Mais de quatro décadas de dedicação ao bar da família

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O nome dela é Antoninha Luci Lehmen, mas é conhecida por Dona Lúcia. Já o nome do bar da família é Lehmen, mas todos conhecem por Bar da Lúcia. A nomenclatura não podia ser outra, já que são mais de quatro décadas de dedicação exclusiva ao bar e armazém, localizado na Avenida Ruperti Filho.

Lúcia tem 69 anos e está há 46 à frente do ponto comercial que fica junto com a casa da família. É ela quem cuida do estabelecimento desde o início, já que o marido, Alfredo Lehmen, 74 anos, nos primeiros anos plantava fumo no interior. Atualmente, ele não consegue ajudar pois precisou amputar as pernas e se locomove com uma cadeira de rodas.

A rotina de trabalho de Lúcia começa às 7h e segue até pelo menos 21h. É ela quem atende os clientes, faz as rotinas burocráticas e tem ajuda em exceções quando precisa ir a uma consulta médica, por exemplo. O bar não fecha ao meio-dia e abre diariamente. Nos domingos, faz horário diferenciado, pois abre pela manhã e retorna à tardinha.

INCANSÁVEL
Mãe de Lusiane, 46 anos; Viviane, 42; e Gustavo, 33, Lúcia conta que quando os filhos eram crianças a rotina não era diferente. “Eu lembro que colocava eles pra dormir junto comigo atrás do balcão”, recorda. Licença maternidade também não existiu, eram três dias e retornava ao trabalho novamente.

Há sete anos, Lúcia precisou fazer uma cirurgia por conta de um câncer de mama. “Amarrei o braço e segui atendendo, só precisei parar quando operei o joelho”, conta.
O Bar da Lúcia serve bebidas e dispõe de produtos de alimentação. Ela lembra que antigamente a maioria dos clientes fazia rancho e Alfredo fazia entregas de kombi. “Hoje mudou muito, tem mais mercados e o caderninho quase não existe mais”, diz.

O trabalho não assusta Dona Lúcia, que começou no batente ainda na infância ajudando os pais na colheita de fumo. “A gente acostuma, não sobra tempo pra pensar bobagem”, brinca. Ela conta que tem uma relação muito boa com os clientes e que eles a tratam bem. “Eu trato eles bem, converso e não xingo. Acho que a alegria e o diálogo funcionam”.

Ela diz que apartou algumas brigas, mas hoje está mais tranquilo. Tem clientes que vão todos os dias no bar para tomar algumas doses e a relação é de respeito. “Eles cuidam de mim, se preocupam”, comenta. Sobre o futuro, Dona Lúcia diz que pretende continuar trabalhando. “Eu penso em parar, mas vou ficar fazendo o que? Enquanto tiver saúde continuo trabalhando no que eu gosto”, finaliza.

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Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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