O ‘exército’ de Venâncio para enfrentar um inimigo invisível

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P elo menos 790 profissionais estão na linha de frente no combate ao coronavírus em Venâncio Aires – são 490 do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 300 da Secretaria Municipal de Saúde. No hospital, todos os colaboradores exercem tarefas relacionadas à prevenção, mas os 200 funcionários da área de Enfermagem são os que trabalham diretamente nas ações de enfrentamento. Na rede municipal de saúde, a mobilização também é total, uma vez que as unidades estão capacitadas para atender casos de pacientes com sintomas respiratórios, que apontam para a suspeita da Covid-19.

O hospital é o ponto de referência para os casos de coronavírus, que vierem a se confirmar. Além de dez leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) que a instituição já disponibilizava, outros quatro vão ser implementados em parceria com o Governo do Estado. Todos serão providos de respiradores, de acordo com o presidente da casa de saúde, Luciano Spies. Ainda conforme ele, em caso extremo, há condições para montagem de mais duas UTIs, com a utilização de um respirador da UPA e outro do Hospital São Sebastião Mártir.

SETOR DA COVID-19

Coordenadora de Enfermagem e responsável pelo setor da Covid-19 no HSSM, a enfermeira Renata Gassen Bittencourt diz que os profissionais de higienização, farmácia, hotelaria e manutenção, entre outros, têm atuação fundamental no que se refere ao suporte às ações de combate ao vírus. Segundo ela, pacientes que chegam ao hospital com suspeita da doença são direcionados à área específica, na qual permanecem sendo monitorados por uma equipe que conta com médico, enfermeiro e técnico. “Trabalhamos com escalas e revezamentos, mas os profissionais que atendem no setor da Covid-19 são exclusivos para a ala”, explica.

Ela destaca que os profissionais, antes de entrarem em contato com pacientes suspeitos, “têm toda a paramentação (touca, jaleco, propés e máscara) de acordo com as regulamentações do Ministério da Saúde e da Anvisa)”. Depois da assistência, os equipamentos de proteção individual são separados e descartados ou higienizados, no caso dos que têm opção de reutilização. “Na hora de ir embora, até banho é necessário tomar”, comenta a enfermeira, acrescentando que é preciso ter segurança de que a disseminação está sob controle.

Hospital tem ala específica para pacientes com suspeitas de coronavírus (Foto: Divulgação)

CENTRO DE TRIAGEM

  1. O centro de triagem para pacientes com sintomas respiratórios continua à disposição da comunidade no Pavilhão São Sebastião Mártir.
  2. De acordo com o secretário de Saúde, Ramon Schwengber, a demanda de pacientes tem sido “tranquila” nos últimos dias, com média entre 20 e 30 atendimentos.
  3. Schwengber destaca que no local há dez leitos do tipo hospitalares (sem respiradores) e também estão à disposição outros 60 leitos (30 beliches) cedidos pelo 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), de Santa Cruz do Sul.
  4. “Esperamos que não haja a necessidade de utilizarmos a estrutura, mas o importante é que a nossa rede de saúde está preparada para um eventual momento de crise”, ressalta.
  5. O centro de triagem não atenderá neste fim de semana. O telefone 0800-885-8419 está disponível para a população que queira informações sobre a Covid-19. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo número (51) 99799-6570, das 8h às 17h.

“Não deixamos de fazer internações ou exames, se necessário. Os serviços reduziram em função de uma menor procura.”

LUCIANO SPIES – Presidente do HSSM


  • Sobre a forma como os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) serão ocupados – quantos para pacientes com coronavírus e quantos para pessoas com outras doenças -, o presidente do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Luciano Spies, explica que “percentuais de utilização devem ser objeto de análise diária, conforme a necessidade”.

70% da capacidade ociosa

A ameaça do coronavírus não causa preocupação ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) apenas no sentido de se organizar para receber eventuais pacientes infectados pela Covid-19. Suspensão de cirurgias eletivas e redução drástica da procura por exames e outros serviços caem como bomba na arrecadação da instituição. De acordo com o presidente do HSSM, Luciano Spies, alcança os 70% o percentual ocioso da capacidade na casa de saúde. “Estamos aguardando a demanda de pacientes da Covid-19”, comenta.

Spies salienta que a situação do hospital ainda é “bastante delicada”. O faturamento com convênios e serviços particulares terá redução expressiva. O cenário deve piorar à medida que for necessário o custeio de ações relacionadas ao coronavírus. Por enquanto, são os valores oriundos de doações que “seguram as pontas”. Ele acredita que o hospital possa ter “fôlego” se houver agilidade na liberação de emendas parlamentares.

DOAÇÕES

Até agora, o HSSM já arrecadou aproximadamente R$ 190 mil em doações, conforme o presidente. Além disso, chegaram também equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas, aventais e álcool em gel. “As doações em valores vieram de empresários, do Fórum, de instituições financeiras, de clubes de serviços e dos médicos do nosso corpo clínico. Os demais itens vieram de profissionais liberais, empresas e pessoas da comunidade. Agradecemos muito a todos que têm sido solidários”, compartilha.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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