É na infância que aprendemos e desenvolvemos habilidades importantes e que são essenciais ao longo de toda a vida, como caminhar, falar, interagir com as pessoas, ler e escrever. Por essa razão, um olhar atento, empático e acolhedor nos primeiros anos de vida é de extrema importância.
Conjuntamente, os programas Primeira Infância Melhor (PIM), política pioneira no Brasil desenvolvida pelo Governo do Estado, e o Criança Feliz, mantido pelo Governo Federal, buscam estimular e promover o desenvolvimento integral infantil. O PIM foi criado pelo Estado em 2003 e em Venâncio Aires as atividades do programa iniciaram em 22 de julho de 2010.
Ao longo desses 14 anos de existência, o projeto é coordenado na Capital do Chimarrão pela pedagoga Andréa de Oliveira. No município, as atividades são desenvolvidas pelas secretarias municipais de Saúde, Educação e Habitação e Desenvolvimento Social. Segundo Andréa, juntas, essas duas propostas beneficiam 116 gestantes e crianças com idade até 6 anos, com prioridade para aquelas com até 3 anos.
Os contemplados com os projetos são moradores dos bairros Gressler, Aviação, Cidade Nova, Xangrilá, Bela Vista (Loteamento Tireli e Vila Tata), Macedo, Brands, Coronel Brito e Battisti. “O programa tem por objetivo apoiar as famílias, a partir da sua cultura e experiências, na promoção do desenvolvimento integral das crianças, desde a gestação até os 6 anos”, ressalta a coordenadora do PIM em Venâncio.
Ela ainda explica que os eixos de atuação da iniciativa são vigilância e promoção do desenvolvimento integral infantil, interação parental positiva e articulação em rede. Além das visitas semanais nas residências, que têm duração de, em média, 45 minutos cada, as visitadoras do PIM iniciaram na metade do ano passado atendimentos na Casa de Acolhimento da Capital do Chimarrão, também uma vez por semana. Além disso, em 2022 a equipe de Venâncio recebeu o prêmio Salvador Celia pelo trabalho realizado com famílias imigrantes.
Moradora da Rua 1, no bairro Battisti, Denise Queiroz, 26 anos, é uma das atendidas pelo PIM. A filha mais velha, Stella Emanuely Queiroz Roesch, 3 anos, começou a receber as visitas do programa quando tinha apenas dois meses. Depois, durante a gestação do segundo filho, Enzo Emanuel Queiroz Rosch, de 11 meses, ela seguiu recebendo o acompanhamento.
Agora, os dois participam das atividades. “É muito bom por causa do desenvolvimento deles. Antes a Stella era mais tímida, agora ela já interage mais com as pessoas e o atendimento do PIM auxiliou nisso”, avalia Denise. A mãe também ressalta que a pequena gosta de contação de histórias e de brincar de montar pecinhas. “Vai facilitar quando eles chegarem na escola”, analisa, ao ressaltar a importância do PIM.
Funcionamento
De acordo com Andréa, cada família recebe uma visita por semana. O programa tem como foco principal atender famílias em situação de risco ou vulnerabilidade social e as demandas são encaminhadas, principalmente, por meio dos agentes comunitários de saúde e pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
Primeiro é feita uma visita inicial para apresentação do programa. Depois, é efetuado o cadastro da criança ou da gestante. O público infantil atendido ainda não frequenta a escola, por isso há uma grande preocupação das visitadoras em relação à promoção de atividades que estimulem a aprendizagem e o desenvolvimento conforme a faixa etária, para que eles cheguem mais preparados às instituições de ensino.
Até a criança completar 1 ano, o planejamento das atividades é dividido por trimestre. Até 2 anos, por semestre e a partir desta idade ocorre a organização anual. Além de todo o acompanhamento e encaminhamento para serviços da rede, as visitadoras do PIM em Venâncio confeccionam os materiais, de acordo com a idade das crianças atendidas, para serem usados durante as visitas.
Para isso leva-se em consideração os indicadores de comunicação e linguagem, motora, socioafetiva e cognitiva. Além disso, são repassadas orientações às famílias e são feitas conversas e o acompanhamento do pré-natal de gestantes. Durante as visitas, também se trabalha o desenvolvimento e o acompanhamento pedagógico das crianças.
“As ações do PIM e do Criança Feliz impactam na melhoria das condições de saúde, educação e desenvolvimento social. Dentre elas, a promoção dos direitos na primeira infância, o fortalecimento da parentalidade positiva e a prontidão para a aprendizagem.”
ANDRÉA DE OLIVEIRA
Coordenadora do PIM em Venâncio
Profissionais
- Atualmente a equipe de visitadoras do PIM Venâncio Aires é formada por estudantes das áreas de Pedagogia, Serviço Social e Psicologia. Hoje, além da coordenadora local da iniciativa, Andréa de Oliveira, trabalham com o programa Andréia Daiane Wazlawosky, Angélica Rosane Wazlawosky, Elinéia Machado da Silva, Josiele Gonçalves Trindade, Mislene Josi Martins e Valdirene Daiane Centa Alves.
- O grupo de trabalho participa de treinamentos ofertados pelo Governo do Estado, mantenedor do programa Primeira Infância Melhor (PIM) e de formações continuadas, que acontecem mensalmente e de atividades para conhecer os demais serviços da rede. No início de cada ano, também é elaborado um plano de ação para nortear as atividades.
Valores destinados pelo Estado ao PIM em Venâncio
- 2020 – R$ 87.046,85
- 2021 – R$ 92.839,43
- 2022 – R$ 104.428,39
- 2023 – R$ 104.224,96
- 2024 – R$ 65.801,71 (jan a set)
- Os recursos são utilizados, prioritariamente, em despesas com pessoal e com materiais de consumo para a confecção de artigos para interação com as crianças.
(Fonte: Secretaria Municipal de Saúde)
Criança Feliz existe há cinco anos no município
O programa Primeira Infância Melhor (PIM) começou a ser desenvolvido em Venâncio Aires em 2010 e há cinco anos ele ganhou reforço com a implementação da iniciativa Criança Feliz. A secretária municipal de Habitação e Desenvolvimento Social, Camilla Capelão e a assistente social Rúbia Bucalo, reforçam que essas duas políticas públicas trabalham juntas e têm como prioridade as gestantes e crianças com idade até 3 anos.
Elas também salientam que o programa Criança Feliz é muito importante para o desenvolvimento infantil e para trabalhar os vínculos familiares, uma vez que tem como premissa a participação dos pais ou responsáveis nas atividades propostas. “Além de trabalhar questões cognitivas é comprovado que crianças acompanhadas pelo programa Criança Feliz chegam na escola mais preparadas”, avaliam. Para manter o programa, o Município recebe recursos da União.