Venâncio Aires pode ter, ainda em 2023, um equipamento de teleoftalmologia. A informação é do secretário de Saúde, Tiago Quintana, que está em tratativas com uma clínica de Cachoeira do Sul, que oferece o serviço. Se isso se confirmar, seria a primeira estrutura de telemedicina oferecida na rede pública de saúde do município.
“Pedimos orçamento do aluguel da máquina e o valor que daria cada consulta. Se for algo viável financeiramente, é possível que possamos oferecer em Venâncio ainda neste ano”, revelou Quintana. Para ele, os diversos usos da telemedicina, que viraram alternativa durante a crise sanitária causada pela Covid-19, podem ser importantes também no Sistema Único de Saúde (SUS). “Não vai substituir a presença do médico, mas, para alguns serviços, a tecnologia tem suas vantagens e a telemedicina veio para ficar”, opina.
No caso de Venâncio, a oferta do momento é com a teleoftalmologia. O secretário diz que o equipamento ficaria no Centro de Especialidades Médicas, onde ocorrem outras consultas com especialistas. “Uma enfermeira faria o acolhimento inicial. Depois o paciente senta nessa cadeira e o médico, através de um monitor, vai dando os comandos de forma on-line. De onde estiver, ele consegue conversar e avaliar os resultados que vai recebendo durante a consulta”, explica.
Filas e cirurgias
Mais do que uma oportunidade de mercado, Tiago Quintana entende que a teleoftalmologia será uma alternativa importante para agilizar a fila das consultas relacionadas à saúde dos olhos. Até o dia 15 de fevereiro, eram quase 1,2 mil pessoas na espera. O número aumentou em relação a um ano e meio atrás, quando tinham cerca de 900 na fila.
“Nós ficamos cerca de dois meses sem um profissional, que pediu licença. E esse tempo já foi suficiente para represar muita coisa”, justifica. Vale lembrar que, em Venâncio, as consultas ocorrem no Centro Oftalmológico, que funciona no posto de saúde do bairro Santa Tecla, onde atendem três oftalmologistas concursados. A prioridade local é para menores de 18 anos e idosos com mais de 60, que geralmente precisam de acompanhante. Assim, quem tem entre 18 e 59 anos, faz as consultas em Candelária, já que podem, na maioria das vezes, viajar sozinhos.
Quanto às cirurgias de catarata, também feitas em Candelária, o secretário destaca que o mutirão iniciado em 2022 segue. “Conseguimos fazer, em um ano, 145 procedimentos. O tempo de espera baixou de dois anos para sete meses, em média.” O que ajudou a agilizar essas cirurgias foi um novo convênio que aumentou de 14 para 40 a média de procedimentos mensais.
Consultas
De outras especialidades via Município, Tiago Quintana conta que o tempo de espera diminuiu de forma geral. Na dermatologia, por exemplo, há 50 na fila, mas a chamada para a consulta tem levado cerca de 30 dias. Para proctologia tem 15 em espera, para gastroenterologia são 8, cardiologia são 29 e 8 aguardam para fisioterapia domiciliar.
Cirurgias eletivas
As cirurgias gerais de média complexidade, que são realizadas em Venâncio Aires, também têm andado mais rápido. Conforme Quintana, em janeiro de 2022 eram cerca de 600 pessoas e, agora, são em torno de 400 esperando por procedimentos de traumatologia, urologia, proctologia, vascular, de hérnia e pedra na vesícula, por exemplo.
Outros números de 2022
• Ao longo de 2022, foram mais de 1,1 mil cirurgias eletivas gerais, de traumatologia de média complexidade e de catarata, feitas em moradores de Venâncio Aires.
• Só em raio-X, na UPA e Hospital São Sebastião Mártir, foram 18,9 mil exames.
• Houve 22 mil sessões de fisioterapia via SUS nas clínicas da cidade.
• A Farmácia Municipal realizou 150 mil atendimentos no ano passado.
• Sem contar o hospital, foram 276 mil atendimentos na rede pública em 2022. A UPA, com 70 mil consultas, e o posto do bairro Gressler, com 26 mil atendimentos, foram os locais mais procurados.