(Foto: Luana Schweikart)
(Foto: Luana Schweikart)

Na última semana, a média de consultas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Cruzeiro, em Venâncio Aires, foi de 200 atendimentos por dia. Do total, 40% correspondem a pacientes com queixas de virose. Segundo a coordenação técnica da UPA, as viroses de verão mais comuns são as gastroenterites, transmitidas por meio de alimentos contaminados, água, superfícies contaminadas e contato direto com pessoas infectadas.

Entre os principais sintomas apresentados pelos pacientes que buscaram atendimento na unidade estão diarreia com fezes aquosas ou amolecidas, acompanhada ou não de náuseas, vômito, febre e dor abdominal, que podem durar até sete dias. A equipe orienta manter o corpo hidratado, bem como sempre oferecer água para as crianças, idosos e pessoas doentes, para que a hidratação seja garantida.

Também é necessário cuidado com a qualidade da água ingerida, que deve ser tratada, fervida ou mineral. É recomendado evitar a ingestão de alimentos e bebidas sem saber a procedência, higienizar as mãos com frequência com sabonete e álcool em gel e manter os alimentos e bebidas em refrigeração adequada.

Contaminação

A médica Giulia Fuga, que atua com clínica, é especialista em Nutrologia e integra a equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Ela explica que uma das grandes dúvidas das pessoas é sobre como a virose é transmitida e como prevenir. “Ao contrário do que as pessoas acham, a principal contaminação é pelas mãos. Então, a gente tendo uma boa higiene das mãos já ajudaria bastante. Aquilo que a gente fez na Covid, de passar álcool em gel”, observa.

Ela cita que a gastroenterite também é transmitida por água contaminada, por isso a necessidade do cuidado com a origem da água que se ingere. “Ferver a água seria uma boa opção. Alimentos contaminados também acontecem, então é sempre bom lavar muito bem nossas frutas e verduras, cuidar a procedência do alimento que a gente está consumindo. Tentar não consumir tantos alimentos crus no verão, pois a incidência desses patógenos é maior”, acrescenta.

Atendimento

Giulia orienta que, no caso de sintomas como dor abdominal, vômito, náusea e diarreia, é importante passar por avaliação de um médico e manter uma adequada hidratação. “Só a água pura, quando a gente tem uma gastrite, o corpo tende a eliminar, tanto na forma de diarreia como na forma de vômito. Por isso é tão importante o soro de reposição oral, que pode ser feito em casa, com sal e açúcar”, diz.

Em casos mais raros que a hidratação via oral não é tolerada, que tem algum outro sintoma associado ou que note que a dor abdominal está muito exacerbada, é necessária a avaliação de um médico. “Às vezes, a gente precisa até internar esse paciente para fazer hidratação intravenosa e para investigar outras causas ou outros patógenos que precisem de tratamento, talvez até com antibióticos”, finaliza.

“A principal forma de contaminação é pelas mãos. Uma boa higiene das mãos e dos alimentos é uma forma de prevenção.”

GIULIA FUGA – Médica