O simbolismo por trás da desinfecção da UTI do Hospital São Sebastião Mártir

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A higienização dos espaços é um serviço constante no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). No entanto, provavelmente poucos momentos tenham sido tão simbólicos como o que ocorre desde o fim de semana, com a desinfecção geral da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A medida foi possível pois a instituição não tem mais pacientes com Covid-19 na UTI. A expectativa é de que o ‘mutirão’ termine amanhã.

Com a limpeza minuciosa, incluindo todos os móveis e aparelhos, para eliminar qualquer chance de permanência do vírus, o espaço poderá voltar a ser utilizado para pacientes sem Covid. Apesar de, oficialmente, o HSSM receber recursos para oito leitos de UTI Covid, o espaço da UTI regular – com dez leitos – era ocupado para pacientes com Covid, por conta da demanda. “Após o processo de desinfecção, esses 10 leitos voltarão a ser a UTI geral”, destaca o administrador do hospital, Luís Fernando Siqueira.

A coordenadora de Hotelaria do hospital, Elaine Heissler, explica que a desinfecção geral da UTI ocorre anualmente, mas não foi possível no ano passado, devido à demanda. “Agora, graças a Deus, tivemos a alta dos pacientes e pudemos realizar essa limpeza. É um trabalho gratificante, vemos toda a equipe trabalhar com vontade”, observa.

Não foi difícil comprovar a satisfação na equipe, na tarde de ontem, quando a reportagem da Folha do Mate foi até o local. Entre os profissionais, estava a enfermeira Mirian Sackser, 28 anos. Em 20 de fevereiro deste ano, ela foi capa do jornal, quando o hospital alertava sobre a iminência de um colapso por conta do aumento progressivo do número de casos. “Lembro como se fosse hoje da situação e do paciente que estava naquele leito”, afirma.

De lá para cá, muita coisa mudou. “A gente viveu todos aqueles momentos difíceis. Felizmente o número de pacientes diminuiu, o sentimento agora é muito bom”, resume. “O importante é as pessoas estarem conscientes de que é preciso continuar se cuidando”, acrescenta Elaine.

Reestruturação do hospital

Segundo o administrador do HSSM, a partir de agora, se trabalha para ‘remodelar’ a estrutura o hospital. “Precisamos buscar a normalidade e garantir o atendimento que outras doenças também precisam”, comenta Siqueira. Com o retorno da UTI normal para o espaço onde estava a UTI Covid, caso haja necessidade de terapia intensiva para algum paciente com coronavírus, estará à disposição, neste primeiro momento, a UTI 2, montada na sala de recuperação do Pronto Atendimento. “Além disso, a própria UTI tem dois leitos de isolamento que poderão ser utilizados.”

A instituição e a Prefeitura já discutem uma adequação, também, nos leitos do setor Covid. “Hoje, são 16 leitos clínicos, mas apenas quatro utilizados. Eles também devem diminuir em breve. O desafio vai ser aprender a conviver com a Covid dentro da estrutura normal do hospital. A mesma situação que, por um tempo, foi com o HIV e a tuberculose, agora será com Covid”, exemplifica Siqueira.

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Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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