Mato Leitão - A única proposição apresentada na sessão de terça-feira, 21, à noite, foi rejeitada por maioria de votos. A vereadora Clair Bernardete Sell Konrad (PP) sugeriu a denominação de Loraci Teresinha Hinterholz Schwengber ao plenário da Câmara. A homenagem à primeira mulher eleita para o Legislativo, em 1992, no entanto, esbarrou na bancada da situação. A votação contrária foi mal recebida por parte da assistência, que manifestou descontentamento enquanto a reunião ainda estava em andamento.
O projeto de lei 03/2025, apresentado no dia 15 de setembro, justifica a homenagem à atuação de Loraci na Câmara de Vereadores por cinco mandatos consecutivos, tendo como principais bandeiras o social e a saúde. Em 1992, foi eleita pelo antigo Partido Democrático Social (PDS), que passou por várias transformações até tornar-se o Progressistas (PP) atual. Do primeiro pleito até 2012, foi a única mulher na função.
Em 2000, recebeu homenagem por ser a vereadora mais bem votada no Brasil, com 9,01% dos votos apurados. Faleceu em 2022, em sua residência. Na Comissão Técnica Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, a proposição de Clair teve aprovação do relator Elton Antônio Uhlmann (MDB). Ele e os demais integrantes – a presidente Marlise Viviane de Bittencourt (PSDB) e o vice-presidente Selson Luis Kirch (PDT) – concluíram por levar a matéria ao plenário, para análise e votação.
Na terça-feira, na tribuna, depois de ler a justificativa do projeto, Clair solicitou aos colegas que levassem em consideração a atuação de Loraci na comunidade. “Também fui, no meu primeiro mandato, a única mulher a se eleger e sei como é difícil fazer o trabalho”, afirmou. Lembrou que, depois disso, o Legislativo passou a contar com duas vereadoras.
A outra vereadora da atual legislatura, presidente da comissão que deu parecer positivo ao projeto, também usou a tribuna para destacar ações, eventos e projetos do governo. Sobre a proposta da colega, a única menção que Viviane fez, foi de que a proponente saberia o resultado da votação. “Em vez de ser uma coisa alegre, a gente tem essa situação”, disse, sem entrar em detalhes.
Da situação, apenas o vereador José Eliseu Rodrigues (PDT), o Zeca, votou favorável. Ele dividiu o plenário em 4 a 4, exigindo o voto minerva do presidente Emerson Luis Kirch (PSDB), que acompanhou os demais vereadores da base governista. Após a votação, algumas pessoas presentes lamentaram a posição da maioria governista.
Procurada pela reportagem, Clair também lamentou a atitude dos vereadores de situação, em relação à memória e à atuação pioneira de Loraci na comunidade, não só como vereadora, mas como comerciante e como alguém que buscava auxiliar a população que necessitava de atendimentos médico em Porto Alegre. “Ela foi pioneira em muitas coisas e nunca faltou a uma sessão”. A única questão que levou à rejeição, na opinião da progressista, foi partidária, lembrando que, ao contrário, Loraci sempre respeitou os partidos.