Após oito dias desaparecido, o menino Kelvin Johnson Camargo foi localizado na tarde desta sexta-feira, 12, no bairro Carneiros, em Lajeado. Segundo o comissário Paulo Ullmann, que atua no Setor de Investigações (SI) da Polícia Civil, o adolescente foi levado por um tio até o município do Vale do Taquari. A reportagem da Folha do Mate e Rádio Terra FM se deslocou até Lajeado para acompanhar o momento que Kelvin foi localizado.
Assim que chegou na Draco de Lajeado, acompanhado da tia e uma prima, o menino Kelvin foi entregue aos agentes do SI. Encabulado e carregando uma mochila nas costas, disse algumas palavras e garantiu que havia se alimentado. Mas, ao ser convidado pelo comissário Paulo Ullmann para fazer um lanche, aceitou na hora. Ao lado dos inspetores Rodrigo Ethur e Cássio Oliveira, a escolha foi por uma padaria às margens da RSC-453, onde o adolescente comeu um risoles de calabresa, uma fatia de torta de bombom e tomou refrigerante de Guaraná.

Enquanto lanchava, disse à reportagem da Folha do Mate e Terra FM porque decidiu fugir e como fez. Kelvin referiu que tinha “tudo esquematizado”, pois não queria retornar à Casa de Acolhimento, para onde foi levado depois que a avó foi hospitalizada, após tomar uma dose excessiva de remédios, e do tio David Camargo dos Santos entregá-lo ao Conselho Tutelar.
Kelvin disse que saiu correndo da escola e foi até a casa da avó, distante uma quadra. No caminho, jogou a mochila, com os livros, em um contêiner de lixo, e ficou na casa da avó até o anoitecer. Depois, na sua versão, foi levado pelo tio e por uma mulher até uma chácara, onde permaneceu até quinta-feira, 11, quando então foi para Lajeado.
Neste período, disse que não saía de dentro de casa e acompanhava as notícias do seu desaparecimento. Até brincou com os policiais, comentando que “acharam que eu estava morto e eu estava bem vivinho”. Assim que chegou na Delegacia de Polícia de Venâncio Aires, foi recebido pelo delegado Vinícius e pelos profissionais da Casa de Acolhimento e do Conselho Tutelar.

Ganhou abraços e beijos e disse que sua vontade era ficar com a avó. As conselheiras entraram em contato com a juíza Cristina Junqueira, que por meio de despacho decidiu que o menino vai ficar com a avó. Em virtude de uma medida protetiva, o tio David não pode se aproximar da casa.