciativa do casal dura o ano todo e eles se consideram uma ponte, um intermédio, entre quem doa e quem recebe. São alimentos, roupas, calçados e todo o tipo de doação que chega até eles. Na véspera de datas especiais, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal, a atuação é ainda maior, com a produção das tradicionais bolachas, feitas com os ingredientes recebidos, em formato de coração e pintadas à mão. As bolachas, assim como demais doações, são repassadas principalmente para entidades, Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações de Venâncio Aires.
Nos fins de semana é feita uma força-tarefa com a ajuda dos cinco filhos de Fábio e de vizinhas na produção de muitas unidades de bolachas. A receita segundo Rosani, vem da avó materna Theolina, já falecida. “É o carinho repassado em forma de bolachas de coração”, explica Rosani, que estuda Teologia na Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi).
Receber e repassar: uma ponte entre quem doa e quem precisa
Já são 20 anos que Rosani e Fábio realizam ações solidárias. Segundo eles, o bem não só é feito para quem recebe as doações como também a eles. “Fazer o bem é manter o Natal vivo o ano todo. É receber e poder repassar”, afirma Fábio, que garante que a ideia é manter as doações até quando for possível. O casal também destaca a comunidade solidária de Venâncio Aires, que se preocupa com o bem-estar dos demais.
Rosani evidencia que nunca contabilizou o número de doações já repassadas, pois, para ela, quando o bem é feito de forma espontânea e silenciosa, tem sempre um melhor resultado. “Deus não gosta quando nos engrandecemos. Amor é energia de luz, e feito no silêncio é sempre melhor e maior.”
Na residência do casal, em Linha Travessa, também há um brechó, administrado pelos pais de Rosani – Erenilda e Armando Kist. São roupas e calçados vendidos pelo valor simbólico de R$ 3 a peça. No período da enchente, o brechó foi colocado à disposição da população que perdeu seus itens.
Trabalho espontâneo
- Rosani, que já é conhecida pelo trabalho espontâneo como benzedeira, também atende através da terapia reiki na sua residência em Linha Travessa e também em um espaço no bairro Morsch, no Loteamento Artus. Ela conta também com a ajuda das amigas Jaqueline Richter, Denise Fátima Oliveira e da filha dela, Fernanda.