Protótipo é aperfeiçoado no campus IFSul, em Venâncio. (Foto: Divulgação/IFSul)
Protótipo é aperfeiçoado no campus IFSul, em Venâncio. (Foto: Divulgação/IFSul)

Uma iniciativa que começou em 2016, no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), campus Venâncio Aires, o projeto Plataforma de Monitoramento do Nível de Águas (PlaMoNa) ainda não conseguiu ser usado na prática para ajudar as pessoas que moram nas partes baixas da cidade. O objetivo do trabalho é fazer um acompanhamento do nível do arroio Castelhano, com a finalidade de reduzir os danos causados pelas enchentes.

A expectativa era de que o projeto recebesse recursos da Administração Municipal, depois de ser apresentado para representantes da Secretaria de Educação, Defesa Civil, Patrulha Agrícola e do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), entre setembro e dezembro de 2021. Em agosto de 2021, o prefeito Jarbas da Rosa havia confirmado a parceria para a implementação do sistema – na época, os equipamentos estavam orçados em R$ 43,4 mil – e os encontros com diferentes setores da Prefeitura tiverem o objetivo de ver como poderia ser viabilizado o repasse financeiro.

No entanto, o diretor-geral do IFSul Venâncio Aires, Geovane Griesang ressalta que, infelizmente, as tratativas não evoluíram e o projeto segue sem investimentos. “Os integrantes do projeto ficaram frustrados, foi investido bastante tempo em reuniões e em mostrar o projeto”, comenta. No entanto, ele garante que o instituto continua de portas abertas para a Prefeitura, “que ainda pode procurar pelos professores e alunos no campus, caso tenha intenção de ajudar na implementação do projeto”, afirma.

Atualmente, o estudo para a plataforma de monitoramento do Castelhano continua avançando de forma interna. De acordo com Griesang, o protótipo, que já funciona, está sendo aperfeiçoado, com melhoria do sistema de comunicação entre o sensor e o site. Para conseguir dar andamento ao projeto, a instituição adquiriu alguns materiais e equipamentos com investimento próprio. O projeto foi contemplado em um edital e atualmente beneficia três estudantes com bolsas de R$ 400 mensais cada. As bolsas são validas até o fim de agosto e, depois, é feita uma nova tentativa de submissão. Todos os 14 campi da rede IFSul participam dos editais de projetos.

Retorno da Prefeitura

O prefeito Jarbas da Rosa explica que a Prefeitura de Venâncio Aires sempre tem interesse em projetos que tenham o meio ambiente como assunto. Ele comenta que o PlaMoNa foi avaliado e amplamente discutido pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) em 2021, mas infelizmente não foi aprovado para liberação dos recursos por parte do Fundo Municipal de Meio Ambiente. Questionado se ainda tem possibilidade de investimentos no projeto, o prefeito afirma que para isso acontecer a iniciativa deve passar novamente pela avaliação do conselho.

  • R$ 90 mil – é a previsão de valor para colocar o projeto em prática, contando a construção das bases, compras de materiais e bolsas de estudos aos alunos do projeto.

Saiba mais sobre o projeto

A ideia do projeto surgiu por parte de estudantes que moravam nas áreas baixas do município, que há anos sofre com alagamentos e enchentes no arroio Castelhano. A proposta inclui a construção de pontos para monitoramento no nível da água e antecipação de inundações. A ideia inicial é a instalação de três pontos: nas proximidades da antiga Estação de Tratamento da Água (ETA), onde ocorre a captação de água pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no acesso Grão-Pará; em um ponto da ERS-422 e em Linha Olavo Bilac.

Com sistemas eletrônicos que possibilitam a comunicação em tempo real, a previsão é de que as inundações sejam previstas com até cinco horas de antecedência. O projeto inclui ainda a criação de um site, com monitoramento e o histórico dos dados de medição. Conforme Griesang, há a possibilidade de expandir as informações por aplicativos de celular.

Atualmente são três estudantes que integram o projeto, sendo um do curso superior de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e dois estudantes do curso técnico em Informática integrado ao Ensino Médio. O coordenador é o professor Josemar de Oliveira Quevedo, além de outros cinco professores que também participam e atuam no projeto.

Da esquerda para direita: Rafael Sündermann, João Gabriel de Almeida e Diogo Henrique Schlosser são os estudantes bolsistas do projeto. (Foto: Divulgação/IFSul)

Como funciona a PlaMoNA

• A Plataforma de Monitoramento do Nível de Águas possui uma sonda, uma espécie de aparelho que será colocado nas margens do arroio Castelhano, com sensores que medem constantemente o nível da água.
• Com uma configuração avançada, assim que o sensor detectar um certo nível, considerado alto para os moradores da região, um sinal é enviado e as pessoas são avisadas via e-mail sobre a situação de risco.
• Uma possibilidade também cogitada é instalar um sinal sonoro quando acontecer a situação de risco.