No fim de outubro, o Governo do Estado divulgou um alerta para o aumento nas internações por Covid-19 e, também, ressaltou a importância da vacinação bivalente contra o vírus. Entre os dias 8 e 14 do mês passado, o Rio Grande do Sul registrou 64 hospitalizações por complicações respiratórias em quem contraiu a doença. Comparando com agosto, quando a situação estava mais controlada, o número de internados entre 20 e 26 daquele mês foi de 14.
Com relação às possíveis causas desse aumento, a chefe substituta da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Letícia Garay Martins, ressalta que o coronavírus (Sars-CoV-2) já pode ser considerado endêmico. “Isso quer dizer que ele circulará com picos em determinados momentos do ano, assim como o vírus da gripe influenza”, explica. “Além disso, a cobertura da bivalente é baixa nos maiores de 18 anos, sendo essa a vacina com composição mais próxima genomicamente das variantes que circulam atualmente”, complementa.
Com o aumento das internações, consequentemente aumentaram os óbitos, mesmo que em proporções inferiores. Nas últimas três semanas de outubro, ocorreram 18 mortes por Covid-19 no estado. Dessas pessoas, 16 em maiores de 60 anos. Os outros dois apresentavam comorbidades.
Venâncio Aires
Na Capital do Chimarrão, segundo a enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Lili Müller, desde o dia 1º de novembro são 15 casos positivos de Covid-19 notificados. Atualmente, uma pessoa está internada no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). É uma mulher, vacinada e com comorbidades.
Carla explica que a testagem para identificar o vírus, no município, está indicada apenas para pessoas enquadradas nos grupos prioritários, como idosos, gestantes e puérperas, pessoas com múltiplas comorbidades e pessoas não vacinadas. “A Covid-19 pode desestabilizar a doença de base (comorbidade) da pessoa. Uma pessoa é diferente da outra, mas no geral os sintomas estão se apresentando leves”, reforça.
*Com informações do Governo do Estado
Vigilância Genômica
- O Centro Estadual de Vigilância em Saúde segue com o monitoramento das variantes do coronavírus em circulação no estado. As análises demonstram a continuidade da circulação de diferentes sublinhagens da variante Ômicron do Sars-CoV-2 no Rio Grande do Sul e, entre essas, já houve a detecção pontual, até o momento, de um caso da sublinhagem EG5.1, chamada de Éris.
Vacinação
1 Estes números reforçam a importância da vacinação, principalmente a dose bivalente, que hoje, no estado, tem menos de 20% da população acima de 18 anos vacinada.
2 As crianças ainda apresentam baixo percentual de vacinação contra o coronavírus no estado. São apenas 36% das cerca de 1,6 milhão de crianças acima dos 6 meses até os 11 anos vacinadas com duas doses. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, esse percentual é de 82%.
3 Na população de 18 anos ou mais, o índice também é considerado baixo. Até o momento, já foram aplicadas cerca de 1,6 milhão de doses da vacina bivalente nessa população, o que representa cerca de 18% da população desta idade no Rio Grande do Sul.
4 Em Venâncio Aires, segundo o vacinômetro do Ministério da Saúde, 60.910 pessoas se imunizaram com, pelo menos, uma dose da vacina; 56.612 com a segunda; 33.549 com dose de reforço; e apenas 5.981 pessoas se vacinaram com a dose bivalente.
5 Para 2024, há uma estimativa de que a vacinação será seletiva, ou seja, por grupos prioritários, conforme exposição e risco para evoluir com gravidade (internações e óbitos), assim como acontece com a vacinação anual contra a gripe influenza. Esse protocolo ainda depende de definição do Ministério da Saúde.