Exemplos de leitores
Na casa da família Frey, em Linha Travessa, o hábito da ler faz parte da rotina e as visitas à Biblioteca Caá Yari são frequentes. Elton Frey, 45 anos, retira livros no local há cerca de duas décadas. Ele e a esposa Rejane Frey, 40 anos, são grandes incentivadores da leitura para o filho Victor Guilherme Frey, 8 anos.
No início, os pais liam para Victor, mas o processo foi muito rápido e ele logo começou a ler sozinho. Inclusive, foi o orador da turma na formatura da pré-escola. Atualmente, o menino, que é estudante do 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Judas Tadeu, coleciona cerca de 500 exemplares de livros e gibis – os da Turma da Mônica são os favoritos.
As idas da família até a biblioteca para retirar livros ocorre sempre que termina a leitura de uma obra. Segundo Elton, ele sempre leva gêneros diferentes para casa para ter uma leitura mais ampla e abranger diversos assuntos. “Quando estou lendo, eu desligo, fico focado apenas no livro. E tem que ser físico, preciso folhear”, comenta o analista de rede. Já Rejane, que é costureira, revela maior gosto por romances.
“Sempre há um livro que cabe no tempo de cada um.”
ELTON FREY
Analista de rede e leitor, sobre as pessoas falarem que não têm tempo para ler
Sônia, a primeira sócia
Em 5 de março de 1990, Sônia Müller fez seu registro de sócia da biblioteca. Ela é a primeira leitora com a carteira associada, embora já retirasse livros muito anos antes, frequentando de forma assídua o antigo espaço da biblioteca, junto à Prefeitura, mas sem o cadastro oficial.
Os livros de romance são os favoritos da costureira, de 75 anos. Os que mais marcaram foram a série da ‘A bicicleta azul’, de Régine Deforges e ‘As duas menininhas de azul’, de Mary Higgins Clark. Para ela, os livros permitem criar imagens e permitem uma viagem.
De todo esse período que frequenta o espaço, ela ressalta que o acervo está com mais variedades e que está bem melhor. A retirada de livros é feita de acordo com a finalização da obra, mas ela garante que está na biblioteca pelo menos três vezes ao mês para ver novos títulos. Sobre ser a primeira sócia de um lugar com tantos anos de história, ela se diz privilegiada.
Pedro, um pequeno leitor
O incentivo à leitura veio desde que ainda estava na barriga da mãe Josiane Bergmann e continuou após o nascimento com o pai Sérgio Rosa. O pequeno Pedro Henrique da Rosa, de apenas 6 anos, já tem a própria carteirinha de sócio.
A preferência do estudante do 1º ano da Emef Dois Irmãos são livros de dinossauros. O pai do garoto conta que os primeiros contatos de Pedro com os livros foi com as figuras e que, por meio delas, criava a história.
Para Sérgio, este espaço público cultural de acesso à leitura é um encontro de afetos, pois antes mesmo de chegar as prateleiras, tem o acolhimento da chegada. “Essa acolhida transcende o que tem nas prateleiras”, define.
Retirada em turma
Para que os estudantes do 4º ao 9º ano tenham a experiência com outras obras literárias e um outro ambiente para fazer a retirada de livros, professores do Colégio Professor José de Oliveira Castilhos/Coopeva acompanham os estudantes até a Biblioteca Municipal, de 15 em 15 dias.
Segundo a supervisora pedagógica, Patrícia Manganelli, neste ano, os alunos que ainda não tinham a carteirinha de sócio, encaminharam o cadastro, para que também possam ter a experiência de fazer a retirada com os demais colegas. Para isso, uma escala de horários foi feita para que haja uma organização do espaço.
Um espaço para todos
Além do acervo bibliográfico, dois computadores estão disponíveis na biblioteca. Marcelo Santos, 42 anos, frequenta o espaço para ter acesso à tecnologia, há cerca de 10 anos. Segundo ele, o uso é para passar o tempo, e pelo ambiente ser tranquilo e agradável. A leitura também não fica de lado. Santos gosta de ler artigos e jornal para ficar bem informado sobre o que está acontecendo.
A dedicação de um vizinho
Para que o ambiente da rua fique mais belo, Armin Fisher, de 66 anos, faz o cuidado dos arbustos e árvores que estão na redondeza da biblioteca. Segundo o empresário, que é proprietário da Loja Eletro Armin, em frente à Biblioteca, o plantio foi feito após a retirada de algumas árvores. A escolha foi a Guabiju e pequenos arbustos. Fischer acrescenta que até 2019, ele fazia a poda, no mês de agosto, durante a lua minguante, para ela ficar com o tronco mais forte e mais bonita.
13.640
é o número de sócios da biblioteca, desde 5 de março de 1990. No ano passado, foram 60 novos leitores associados e, neste ano, foram 15 afiliações, entre janeiro e março. No BibLivre, página de buscas dos livros no acervo, 4.015 sócios já se cadastraram para fazer a consulta.
Como se associar
• Para quem deseja ser sócio da Biblioteca, o cadastro é feito no próprio local. É necessário levar a carteira de identidade, CPF, comprovante de residência e R$ 5. A renovação é feita anualmente, no valor de R$ 2. Os valores arrecadados são destinados à compra de novos livros.
• É possível retirar dois livros de cada vez e ficar durante 15 dias.
Empréstimos
Em 2019, antes da pandemia, foram 16.743 empréstimos, entre livros, gibis e revistas. Em 2020, o espaço esteve fechado. Após a reabertura, em 2021, com o sistema de reserva, foram 1.219 retiradas. Entre 2005 a 2021, o total foi de 92.738 empréstimos.
Horário de atendimento
A Biblioteca Caá Yari está de portas abertas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sem fechar ao meio-dia.
Leia mais: