A Secretaria de Saúde de Mato Leitão recebeu na quinta-feira, 8, a confirmação de mais três focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Todas as larvas e os mosquitos coletados foram encontrados na região central, sendo um em uma residência, e já foram eliminadas.
As primeiras larvas do mosquito na Cidade das Orquídeas foram encontradas no primeiro semestre do ano passado. No fim de 2020, novamente foi identificado um foco. Segundo a agente de endemias, Tatiana Raquel dos Santos Jacobi, as três amostras com resultado positivo foram recolhidas durante o Levantamento de Índice + Tratamento (LI+T), ação de vistoria realizada diariamente por ela.
A profissional explica que, por causa da pandemia da Covid-19, por enquanto, as visitas referentes a essa ação estão feitas apenas em terrenos baldios e empresas localizadas no perímetro urbano. Além disso, a cada duas semanas, ela vistoria pontos estratégicos – ferro velho e os seis cemitérios do município, localizados no interior e na cidade.
Entretanto, mesmo que as visitas em residência não estejam sendo feitas neste momento, moradores que encontrarem locais suspeitos em suas casas, com a presença de larvas ou mesmo de mosquito que pareça o Aedes aegypti, podem entrar em contato com a Secretaria de Saúde ou com as agentes comunitárias de saúde para solicitar uma vistoria. Em caso de denúncia, os imóveis também são vistoriados.
Além dos três focos do mosquito Aedes aegypti, foram localizadas no Cemitério Municipal, em Vila Santo Antônio, larvas do mosquito Aedes albopictus, que é transmissor de doenças como chikungunya e zika vírus. Conforme Tatiana, elas já foram eliminadas.
A agente de endemias ainda observa que os mosquitos Aedes aegypti encontrados na Cidade das Orquídeas não portavam vírus. Nos próximos meses, a agente de endemias, com o apoio das agentes comunitárias de saúde, realizará mais uma edição do Levantamento de Índice Amostral (LIA), feito a cada três meses no município.
Cuidados
Neste ano, Mato Leitão teve dois pacientes com suspeita de dengue, mas nenhum dos casos confirmou para a doença. “Conforme pesquisas que fizemos, caso eles tivessem positivado, seriam considerados importados, ou seja, as pessoas teriam pego fora do município. Mas é importante que a comunidade preste atenção para que não tenhamos contaminações”, salienta.
Tatiana observa que a Cidade das Orquídeas está localizada próxima de municípios com casos da doença, como Santa Cruz do Sul, que confirmou uma morte pela doença no domingo, 11, e Venâncio Aires, que registrou nesta semana o quarto caso de dengue, sendo três autóctones, ou seja, contraídos dentro do município. No Vale do Taquari, Lajeado também está em alerta por causa da identificação de casos suspeitos da doença.
De acordo com Tatiana, é possível perceber que as pessoas estão esquecendo de tomar os cuidados necessários para a prevenção. “Se cada um tirar 10 minutos por semana para fazer uma vistoria no pátio e nas casas já colabora para eliminar focos”, destaca.
Ela ainda esclarece que há um mito de que o mosquito Aedes aegypti existe apenas na cidade. “Os moradores do interior também precisam tomar cuidado”, ressalta. O secretário municipal de Saúde, Arcênio Maldaner, também reforça a necessidade de cada um fazer a sua parte na prevenção da dengue. “É hora de redobrar os cuidados, dar a máxima atenção, mesmo para as pequenas coisas”, comenta.
Fique atento
O mosquito Aedes aegypti tem o mesmo tamanho de um mosquito comum. Ele é escuro e rajado de branco e só pica as pessoas durante o dia. Além disso, a fêmea fixa os ovos nas bordas de recipientes com água parada.
Prevenção
• Não acumule pneus velhos. Se forem usados como brinquedo, devem ser furados ou cobertos, para que não acumulem água.
• Coloque areia nos cacos de vidro dos muros.
• Feche caixas d’água, tonéis, barris e latões.
• Trate a água de piscinas com cloro e limpe uma vez por semana. Se não estiver em uso, mantenha a piscina coberta.
• Mantenha calhas, canos e ralos desentupidos.
• Troque diariamente a água do bebedouro de animais domésticos e faça, pelo menos, uma limpeza semanalmente.
• Troque a cada três dias a água dos pratos de vasos de plantas. Escove bem, para remover possível ovos de mosquito, e encha o prato com areia. Depois, continue a regar as plantas normalmente. Retire também a água acumulada nas folhas.
• Mantenha garrafas vazias com o gargalo para baixo.
• Latas de lixo devem ficar sempre bem fechadas. Evite acumular entulho e restos de obras.
Bromélias
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as bromélias não têm um ácido próprio que inibe o surgimento do mosquito ou que o uso de detergente e a pressão da água ao utilizar a torneira evitam a proliferação dele. Segundo a agente de endemias Tatiana Raquel dos Santo Jacobi, o correto para fazer a manutenção dessa planta é diluir uma colher de sopa de cloro em um litro de água. Com um borrifador ou o mesmo frasco usado para fazer a mistura, colocar todo o líquido na planta uma vez por semana. É importante molhar todas as folhas.
LEIA MAIS