Mais uma etapa do programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) está em andamento em Venâncio Aires. Após a equipe técnica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) realizar os levantamentos nas propriedades de agricultores interessados em participar da iniciativa e elaborar os croquis com propostas de áreas para serem protegidas, esses esboços estão sendo apresentados aos produtores rurais. Inicialmente, a ideia é permitir a regeneração natural desses espaços e, se necessário, haverá plantio de árvores nativas. O projeto é financiado pela Corsan Aegea.
Segundo o coordenador do programa na Capital do Chimarrão e professor da Unisc, Marcelo Kronbauer, todas as propriedades abrangidas pertencem à bacia do arroio Grande, afluente do arroio Castelhano, principal manancial de Venâncio Aires. O docente relata que cada agricultor receberá um croqui detalhado da sua propriedade rural, com indicação da área de preservação sugerida pela equipe técnica.
“Os diagnósticos pretendem avaliar, justamente, o potencial da propriedade em relação à disponibilidade de água, a capacidade de aumentar a infiltração da água no solo e a retenção de sedimentos. A ausência da vegetação no entorno dos cursos de água pode contribuir com a perda da qualidade da água e, a longo prazo, com processos de assoreamento”, explica.
De acordo com Kronbauer, depois de receber o croqui, cada agricultor poderá fazer uma avaliação da proposta e indicar sugestões para modificar ou ajustar as áreas de preservação indicadas. Os contratos são assinados quando houver consenso entre a equipe técnica da Unisc e da Corsan Aegea com o agricultor.
Depois que o documento for assinado é feito o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA). O valor de referência do programa é R$ 325 por hectare e a quantidade financeira que cada agricultor vai receber varia conforme a área que ele disponibilizará. Segundo Kronbauer, os primeiros pagamentos aos agricultores devem ser feitos ainda neste ano.
Intenção é aumentar número de agricultores participantes
O professor da Unisc e coordenador do PSA em Venâncio Aires, Marcelo Kronbauer, observa que o cronograma de atividades sofreu um pouco de atraso em razão dos eventos climáticos extremos que aconteceram em abril e maio. “Eles inviabilizaram a execução de visitas e houve o adiantamento das atividades de diagnóstico, que foram finalizadas somente no mês de julho”, esclarece. Apesar disso, a avaliação geral da iniciativa em Venâncio é muito positiva.
“O fato de termos, em um primeiro ano, esse número de produtores [são 33 propriedades diagnosticadas] é um bom indicador. É claro que o processo começou mais lento, mas conforme os agricultores ficaram sabendo do funcionamento do programa, parece que as possibilidades de visitas se ampliaram”, considera.
O processo de inscrição para novos agricultores interessados em participar da iniciativa segue aberto. “Temos a meta de até o segundo ano chegar a 50 produtores”, salienta Kronbauer. Ele ainda informa que em breve será retomada a mobilização para agendar mais visitas às propriedades.
- 33 – propriedades rurais foram diagnosticadas em Venâncio Aires pela equipe técnica para participação no programa de Pagamento por Serviços Ambientais. Se os proprietários aceitaram as propostas sugeridas, todas farão parte do projeto e receberão o PSA.
- As propriedades diagnosticadas pelo programa estão localizadas em Linha Arroio Grande, Linha Brasil, Marechal Floriano, Vila Deodoro, Linha Maria Madalena, Linha Isabel, Cipó e Cachoeira. Todas pertencem à bacia do arroio Grande, afluente do arroio Castelhano.