A próxima segunda-feira, 25, será de mudança que diz respeito à destinação dos resíduos produzidos em Venâncio Aires. É a partir dessa data que começa o novo sistema de coleta urbana, com novos caminhões, uma nova empresa responsável e novos e mais contêineres.
A alteração já vem sendo percebida pela comunidade nos últimos dias, quando começou a instalação de 750 novos contêineres (o trabalho deve terminar hoje), que vão ampliar em 60% a abrangência da coleta automatizada – de 280 para 450 pontos de coleta. São 500 contentores verdes (orgânico e rejeitos) e 250 unidades azuis (recicláveis). Ele irão substituir os atuais equipamentos, que são alugados e que serão retirados nos próximos dias. Além disso, diferente da disposição atual, os novos contêineres foram instalados nas ruas que cortam a cidade no sentido leste-oeste. A ideia é evitar contratempos em vias muito movimentadas, como é o caso da Osvaldo Aranha, Tiradentes e Júlio de Castilhos, no sentido sul-norte.
Segundo o analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Maurício Almeida, os 450 pontos ocupam uma área estimada em 9 quilômetros quadrados, principalmente no Centro e bairros ‘encostados’ nesse perímetro mais central. Ou seja, as regiões do Diettrich, Santa Tecla, Bela Vista, Brands, Canto do Cedro, Macedo, Cidade Alta, Xangrilá, Coronel Brito, Battisti e Universitário não terão contêineres. “Nesses bairros mais afastados do Centro, há uma geração menor de resíduos e também é considerada a densidade demográfica. Mas a ideia é ampliar o sistema, porque esse projeto permite ampliação”, destacou Almeida.
Nos pontos já contemplados, nem todos têm contentor azul, mas nessas regiões continuará a coleta seletiva. Além disso, há 185 contêineres reservas. “Vamos fazer uma avaliação em dois meses. Podem acontecer alterações, porque tudo ainda é inicial, assim como a ideia é instalar mais alguns contentores em outros pontos”, adiantou o analista ambiental.
Empresa
Nos bairros sem equipamentos, a coleta convencional está mantida (veja abaixo) e ela também estará a cargo da Terraciclo Coleta, empresa de Paraí que venceu a licitação. Conforme o diretor operacional, Gustavo Vilela, o grupo já está no meio há 8 anos e trabalha em municípios como Camaquã, Passo Fundo, Arambaré e Dom Feliciano.
Em Venâncio Aires, a equipe de 22 funcionários (recontratados da Conesul, que fazia a coleta nos últimos anos), trabalharão em cinco caminhões: três da Prefeitura (para coleta mecanizada e convencional urbana) e dois da própria empresa (para coleta seletiva e no interior).
Esses três veículos da Prefeitura, bem como os novos contêineres, pertencem ao Município, que em contrato cede à empresa responsável e vai fiscalizar o trabalho a partir de agora.

Como separar
Embora os contentores tenham cores e destinação diferentes, muitas pessoas não têm certeza sobre onde devem depositar determinados resíduos. De forma geral, no contêiner azul (reciclável), podem ser colocados plástico, vidro, papel, metais e alumínio, garrafas, embalagens pet e isopor.
Mas o diretor operacional da Terraciclo, Gustavo Vilela, explica que há exceções. Se o vidro estiver quebrado, ele perde sua condição de reciclável e deve ser colocado no rejeito (contêiner verde). O mesmo vale para plásticos que embalam carnes. “Se tiver contaminação de sangue animal, deve ir no rejeito. Assim como um sachê de maionese, por exemplo.”
No contentor do rejeito (verde) devem ir restos de comida, erva-mate, cascas de frutas e ovos, guardanapos sujos, frutas podres e sacos de café e chá. “Mas aqui é importante que a população faça em casa sua composteira. Tem muita coisa que pode ser reaproveitada na compostagem, evitando o acúmulo de rejeito coletado”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Nilson Lehmen.
Está proibido depositar nos contêineres qualquer material de construção civil, móveis, galhos e restos de jardinagem. Para móveis e galhos, por exemplo, já existe o Ecoponto, local que funciona junto à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp).
Contratos
• O contrato com a Terraciclo Coleta, para recolhimento na cidade e no interior, será de R$ 208 mil por mês. Ele tem validade de um ano, com possibilidade de renovar por mais quatro.
• Todos os resíduos são encaminhados à Usina de Triagem em Linha Estrela, onde a Cooperativa Regional de Catadores dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Cootralto) trabalha – R$ 32,5 mil mensais.
• Já o transporte da usina de triagem até o aterro de Minas do Leão é feito pela Ecopal – contrato de R$ 58 mil por mês.
• Com a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que faz o destino final no aterro sanitário, são investidos mais R$ 100 mil mensais.
• São quase R$ 400 mil por mês ou R$ 4,7 milhões que serão gastos por ano. O montante ainda é menor do que o total anterior, que girava em torno de R$ 5,6 milhões anuais. Um dos fatores que contribuía para esse valor mais alto era o fato de os contêineres serem alugados.
R$ 900 mil – é a economia anual prevista com o novo sistema de coleta em Venâncio.
A compra dos contêineres e dos caminhões foi possível com os R$ 4,1 milhões do programa Lixão Zero, do Ministério de Meio Ambiente. O recurso foi confirmado para Venâncio ainda no início de 2020 e é o mesmo que possibilitou a compra do triturador de galhos, dos biodigestores para as escolas e as mais de 1,9 mil composteiras domésticas já distribuídas.
Roteiros onde não terá coleta conteinerizada
Coleta urbana convencional (rejeito/orgânico) onde não tem contêiner
• Segunda, quarta e sexta: bairros Battisti, Bem Feita, Brands, Brígida, Coronel Brito, Industrial, Macedo e Universitário.
• Terça, quinta e sábado: bairros Bela Vista, Canto do Cedro, Diettrich, Leopoldina e Santa Tecla.
Coleta seletiva (recicláveis) onde não tem contêiner
• Segunda-feira: bairros Cidade Alta, Cidade Nova, Leopoldina e Xangrilá.
• Terça-feira: bairros Bem Feita, Brands, Industrial, Macedo e Universitário.
• Quarta-feira: bairros Aviação, Diettrich, Santa Tecla, São Francisco Xavier e União.
• Quinta-feira: bairros Battisti, Brígida, Coronel Brito e Morsch.
• Sexta-feira: bairros Bela Vista, Canto do Cedro e Gressler.
Coleta rural convencional
• Segunda-feira: Mariante, Chafariz e Itaipava das Flores.
• 1ª terça-feira: Sapé, Tangerinas, Herval e Vila Arlindo.
• 2ª terça-feira: Olavo Bilac, Harmonia da Costa, Centro Linha Brasil, Esperança e Saraiva.
• 3ª terça-feira: Campo Grande, Estância São José, Picada Nova e Travessão Mariante.
• Última terça-feira: Linha Isabel, Cachoeira Alta e Baixa, Cipó, Vila Deodoro, Sexto Regimento, Linha Brasil, Arroio Grande, Lucena e Marmeleiro.
• 1ª quarta-feira: Palanque, Vila Mayer e Vila Palanque.
• 2ª quarta-feira: Linha Antão, Linha Marechal Floriano e Palanque.
• 3ª quarta-feira: Rincão de Souza, Taquari Mirim, Cerro dos Bois e Palanque.
• Última quarta-feira: Passo do Cananéia, Cerrito, Estancia São José, Campo São Pedro e Palanque.
• Quinta-feira semanal: RSC-287, Linha Barbosa e Beco do Gigante.
• Quinta-feira quinzenal: Vila Teresinha, Duvidosa, Alto Sampaio, Andreas, Linha Sério, Santana e RSC-287.
• Sexta-feira: Grão-Pará, Mariante, Chafariz e Sertão.
• Sábado: Linha 17 de Junho, Monte Belo, Cecília, Vila Santa Emília, Travessa, Herval e Palanque.
Mais composteiras e lixeiras

Já estão no município outras 151 composteiras domésticas. Cerca de 50 pessoas inscritas em 2021 ficaram sem o item e automaticamente serão contempladas nessa leva. Para as outras, haverá abertura de prazo de inscrição para interessados, provavelmente em maio.
Além disso, nas próximas semanas devem ser instaladas 151 lixeiras em algumas ruas centrais no sentido norte-sul, como Osvaldo Aranha e Tiradentes. São lixeiras pequenas, usadas para o chamado consumo de via pública.
Conforme o secretário Nilson Lehmen, ainda não está definido quem fará o recolhimento dos resíduos depositados nesses recipientes. “Estamos vendo a possibilidade de usar mão de obra prisional ou fazer um aditamento com a Terraciclo.” Para o interior, também haverá 100 novas lixeiras coletivas.